A Prefeitura de São Sebastião do Paraíso formalizou o interesse em participar dos ensaios clínicos da Butanvac, nova vacina contra a Covid-19. A assinatura do ofício foi durante reunião com uma equipe técnica do Instituto Butantan, de São Paulo. No documento entregue ao instituto, o prefeito Marcelo Morais declarou que o Município dispõe de jovens acima de 18 anos, que não tiveram Covid-19 e ainda não receberam a primeira dose da vacina contra a doença. De acordo com o Instituto Butantan, esse grupo etário foi o escolhido para participar dos ensaios.
Conforme informações do prefeito, a parceria com o Instituto Butantan possibilitará que a vacina chegue mais rápido a mais pessoas. “Nós já tivemos o aceite dessa pesquisa que vai acontecer em Paraíso, e estamos dando andamento aos trâmites burocráticos”, comenta. Em seguida Morais completa dizendo que “se o Instituto realmente escolher São Sebastião do Paraíso para fazer os testes, acreditamos que logo avançaremos outras faixas de vacinação”, salienta..
O vice-prefeito Daniel Tales, que também é médico enfatiza que um dos pontos mais importantes da pesquisa para o povo paraisense, é poder fazer parte da história de um Instituto que, além da tradição que já possui na fabricação de vacinas, está produzindo uma vacina que é de tecnologia brasileira. “Se tem uma coisa que o brasileiro pode se orgulhar, é do seu programa de imunização. Em lugar nenhum do mundo, a aplicação de vacinas é tão avançada quanto no Brasil”, assegura.
Além de poder participar da pesquisa, o cidadão de 18 e 19 anos – que ainda não temos data marcada para vacinar –, terá a chance de ser imunizado antes ou quem sabe até coincidir com nosso calendário. “Além de ser imunizado, a pessoa fará parte dessa história”, conclui.
Moradores de Guaxupé foram os primeiros da região autorizados a se cadastrarem para os testes da vacina contra a covid-19 Butanvac, que está sendo produzida pelo Instituto Butantan.
Segundo o governador de São Paulo, João Doria, os testes dessa vacina no município mineiro já foram aprovados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Posteriormente, moradores de outras cidades da região, como Arceburgo, Guaranésia, Muzambinho, Cabo Verde, São Pedro da União e Monte Belo também foram incluídos no cadastramento.
Butanvac
A Butanvac será fabricada totalmente no Brasil com custos baixos, sem dependência de insumo importado. Ela é produzida a partir da técnica de vírus inativado, uma das mais seguras do mundo, e usa a tecnologia de inoculação do vírus em ovos embrionados, a mesma da vacina da gripe.
Um grupo de voluntários participa da etapa de triagem no Hemocentro de Ribeirão Preto, centro de pesquisa vinculado à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e que é responsável pela parte inicial do estudo. As fases 1 e 2 dos ensaios clínicos da vacina serão divididas nas etapas A, B e C.
A etapa A vai envolver 418 voluntários de Ribeirão Preto com o objetivo de avaliar segurança e seleção de dose (dose de imunizante que será incorporada na vacina definitiva). Nela, o grupo de pessoas vacinadas será comparado a um grupo controle que receberá placebo.
Já as etapas B e C terão como objetivo avaliar a resposta imune e envolverão mais de 5 mil voluntários. Nelas, será feita a comparação entre o desempenho da nova vacina do Butantan contra a covid-19 e outras vacinas que estão em uso. Além da eficácia geral da Butanvac, os ensaios clínicos vão avaliar seu desempenho diante das novas variantes do SARS-CoV-2.