O vereador Pedro Sérgio Delfante (PL) procurou a Delegacia Regional de Polícia Civil e registrou boletim de ocorrência, em que acusa o colega e também vereador Juliano Carlos Reis (PP), o Biju, por injúria. O fato, conforme alega, foi motivado por xingamentos que teriam sido feitos por Biju momentos antes do início da sessão ordinária, na segunda-feira,20, no interior da Câmara. Biju nega, e diz que afirmativa “não condiz com a realidade dos fatos”.
Pedro Sérgio narra que depois de ter chegado ao recinto do Legislativo, cumprimentou funcionários e dirigiu-se ao plenário, quando foi abordado por Biju, com quem nas últimas sessões chegou a ter atritos por divergências de opiniões em projetos que tramitam na Câmara. Pedro afirma no boletim que o colega o interpelou o chamando de “vereadorzinho suplente”, afirmando,. “Eu vou te f... na rede social”., “enfrentei o Walkinho e o Carlos Melles, você é um bosta”, tendo ainda proferido outras palavras ofensivas..
Pedro disse não ter esboçado nenhuma reação e ficou calado. “Rege o Regimento Interno e a Lei Orgânica da Câmara, e até mesmo conduta em sociedade civilizada que não devemos desonrar, humilhar, denegrir, ofender, difamar, nenhuma pessoa que seja, ainda mais sendo um vereador”, cita. Ele acrescenta que o fato ocorreu dentro do recinto da Câmara tendo sido registrado por câmeras do circuito interno de segurança do Legislativo que podem ser atestar a veracidade das informações narradas.
Segundo Pedro Sérgio, o colega Juliano Carlos Reis, como cidadão e estando representante do povo paraisense como vereador teve uma postura desabonadora. “Tal conduta e postura, ferem cabalmente o Código de Ética e Decoro Parlamentar da Egrégia Câmara Municipal”. Continuando afirma que “a ação violenta, arbitrária e grosseira não contribui para o bem da comunidade e para o debate democrático, divergente sim em ideias para sempre com respeito aos nobres edis, convergindo para o bem da sociedade paraisense”, completa.
Pedro ressalta que foi orientado até para que se resguarde seus direitos a procurar a delegacia para registrar a queixa. Indagado sobre o que teria motivado a atitude do colega, ele aponta que já tinha sido destratado pelo mesmo vereador, quando de uma postagem no grupo de mensagens dos vereadores. “Discordando de forma ríspida de uma postagem de caráter informativo em que citei que em breve as obras de pavimentação de ruas do Distrito de Termópolis irão ocorrer em um trabalho parceiro e de resultados entre Executivo e Legislativo”, conclui.
O Jornal do Sudoeste entrou em contato com o vereador Juliano Carlos Reis para se pronunciar sobre o assunto. “Recebi o boletim de ocorrência por intermédio de Whats zap, pelos meus amigos, por alguns grupos e fiquei surpreso, principalmente com o conteúdo”, diz.
Biju afirma que o conteúdo “não condiz com a realidade dos fatos”. “Logo após eu ter chegado na Câmara naquele dia tomei conhecimento dos gastos excessivos da viagem que ele fez para Ribeirão, em curto prazo de tempo; se utilizando do dinheiro público na compra de pizzas e chocolate talento, isso logo após ter almoçado. Teve troca de óleo no carro particular, dentre outras coisas inadmissíveis”, observa.
Biju pondera que “em um período em que a política anda tão desacreditada e principalmente pelo fator da situação que o paraisense está passando, na ocasião, pela falta de água, pela mazela até então da Copasa, pela falta de um Plano B, por tantas pessoas estarem passando fome em Paraíso, pelo agravante da pandemia e estarem sem emprego, eu achei uma afronta”, opina.
Como vice-presidente da Comissão de Ética, Juliano afirma que não poderia deixar de cobrá-lo. “Minha forma de cobrar é combativa mesmo, disse a ele que colocaria na Comissão de Ética, mas foi só. O contexto total deste boletim não é fidedigno à realidade. Porém, recebi apenas pelas redes sociais. Ele tem o prazo regimental para fazer o que ele entender, vamos aguardar”, completa.
Biju disse ainda que está com a consciência tranqüila. “Aquelas palavras não conferem com a realidade. Tenho minha mente tranquila. Na realidade não fui eu que peguei dinheiro público para ir até Ribeirão comprar pizza, enfim fazer farra com dinheiro público e com todo contexto que todo mundo já sabe, inclusive virou chacota. Acredito que não é o momento, a Prefeitura está realizando inúmeras obras para a população, que está cansada destas brigas desgastantes, que não são de relevância para Paraíso. Eu não vou me envolver, vou seguir o meu viés e as atribuições da comissão que o presidente da Câmara nos solicitou”, assegura.
Ao encerrar ele ainda emitiu sua opinião sobre o caso. “Ele deveria sim é pedir desculpas para a população, o que ele não fez. Pelo contrário ele segue dizendo que continuará fazendo as viagens dele normalmente, como ele fez, gastando dinheiro público quando deveria devolver o dinheiro aos cofres públicos. É vida que segue”, conclui.
O caso deverá ser convertido em inquérito a ser presidido pelo delegado Marcos Moreno que deverá ouvir os envolvidos, juntamente com testemunhas. Poderão ser solicitadas imagens da Câmara para comprovação das acusações. O resultado final da apuração deverá ser encaminhada à promotoria e também ao Legislativo para eventuais providências.
Cópia do Boletim de Ocorrência foi protocolada na manhã desta quarta-feira, 22, na Câmara, endereçada ao presidente Lisandro José Monteiro. A expectativa é de que o documento seja encaminhado para a Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, para apuração.
Ainda na segunda-feira, 20, Lisandro também havia anunciado que denunciaria Pedro Sérgio na mesma comissão de ética devido a gastos excessivos de viagem ocorrida em Ribeirão Preto (SP), com gastos estimados em R$737,00.
O caso de Injúria como foi tipificado no BO, é a ação de ofender a honra e a dignidade de alguém. Significa o mesmo que injuriar, de ofender outrem comete crime previsto no artigo 140 do Código Penal Brasileiro.