Um artigo publicado na plataforma de preprints MedRxiv, na quarta-feira,14, aponta que a Butanvac, primeira vacina contra a COVID-19 com produção integral no Instituto Butantan, é segura e altamente imunogênica. O texto tem como fundamento base os estudos preliminares descritos por pesquisadores da Universidade Mahidol, de Bangkok, na Tailândia, da Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai, de Nova York, e da Universidade do Texas, em Austin, ambas dos Estados Unidos. Um grupo de paraisenses participa da primeira fase dos testes envolvendo voluntários para a vacina, através da parceria com do Instituto Butantan com o Hospital das Clínicas, de Ribeirão Preto (SP).
De acordo com o artigo, os estudos preliminares descritos por pesquisadores da Universidade Mahidol, de Bangkok, na Tailândia, da Icahn School of Medicine do Hospital Mount Sinai, de Nova York, e da Universidade do Texas, em Austin, ambas dos Estados Unidos é que fazem os apontamentos sobre a eficácia da vacina. O imunizante, que é chamado internacionalmente de NDV-HXP-S, é testado no Vietnã, na Tailândia e no Brasil.
Conforme o estudo, todas as formulações da vacina foram bem toleradas nos voluntários que tomaram duas doses com intervalo de 28 dias. O estudo contou com a participação de 210 voluntários, sendo 82 homens e 128 mulheres com idades entre 18 e 59 anos. Foram registrados efeitos adversos em menos de um terço dos participantes, sem nenhuma ocorrência grave. Os sintomas mais freqüentes foram dor e sensibilidade (mais comuns aos que receberam maior dosagem), além de fadiga, cefaléia e mialgia.
A fase 1 do ensaio clínico atestou a segurança da vacina e a seleção da dosagem que desperta a melhor resposta no organismo. Os cientistas constataram uma resposta imunológica marcante duas semanas após a aplicação da segunda dose da vacina. Os testes envolvendo voluntários tiveram diferentes dosagens para avaliar a capacidade de proteção do novo imunizante produzido no Instituto Butantan. Aqueles que receberam a dosagem de um micrograma tiveram concentração média de imunoglobulinas IgG anti-S de 151,7 BAU/ml (unidades de anticorpos de ligação por mililitro).
De forma similar, 14 dias depois da segunda dose, as concentrações de NT50 (título neutralizante a 50%) foram consideráveis. Com base nos resultados do estudo, duas formulações foram selecionadas e devem ser avaliadas na próxima etapa do ensaio clínico, a fase 2. “A vacina inativada tem um perfil de segurança aceitável e é altamente imunogênica. Esta vacina pode ser produzida a baixo custo em qualquer instalação projetada para a produção da vacina inativada do vírus da influenza”, explicam os autores do artigo.
Paraisenses
No Brasil, os ensaios clínicos da Butanvac também já estão em andamento. A etapa A da fase 1 está sendo realizada em Ribeirão Preto, Guaxupé, São Sebastião do Paraíso e Itamogi.
Os trabalhos são conduzidos pelo Instituto Butantan, com apoio do Governo de São Paulo. Há cerca de 10 dias voluntários selecionados por triagem em Paraíso e Itamogi foram levados até o HC em Ribeirão onde parte das pessoas recebeu a Butanvac e os demais a Coronavac.
Conforme anunciado os voluntários agora estão recebendo acompanhamento por equipe médica especializada que poderá realizar consultas e solicitar exames. Durante a fase de monitoramento as pessoas que participam dos testes também preenchem uma espécie de diário com informações sobre eventuais reações pós vacinação.
O grupo deverá retornar a Ribeirão dentro de 28 dias após o recebimento da dose inicial, para o recebimento da segunda dose. Participam do programa pessoas com mais de 18 anos, que não testaram positivo para a Covid-19, e que até aquele momento não foram vacinados contra o SARS-CoV-2.
Também era recomendado que a pessoa não fosse alérgica a ovos e frango e não esteja grávida, ou seja, lactante. Na etapa B, poderão participar inclusive pessoas vacinadas ou que já tenham sido infectadas pelo SARS-CoV-2.