É um transtorno pouco conhecido popularmente e também pouco diagnosticado, com um importante impacto na vida social. Você já conheceu amigo(a), familiar ou colega de trabalho assim? Vamos entender mais.
O Transtorno de Personalidade Paranoide acomete 3% da população e apresenta como característica principal ao longo da vida do indivíduo, um padrão invasivo de suspeitas e desconfianças perante outras pessoas, além de uma interpretação distorcida sobre as intenções de terceiros.
Este "funcionamento" resulta em um padrão repetitivo destas desconfianças e suspeitas infundadas nas relações interpessoais do indivíduo em casa, na faculdade ou no trabalho que o levam a manifestar o sentimento de ameaça constante.
Esta ameaça modula suas reações e atitudes perante o meio externo "ameaçador, conspirador, explorador e enganador" que o indivíduo acometido acredita habitar, o levando ao sofrimento e manifestando por ansiedade, mau humor constante, irritabilidade, distanciamento afetivo dos outros, supervalorização de pequenos problemas, questionamento a lealdade de colegas de trabalho e familiares sem qualquer indício.
O Paranoide pode investigar minuciosamente e questionar terceiros de acordo que as suas suspeitas infundadas vão se manifestando em sua mente, principalmente de cunho de traição e no trabalho.
Este comportamento social leva a um agravamento crônico da relação com quase todos estes ambientes, que com o tempo também reagem e se tornam progressivamente mais conflitivos, estimulando mais a paranoia, ciúmes e assim agravando, ademais até cessando a funcionalidade diária do acometido.
Quando o indivíduo para-noide descobre de fato algum indício que confirme alguma de suas suspeitas, usa de reforço para apoiar suas outras preposições básicas infundadas e distorcidas.
Possuem pouca confiança em sí próprios e por isso não conseguem acreditar quando terceiros lhe demonstram lealdade e fidelidade conjugal ou laboral.
É relativamente comum o indivíduo trabalhar arduamente para estar "na frente dos outros", por necessidade de reforço e principalmente por medo de ser prejudicado pelo ambiente que após algum tempo já se torna hostil.
Este transtorno também leva o indivíduo a ter dificuldade de desenvolver intimidade ou confiança em terceiros.
Sentem-se humilhados ou atacados com comentários benignos feitos por outros, devido a distorção de interpretação que o transtorno manifesta.
Leva a pobre interpretação de elogios, os vendo como críticas a seu próprio ego, assim os relacionando comumente a pouca produção no trabalho, pouca capacidade e egoísmo.
Esta personalidade guarda rancores, apresenta dificuldade de perdoar e grande necessidade de demonstrar força ao ser "injustiçado", apresentando um padrão de vingança e vigilância constante.
É mais observado em homens e geralmente inicia no começo da idade adulta.
É comum os portadores deste transtorno também desenvolverem outras condições psiquiátricas, sendo a Depressão, o Pânico e o Transtorno Obsessivo Compulsivo os mais observados.
É importante diferenciar este transtorno da personalidade com outras patologias como Esquizofrenia, Transtorno Delirante e as várias formas de Psicose secundária a outras doenças, pois o tratamento é diferente para cada uma delas e fundamental para a melhora da saúde mental em todos os casos.
Procure ou indique o médico Psiquiatra se for necessário.
Na próxima edição mais informações sobre os pouco conhecidos Transtornos de Personalidade.
Até a próxima.
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Dr. Luiz Gustavo Guedes Médico Psiquiatra CRMMG
63277 RQE 50446