Uma certa medida de amor-próprio e de autoestima não é apenas normal, mas essencial para a saúde mental de todos nós. No entanto, há um continuum em que o narcisismo do indivíduo deixa de ser saudável e passa a ser patológico. Esse padrão de personalidade patológico chamamos de Transtorno de Personalidade Narcisista (TPN).
As formas patológicas de narcisismo são identificadas pelas características das relações de quem sofre esse transtorno. Pessoas com TPN costumam usar outras pessoas como objetos que podem ser descartados conforme suas necessidades, sem considerarem os sentimentos alheios. As relações costumam ser instáveis e de curta duração, terminando quando o outro começa a fazer exigências decorrentes de seus próprios desejos.
Alguns pontos a serem observados numa personalidade narcisista são: um padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e de ser reconhecido por parte do outro mesmo que suas conquistas não sejam correspondentes; narcisistas tem preocupação excessiva com poder, brilho, sucesso, beleza, amor ideal, dinheiro...
No TPN, o sujeito acredita ser "especial" e único, e que só pode se relacionar com pessoas no seu nível; paradoxalmente, tem medo do julgamento alheio, evitando situações que possam demonstrar suas fragilidades.
O narcisista costuma ser explorador nas relações interpessoais e tem dificuldade em se colocar no lugar do outro; frequentemente é invejoso, arrogante, causar uma "sensação ruim" em quem o cerca, ao mesmo tempo que pode ser sedutor e atrair os outros como "iscas".
Ainda que, na maioria das vezes, narcisistas sejam vistas em tom pejorativo, as principais teorias psicanalíticas explicam que um narcisista não teve validação e admiração durante a infância por parte de seus pais. Assim, passam a vida inteira buscando essa resposta como tentativa de melhorar sua autoestima.
Conheça outros transtornos da personalidade na próxima coluna Saúde, aqui no Jornal do Sudoeste. Até mais.
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Dr. Luiz Gustavo Guedes Médico Psiquiatra CRMMG
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