Certamente alguma vez você já escutou esta palavra, pois o Transtorno de Personalidade Borderline tem sido cada vez mais comum na sociedade atual e isto pode ser explicado por algumas características do momento o qual estamos vivendo: A desvalorização das tradições familiares e sociais, a diminuição da importância dos vínculos criados com outras pessoas, o aumento da competitividade, do individualismo e as relações interpessoais cada vez mais instáveis são alguns dos ingredientes para início e agravamento dos sintomas.
Alguns aspectos deste transtorno de personalidade são: forte ANGUSTIA DE SEPARAÇÃO e tentativas desenfreadas de EVITAR O ABANDONO, ao mesmo tempo que APRESENTAM DIFICULDADE DE CONFIAR no outro.
Estas pessoas que têm instabilidade na autoestima e na autoimagem podem também desenvolver corriqueiramente transtornos alimentares.
Apresentam a percepção da realidade preservada, mas podem adotar comportamentos mais infantilizados em alguns aspectos, dependendo das situações e do momento.
São pacientes impulsivos, com acessos de raiva frequentes, episódios de automutilação, podendo ter tentativas de suicídio recorrentes. Funcionam no modo “8 ou 80”, sendo instáveis afetivamente, podendo odiar ou amar a mesma pessoa conforme as respostas que estas lhe dão, sendo considerados como tendo baixa tolerância a frustrações e quererem tudo no seu jeito.
Além disso, os pacientes fronteiriços podem apresentar comportamentos de risco como relações sexuais promíscuas e sem proteção, uso abusivo de álcool e outras drogas, envolvimento em atividades fora da lei...
Mas o que acontece?
Algumas teorias psicanalíticas tentam explicar essa personalidade a partir da perspectiva de que quando criança, essas pessoas sofreram uma ruptura precoce e traumática no contato com os pais ou cuidadores que deveriam ajudar na constituição de seu ser.
Assim, o Borderline não consegue formar um senso de identidade, além da desconfiança e do medo de confiar novamente e ser mais uma vez abandonado(a).
Não é incomum o paciente Borderline descrever que, na infância ou adolescência foi abusada e ou abandonada por um ou ambos os pais.
Algumas doenças como depressão, ansiedade, transtornos alimentares e dependência de álcool e drogas são comumente associadas ao Transtorno de Personalidade Borderline, além do risco de automutilação e suicídio. Por isso, o tratamento envolve equipe multidisciplinar, sendo os principais pilares a psicoterapia e medicação para manejo dos sintomas.
Você conhece alguém assim e quer a ajudar?
Aqui vão dicas para aliviar as tensões: Não julgue, tenha paciência e assegure a pessoa que você não irá a abandonar, que estará lá mesmo se ela tentar te afastar por medo inconsciente de ser abandonada; e sempre que possível indique acompanhamento psicoterápico e psiquiátrico.
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Até a próxima, na coluna Espaço Saúde.
Dr Luiz Gustavo
Médico Psiquiatra
CRMMG 63277 RQE 50446