LAGOINHA

A lagoinha nesses últimos duzentos anos

Por: Redação | Categoria: Do leitor | 09-12-2021 01:13 | 1279
Foto: Reprodução

O Parque da Lagoinha ou simplesmente “lagoinha” como é popularmente designado e frequentado diariamente por grande parte de famílias de todas as classes sociais, parque este situado do lado do Sol nascente e a dois quilômetros da Praça da Matriz, eleito pelo povo como sendo a 4ª. Maravilha de Paraiso, cuja singular topografia o caracteriza como o coletor natural das águas pluviais da parte alta do centro da cidade e bem assim daquelas oriundas dos bairros limítrofes, concorrendo desta forma, para um rápido e crescente volume de suas próprias águas, nascedouro natural do chamado “Córrego Coolapa”, que, por sua vez desagua no Rio Liso e este no Rio Santana. Pois bem, o bem aproveitado entorno da lagoinha, propriamente dito, é atualmente considerado um bairro “chic” residencial, dotado de prédios de apartamentos, lanchonetes, comércio variado e tradicional, parque infantil, sorveteria, padaria, farmácia, etc.

Mas para a juventude e as demais pessoas realmente interessadas em conhecer toda a importância histórica da lagoinha nesses últimos 200 anos e o que ela representa de positivo sobre o bem querer do povo paraisense sobre aquela aprazível parte da cidade respondemos:

Já no século XVIII, em pleno ciclo do ouro, “caixeiros-viajantes” com seus ani-mais cargueiros sobrecarregados de suas canastras lotadas de mercadorias e amarrados um ao outro, à formiga, transitavam pelas estradas carreiras existentes, no seu ir e vir de Moco-ca (SP), para o sertão das Minas Gerais, faziam, ali ao lado da lagoinha, seu local de descanso e repasto. Não só esses, mas igualmente carreiros com seus carros apinhados de sacos, de café, rapadura, fumo, algodão, paravam ali pelos mesmos motivos.

Com o passar dos anos, a vila e depois cidade sempre crescendo, os meios de transporte se modernizando, a lagoinha foi sendo aproveitada para pescaria e para passeio de canoas mais ou menos rústicas, tendo por paga alguns trocados. Era um prazer e denotada alguma coragem, passear por entre água e taboas. Isso nas décadas de 1920/l950.

Entretanto as Administrações Municipais Dr. Luiz Pimenta Neves, Geraldo Froes (de 1947 a 1954), tendo em vista a carência de água encanada na maior parte de cidade, já que a água encanada que abastecia a parte central da cidade, mandaram perfurar poços semiartesianos na margem em que foi construída a casa onde foram instaladas as bombas que bombeavam água diretamente para a caixa d’água (prédio atualmente que serve de sede da Academia Paraisense de Cultura- Rua Dr. Placcidino Brigagão, 1637).

De lá saiam os encanamentos direcionados aos mais diversos bairros da cidade. Por alguns anos esse sistema funcionou. Mas com o constante crescimento da cidade, o nível da lagoinha baixou muito. Daí, recorreu-se ao sistema de bombeamento das águas do manancial dos Pilões, através de possante tubulação era descarregada na lagoinha, alimentando, assim, o lençol freático da lagoinha. Tal expediente não deu muito resultado, que só foi solucionado, contratando a Prefeitura os serviços de água e esgoto com a Copasa, firma devidamente especializada, cuja concessão permanece até a atualidade.

Até 1952, a rua Dr. Placidino terminava na av. Angelo Calafiori. E como a lagoinha, naquela época, que já não tinha muita água, achou por bem a Prefeitura dar continuidade à rua Dr. Placidino, unindo-a à av. Wenceslau Braz. Para tanto, aterrou a parte necessária para a abertura da mencionada rua, ficando assim a lagoinha dividida em duas partes: a parte de mais água que ficava como fica até hoje entre a  rua Dr. Placidino e a rua Pimenta de Pádua, permaneceu como permanece, como lagoa, e, a parte que fica entre a rua Dr. Placidino e a av. Delfim Moreira, que se tinha transformado em brejo, por falta d’água, foi aproveitado pela Administração Municipal 1971/1972, para a construção de nova rodoviária e um prédio destinado a um mercado municipal.

Tais empreendimentos foram concluídos pela Administração seguinte. Mas referido espaço foi transformado em jardim e a Administração 1971/1972, construiu o Monumento ao Imigrante, enquanto a Administração 1976/1980, construiu a atual Prefeitura Municipal. Já a Administração 2012/2016 modernizou ainda mais a Praça dos Imigrantes, dotando-a de alguns bancos.

Em 1971, nossa cidade comemorou 150 anos de fundação. Então a Administração 1971/71, transformou a então rústica lagoa, no Parque da Lagoinha, embelezando completamente e protegendo aquele local público, com gradilho, “ilha da fantasia”, com bonecos de cimento de Branca de Neve e os 7 anõ-es, parque infantil, bancos, monumento ao Operário Municipal, inaugurando-o no dia 17 de outubro de 1971, como parte da programação do Sesquicente-nário de Fundação da Cidade. 

As Administrações seguintes modificaram a parque, para melhor e para pior. Mas a Administração Municipal 1997/2000, deu um grande impulso no visual da lagoinha, com a construção da majestosa ponte metálica, que lá está até os dias de hoje. Tal melhoria foi por demais aplaudida pela população, principalmente pela criançada, que gosta de ficar percorrendo-a nos dois sentidos.

A mais recente homenagem ao Bicentenário de Fundação de Paraiso, é a Feira de Ciência e Tecnologia e a   Mostra de Dinossauros que está a acontecer até o dia 26 de dezembro vindouro, idealizadas pelo ilustre prefeito Marcelo de Morais e que acontece na Praça dos Imigrantes com real sucesso diariamente, dado ao real interesse que vem despertando, tanto por parte da juventude, quando pelas famílias em geral. O inusitado do evento, tem agradado em cheio a expectativa popular.

Dá gosto ver o quanto a população está gostando de tudo que ali vêm sendo mostrado. Um show diferente de tudo que havíamos visto até agora em Paraíso.

A lagoinha já recebeu o melhoramento que se fazia necessário, ou seja, a proteção do paredão de pedras que a circunda já foi concluído, logo, logo, o serviço de retirada da terra e de entulhos será atacado, a colocação de mais bancos, necessariamente acontecerá, assim como a pintura daquela que o povo escolheu como sendo a Quarta Maravilha de Paraiso... e Viva o Bicentenário de Fundação de São Sebastião do Paraiso.

Luiz Ferreira Calafiori
30/11/2021