TRANSPORTE

Empresário de Paraíso tem prejuízo de R$ 150 mil, em roubo de combustíveis

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Polícia | 12-02-2022 03:56 | 978
Transporte de cargas, principalmente de combustíveis estão  cada vez mais no alvo de quadrilhas especializadas
Transporte de cargas, principalmente de combustíveis estão cada vez mais no alvo de quadrilhas especializadas Foto: Ilustração

Um empresário, diretor de uma transportadora de combustíveis em São Sebastião do Paraíso foi vítima de um roubo de 22 mil litros de combustíveis. "Tive um prejuízo de R$ 150 mil", conta. O caminhão tanque foi abordado próximo a Refinaria Gabriel Passos, em Betim. Segundo a Secretaria de Defesa Social, foram registradas apenas três ocorrências de furto e roubo de carga de derivados de petróleo em Minas Gerais, todos na Região Metropolitana, e a polícia informou não haver nenhum trabalho especial para combater este tipo de crime.

Após a ação dos bandidos o caminhão da transportadora foi encontrado danificado na região metropolitana da capital. O empresário informou que os integrantes da quadrilha que roubou sua empresa abandonaram o veículo vazio e sem os equipamentos utilizados para descarregar o combustível nos postos. Ele disse ter ficado impressionado com a ousadia dos assaltantes. "Levaram até os estepes", comenta o empresário.

Ele também administra uma frota de caminhões de uma rede de postos de combustíveis, e suspeita que a carga tenha sido vendida para postos na região. "Se o combustível é roubado, é porque tem quem compre. Acredito que donos de postos encomendam o produto para quadrilhas especializadas. Pagam mais barato do que o preço de mercado e o produto ainda é descarregado pelo próprio caminhão que foi furtado", desabafa.

O empresário não é a única vítima recente das quadrilhas de assaltantes que visam o roubo de cargas e especialmente de combustíveis. Há registro de que há menos de 10 dias um caminhoneiro foi vítima da mesma situação e na mesma região da refinaria Gabriel Passos. Da vítima foram levados 20 mil litros de combustíveis entre gasolina, diesel e etanol. A carga avaliada em cerca de R$ 120 mil tinha como destino a cidade de São Roque de Minas.

INVESTIGAÇÃO
Empresários do setor de transporte de combustíveis reclamam da falta de uma ação mais efetiva por parte da polícia. O protesto é porque não se consegue prender os integrantes da quadrilha, gerando prejuízos financeiros e sensação de impunidade. Relatos entre os transportadores é de que em quatro meses ocorreram seis roubos de combustíveis de outras empresas. A queixa é de que os pedidos de reforço no policiamento e empenho nas investigações não tiveram sucesso.

Para o presidente do Minaspetro, Carlos Eduardo Guimarães o roubo de combustíveis não é novidade, mas que o crime tem crescido muito no último ano. "Não passa quatro ou cinco dias sem que um caminhão tenha a carga roubada", relata Carlos Eduardo. O Minaspetro representa 4.500 postos de Minas Gerais, sendo 450 postos na RMBH.

Segundo as vítimas, o crescimento dos casos de roubos está relacionado ao aumento do preço dos combustíveis. O apontamento dos transportadores é de que uma carreta com combustível é considerada dinheiro vivo. Se uma carga de R$ 200 mil é vendida pela quadrilha por R$ 100 mil, o receptador tem um lucro de 100% com a venda do produto, estimam os empresários. Segundo o delegado Henrique José de Freitas Marques, da delegacia Especializada de Investigação de furto e roubo de carga, não há nenhuma investigação ou operação policial relacionada com furto de combustíveis próximo à Refinaria Gabriel Passos. Ele informa não ter percebido o aumento deste tipo de crime nos últimos meses. 

O policial cita que muitas vezes, os roubos são registrados em delegacias de outras cidades ou em distritos policiais e não chegam a Delegacia Especializada.

Já a Secretaria de Defesa Social informa que, foram registradas apenas três ocorrências de furto e roubo de carga de derivados de petróleo em Minas Gerais, todos na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Para as vítimas dos prejuízos a polícia também deveria investigar quem são os receptadores do combustível roubado. O pensamento gira em torno da tese de que "se tem quem compra produto roubado, vai ter sempre alguém cometendo crime".