Um dos produtos mais vanguardistas de fabricação em São Sebastião do Paraíso, o azeite de abacate da marca “Paraíso Verde”, vai ser exportando para o Japão, juntamente com produtos da linha de cosméticos que também são feitos com azeite do abacate, Avolovers. A boa notícia foi dada pelo engenheiro agrônomo José Carlos Gonçalves, proprietário da empresa Flor de Abacate e desenvolvedor dos produtos gerados da fruta.
Em janeiro passado, um grupo de empreendedores japoneses, juntamente com o empresário Ken Yuyama, vieram do Japão para conhecer o cultivo do abacate e tudo o que José Carlos, família e equipe têm desenvolvido tendo a fruta como base. Esse grupo é da empresa Campo Grande do Brasil, capitaneada por Flávio Ohno.
O azeite de abacate está sendo exportado para o Japão em pó. Depois passa por um processo de defumação para harmonizar perfeitamente com os diversos peixes que são a base da culinária daquele país e já está fazendo muito sucesso, de acordo com José Carlos, devido ao seu sabor suave e único, além de ser um produto já comprovadamente saudável.
“Temos um parceiro exclusivo para o mercado japonês: A Campo Grande do Brasil, que através da empresa Kot Japan of Tokyo está introduzindo o azeite de abacate Paraíso Verde e os cosméticos Avolovers no Japão”, conta o engenheiro agrônomo.
José Carlos diz que o grupo de japoneses esteve em algumas propriedades onde há o cultivo do abacate da variedade Breda, da qual ele é o maior produtor e abastecedor do mercado brasileiro. “Eles se surpreenderam e ficaram encantados. Nunca tinham visto um abacateiro e nem um pé de café”.
Por enquanto, o engenheiro agrônomo diz que não há como estimar a quantidade que será exportada, mas adianta que esse grupo terá o produto de forma exclusiva.
A Flor de Abacate – empresa que agrega as outras marcas (Paraíso Verde e Avolovers), está produzindo anualmente cerca de cinco mil toneladas de abacate. “Este será o terceiro ano em que vamos processar abacates comprado de terceiros. São frutos de descarte da exportação de abacate da variedade Hass, trazidos de localidades de Minas Gerais e São Paulo, em um raio de 400 quilômetros de São Sebastião do Paraíso, onde está nossa fábrica”, conta.
Isso não significa que a produção de abacate local, paraisense, não esteja sendo suficiente. “Estamos trabalhando com um conceito muito mais amplo, que busca a sustentabilidade, fazendo o aproveitamento de tudo o que a natureza produz”, descreve.
No ano passado foram produzidos 45 mil litros de azeite de abacate, destinados ao consumo e à fabricação dos cosméticos. Atualmente são empregados 15 colaboradores na fábrica com o funcionamento em um turno. “Temos a capacidade de triplicar essa produção, sem alterar a estrutura, inclusive aumentar os turnos. Um dos planos a curto prazo é a fabricação de inseticida, produzido a partir do caroço do abacate, que já está em fase de testes e acredito que será um grande destaque”, pontua José Carlos.
Cosméticos
A linha de cosméticos Avolovers (nome derivado do “avocado”, que também é uma variedade do abacate, com uma junção de love – amor em inglês), é totalmente elaborada com o azeite. Possui em seu portfólio o creme hidratante para as mãos e corporal, sabonete líquido facial, creme nutritivo para o rosto, e específico para a área dos olhos, hidratante labial, manteiga corporal, xampu, condicionador e muito mais.
Agora a Avolovers ganha também o sabonete semiartesanal em barra e o xampu em barra, que é a última tendência do mercado cosmético. Os produtos estão sendo exportados para a Coreia, país que tem grande tradição de ser fabricante de uma cosmética que emprega alta tecnologia e produz produtos de alta qualidade, sendo as consumidoras coreanas muito exigentes em relação a esse setor.
No Brasil, os cosméticos podem ser encontrados em loja própria (em São Sebastião do Paraíso), marketplaces, salões de beleza e empórios. “Acredito que todo empreendimento inovador deve ter bases sólidas”, finaliza o engenheiro agrônomo José Carlos Gonçalves.