Um homem de São Sebastião do Paraíso, é mais uma vítima do chamado "golpe do Whatsaap", também conhecido como "golpe dos nudes". Ele teve prejuízo de R$18.600,00 pagos a estelionatários da região Sul do país que o envolveram numa ação criminosa. Depois de acionar a Polícia Militar e ser alertado o homem foi ao banco e conseguiu reaver parte do valor pago aos falsários, que se passavam por delegados e o ameaçavam prendê-lo.
O caso teve início após contato da vítima, de 40 anos, com uma mulher pelo Facebook. A amizade logo evoluiu para o Whatsaap. Após diálogo de sedução o homem passou a receber fotos íntimas que supostamente seriam da mulher internauta. O fato ocorreu em 24 de fevereiro. Um dia depois ele recebeu um telefonema de pessoa que se dizia delegado de polícia, que deu continuidade ao golpe.
O falso policial disse ao morador de Paraíso que havia recebido uma denúncia crime, alegando que ele estaria seduzindo e mantendo contato com a adolescente. No contato do delegado com a vítima feito via aplicativo de mensagem Whatsaap foram enviadas fotos de um distintivo e carteira funcional, além de um suposto processo judicial com o nome da vítima. O falso delegado exigiu o imediato pagamento de fiança para evitar uma suposta emissão de ordem de prisão preventiva.
Não suspeitando tratar-se de golpe, a vítima acatou as ordens do estelionatário e efetuou depósito inicial de R$ 3.800,00 em uma conta da Caixa Econômica Federal. Em continuidade ao crime, o suposto delegado fez novo contato coma vítima e pediu mais dinheiro. A alegação era que o juiz havia aumentado o valor da fiança, tendo em vista que a adolescente era menor de idade e teria tentado cometer suicídio em função do ocorrido. Também foi citado que a família dela teve muitos gastos com a internação hospitalar da adolescente.
Em continuidade ao golpe o suposto delegado disse que o homem em Paraíso deveria custear os gastos da família com a adolescente. A vítima então efetuou outros depósitos de R$ 3 mil e R$ 1 mil. Posteriormente R$ 5 mil e outro de R$ 800,00. O último depósito foi de R$ 5 mil, cuja soma totalizou R$ 18.600,00. Ele só acreditou ter sido vítima de golpe depois de procurar a Polícia Militar. Foi orientado a imediatamente comparecer à agência Caixa Econômica Federal, onde conseguiu bloquear e estornar parte dos últimos depósitos.
ALERTA
O alerta para o modo de agir dos estelionatários já foi dado pela polícia. Normalmente os golpistas se utilizam do perfil de uma moça jovem e atraente. Ela inicia a conversa com vítimas homens, através do Messenger do Facebook. Lá, a mulher solicita que a vítima repasse seu número de WhatsApp para dar sequência na conversa, iniciando um diálogo com conteúdo mais pornográfico.
Os golpistas chegam a enviar fotos sensuais da suposta moça, que conversa com a vítima. Posteriormente, a pessoa solicita fotos do homem. Quando a foto é enviada, a quadrilha passa a fazer ligações, com integrantes que se passam por policiais para chantagear e extorquir as vítimas, solicitando depósitos em dinheiro.
São várias formas de extorsão e vários números de telefones são usados, inclusive do golpista que se passa pelo pai da adolescente, que afirma ser ela menor de idade e que teve prejuízos em casa e pede dinheiro para não denunciar o caso à polícia. Há situações em que falsos advogados entram em contato e pedem dinheiro.
CRIMINOSOS
No ano passado a o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) do Rio Grande do Sul e Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos desmantelou uma quadrilha que agia desta maneira no Rio Grande do Sul e também em Santa Catarina. Foi verificado que os bandidos utilizam até mesmo nomes reais de delgados para os crimes de extorsão por meio eletrônico. Foram cumpridos 11 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão.
O grupo é acusado de aplicar este tipo de golpe em mais de 30 vítimas somente naquela região e causar prejuízos estimados em R$ 2 milhões. Uma das pessoas lesadas chegou a perder R$ 250 mil e outra, após descobrir que caiu no golpe, tirou a própria vida.
Em São Sebastião do Paraíso há registros oficiais e extraoficiais de várias pessoas que caíram no mesmo tipo de golpe. Os valores financeiros são desconhecidos já que muitas das vítimas, envergonhadas, sequer registram boletim de ocorrência. Policiais de vários estados do Brasil trabalham em uma força tarefa no sentido de identificar e prender os estelionatários.