Cerca de 900 mudas de espécies nativas e atrativas da avifauna foram plantadas no entorno do câmpus da Universidade Federal de Lavras (UFLA), em São Sebastião do Paraíso. A recomposição florestal foi iniciada em uma área atualmente ocupada por pastagem e faz parte da pesquisa “Compensação da fertilização de base em mudas produzidas em tubetes”. O trabalho é realizado pela doutoranda do Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal da UFLA Marileydy Martinez Hernandez.
Segundo o professor Lucas Amaral de Melo, da Escola de Ciências Agrárias (Esal/UFLA), o experimento visa analisar se as mudas produzidas em diferentes tamanhos de recipientes e sob diferentes manejos de adubação sobrevivem quando colocadas no meio ambiente. “Queremos saber como essa produção de mudas interfere na qualidade, por meio de parâmetros morfológicos e fisiológicos”.
Além disso, as mudas estão sendo levadas para campo, com o objetivo de saber se as diferenças encontradas no viveiro também permanecem no ambiente.
Ainda de acordo com o professor a intenção é verificar o quanto essas mudas vão sobreviver e o quanto vão crescer de forma diferenciada ou não, menciona. “Serão observados detalhes em função do tamanho do recipiente no qual elas foram produzidas, bem como em função do manejo da adubação ao qual elas foram submetidas em viveiros”, explica o docente.
A equipe do Laboratório de Silvicultura e Recomposição Florestal da Esal, com apoio da Pró-Reitoria de Infraestrutura e Logística (Proinfra), realizou o plantio das mudas. Foram plantadas mudas de espécies como jenipapo, ameixa, amora, ingá, cotieira, angico vermelho, angico amarelo, emba-úba, canafístula, aroeirinha, além de café, paineira e cedro, que fazem parte da pesquisa de Marileydy.
Conforme o professor Lucas, a proteção do solo, o aumento da infiltração de água, a conservação da biodiversidade e o retorno de uma vegetação arbórea são características naturais do ambiente. Estes fatores propiciam um maior sucesso do processo de recuperação da área que foi preparada para receber as mudas. “Foi realizado um isolamento e o controle de formigas cortadeiras e cupins, depois fizemos a roçada, a adubação de plantio e a abertura de berços para receberem as mudas de diferentes espécies”, comenta.
Além disso, a área adjacente ao câmpus onde foi realizado o plantio das mudas é uma Área de Preservação Permanente (APP). No local era necessária a recuperação florestal para garantir o cumprimento de uma das condicionantes impostas pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Codema) de São Sebastião do Paraíso.
“Houve uma intervenção ambiental para a instalação de um interceptor, que será responsável por interligar lançamentos de esgoto em Poço de Visita existente da Copasa que conduz os efluentes até a Estação de Tratamento de Esgoto Sanitário”, esclarece Gra-cielly Tomaz, Engenheira Ambiental e Sanitária, da Diretoria de Gestão da Qualidade e Meio Ambiente (DGQM/UFLA).
A UFLA é referência na gestão ambiental, por isso, a área em processo de recomposição poderá ser utilizada como campo prático para os alunos do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTIN - câmpus Paraíso) em aulas práticas da disciplina de Biodiversidade, presente na matriz curricular de todos os cursos do Instituto. Em dezembro de 2021, o câmpus de São Sebastião do Paraíso já havia recebido mais de 500 mudas, de 15 espécies arbóreas e arbustivas, como parte do planejamento da área verde do novo câmpus da UFLA em Paraíso.
(Da Redação, com Ascom UFLA)