Um sonho dos dirigentes da Liberty Media desde que compraram a F1 do ex-chefão, Bernie Ecclestone, em 2016, está se realizando neste final de semana. A F1 está em Miami(!), é a estreia de um dos GPs mais falados, aguardados e badalados dos últimos anos. “Está todo mundo perguntando: você vai para a corrida de Miam?”, disse Zak Brown, CEO da McLaren, que revela em seus anos de automobilismo nunca ter visto tanta demanda e barulho por uma corrida como essa.
A F1 sempre teve obsessão pelos Estados Unidos, mas só agora a recíproca é verdadeira. Foram inúmeras tentativas frustradas de fincar a bandeira em território americano em 60 GPs disputados por lá, fora as edições das 500 Milhas de Indianápolis de 1950 a 1960 que faziam parte do calendário da F1. E o afago do público só apareceu com a implantação da nova filosofia de trabalho da Liberty Media. O reflexo disso foi visto no ano passado, quando 400 mil pessoas passaram pelo Circuito de Austin, sede do GP dos EUA, então recorde de público na F1, só batido esse ano na Austrália, que registrou 420 mil pessoas no Albert Park.
Miami é o 11º local diferente dos EUA a receber uma corrida de F1. Com a exceção de Austin, a categoria perambulou por outras nove localidades sem arrancar suspiros. Agora, finalmente parece ter emplacado.
Por décadas Bernie Ecclestone tentou conquistar o interesse dos americanos que nunca se renderam aos encantos da F1. Mas o novo modelo de gestão da Liberty Media vem criando conteúdos fora das pistas que tem sido determinantes para a aproximação do público com a categoria e atrair novos fãs, principalmente os mais jovens e isso não reflete apenas nos EUA, mas no mundo todo.
A expansão da F1 pelas redes sociais, antes ignorada com veemência por Bernie Ecclestone, e principalmente a parceria com a Netflix na produção do “Drive to survive” (Dirigir para sobreviver), que acaba de renovar contrato por mais dois anos, onde mostra os bastidores da categoria, tem sido o alicerce que faltava para a aproximação do público, mostrando nuances que a maioria das pessoas que acompanham as corridas não tinham ideia de como as coisas acontecem fora das câmeras de TV.
Por vários anos o GP de Miami foi alvo de especulação até que virou realidade. Para chegar ao desenho do traçado de 5.412 metros, foram realizados estudos de outras 36 alternativas. A pista foi erguida nos arredores do Hard Rock Stadium, casa do Miami Dolphins, da NFL. Até uma falsa marina foi criada para dar mais glamour ao GP.
“O clima será de decisão do Super Bowl”, disse Zak Brown, que confirmou que só a McLaren está recepcionando cerca de 1.000 convidados, inclusive celebridades, interessadas pela corrida, e que poderia até dobrar o número, mas não seria viável, embora admita que a McLaren seja a equipe que mais comprou ingressos para convidados.
E não é só. No próximo ano os EUA terão três corridas: O GP que leva o nome do país, em Austin, o de Miami, e uma nova edição em Las Vegas, local onde Nelson Piquet conquistou seu primeiro título na F1 em 1981, que promete ser um mega-evento com a corrida sendo realizada no sábado a noite. Mas isso é assunto para outra coluna.
A definição do grid para o GP de Miami acontece hoje às 17h, e amanhã as luzes vermelhas se apagam para a largada da corrida às 16h30, tudo ao vivo pela TV Band.
“Parabéns a todas as mães e um beijo especial à minha rainha, dona Dora, presente de Deus em minha vida. Te amo mãe!