DEBATE

Inclusão, educação e esportes foram debatidos na Câmara no 1º semestre

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Esporte | 25-07-2022 13:34 | 488
Tribuna Livre é considerado espaço para a voz e a vez do cidadão na Câmara Municipal
Tribuna Livre é considerado espaço para a voz e a vez do cidadão na Câmara Municipal Foto: Ascam

A Tribuna Livre da Câmara de São Sebastião do Paraíso foi utilizada por diversas vezes para o debate de diferentes temas como esporte, inclusão, queimadas e educação entre outros. “A tribuna é a voz e a vez do cidadão na Câmara que vai ressoar em outros setores da nossa cidade”, assegura o presidente Lisandro José Monteiro. 

No primeiro semestre de 2022, a Tribuna Livre foi utilizada em sete ocasiões, para tratar de temas diversos. O espaço durante a Sessão Ordinária é cedido a qualquer cidadão, mediante inscrição prévia na secretaria da Câmara Municipal.

No início de março, o presidente do Instituto Inclua, Caio Toledo, utilizou esse espaço. O instituto completou três anos de atuação, e o presidente fez um balanço sobre os projetos realizados e as próximas metas a serem alcançadas. “A inclusão é um processo muito amplo, acreditamos que aos poucos vamos conseguir atingir uma sociedade mais inclusiva. Fomos além do que nos propusemos no primeiro momento, que era trabalhar com pessoas com deficiência e seu entorno, mas entendemos que a inclusão atinge outros públicos”, disse ele.

Também utilizou o espaço a secretária-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (SEMPRE-Sudoeste), Regina Célia Nunes. Ela falou sobre o transporte oferecido aos servidores da Educação municipal que atuam na zona rural e distritos de São Sebastião do Paraíso. À época, Regina esclareceu que, diferente de outros setores como saúde e segurança, a educação possui particularidades que justificam a oferta do transporte: “Porque para a aula começar às 7h em ponto, eles precisam sair de casa entre 5h e 5h30. Por essa dificuldade de deslocamento de madrugada que o transporte passa bem mais perto de suas casas. Mas, em contrapartida, esses servidores não têm essa jornada in itinere [o tempo de trajeto até o trabalho dentro da jornada]. Não há privilégio nisso”.

Ainda em março, usou a Tribuna Livre Gabriel Souza Manoel, atleta da modalidade “wheeling”, esporte em que os atletas fazem manobras em motocicletas em baixa velocidade, geralmente utilizando apenas uma roda. Na ocasião, estava em deliberação no Plenário um projeto de lei (já aprovado) que reconhecia o wheeling como prática esportiva e criava a “Rua Moto Wheeling”, espaço destinado à prática dessas atividades em São Sebastião do Paraíso.

Segundo Gabriel, o objetivo é tirar das ruas os talentos que praticam o “grau de rua” e atrair eles para o esporte, dentro de um local adequado com controle de entrada. A expectativa é também atrair visitantes para a cidade.  “Nossa intenção é que a entrada no local seja um quilo de alimento, que será revertido para as entidades carentes de São Sebastião do Paraíso. Também vamos conseguir levar o nome do município para outras cidades quando participarmos de campeonatos como pilotos profissionais”, ressaltou ele.

Outra modalidade esportiva também foi destaque na Tribuna Livre. O skatista Marcelo de Souza, que atua há mais de 20 anos na categoria, falou sobre a necessidade de mais incentivo e apoio. Mencionando o projeto do Executivo de reforma da pista de skate do município, ele solicitou auxílio para a realização de viagens para competições. “A gente queria só reconhecimento do próprio povo de Paraíso, que não vissem o skate como coisa marginalizada. Queríamos que a Prefeitura reconhecesse o skate como esporte em potencial em Paraíso, porque tem muito skatista bom que parou de andar porque não tem incentivo. Se conseguirmos pelo menos uma van para viajar, já fica mais tranquilo, porque também temos outros gastos com inscrição e hotel”. Marcelo estava acompanhado dos jovens João Vitor de Paula Ferreira e Brendon Henrique Barucci, que haviam conquistado recentemente os primeiros lugares na categoria mirim de uma competição esportiva em Passos.

No encerramento de março, a professora Lilian Aparecida de Oliveira Gonçalves usou a Tribuna, representando o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE). Ela afirmou que a greve dos professores da rede estadual ocorria por conta dos vencimentos dos profissionais: “temos o pior salário de todos os servidores públicos, o estado não paga o mínimo para a educação. Hoje, para vocês terem uma ideia, o professor está recebendo R$ 2135, e o piso nacional está em R$ 3845. Nosso salário está defasado em mais de 80%”.

Lilian afirmou ainda que durante anos, algumas negociações com governos passados não foram cumpridas, e pediu apoio aos vereadores para pressionarem o projeto de lei favorável ao reajuste dos professores que tramitava na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Na ocasião, foi enviado ofício aos deputados estaduais, em nome de todos os vereadores, solicitando apoio para que o Projeto de Lei (PL) 3.568/22 fosse aprovado com as emendas que contemplam os profissionais da educação. O projeto foi aprovado.

Em abril, o servidor municipal Iracildo da Silva Oliveira também ocupou a Tribuna. Conhecido como “Baiano”, ele fez um breve discurso sobre sua trajetória que o trouxe de seu estado natal, a Bahia, para Minas Gerais e São Sebastião do Paraíso, em 1997, lembrando sua presença constante em assuntos políticos no município e os 23 anos de serviços prestados na Prefeitura. “Estou aqui para fazer meus agradecimentos a todos os vereadores, que estão me honrando com o título de Cidadão Honorário Paraisense. Isso é mérito do trabalho que a gente vem fazendo no dia a dia. Me sinto muito honrado de ser um funcionário público e a cada dia tentar fazer o meu melhor”.

A última Tribuna Livre do semestre aconteceu em maio e chamou a atenção para o problema das queimadas no município. O cabo Raul Lincoln Pires Oliveira Netto, do 2º Pelotão do Corpo de Bombeiro Militar de São Sebastião do Paraíso, alertou a população sobre o início do período seco na região e a previsão do aumento de número de queimada, informando sobre uma campanha de conscientização e prevenção feita em parceria com o Executivo e patrocinadores, por meio de cartilhas, cartazes, adesivos, palestras nas escolas, oficinas na zona rural e blitz educativas.

Segundo o bombeiro, ano passado foram registrados 176 casos de incêndio na cidade, sendo a maioria causada por ação humana. “Nós, do Corpo de Bombeiros, além de considerarmos as queimadas como um problema ambiental, também enxergamos como um problema de saúde pública”, disse ele, ressaltando que o fogo afugenta os animais, que acabam indo para residências, e a fumaça causa problemas respiratórios.

O cabo afirma que as queimadas são um problema grave e que a quantidade de terrenos sujos na cidade também são um desafio para a fiscalização, sendo de extrema importância a colaboração da população, já que o fogo não deve ser usado para limpeza de terrenos, os quais devem ser devidamente roçados. Sem a colaboração de todos, a corporação tem dificuldade para atender todas as demandas e ocorrências: “nós atendemos Paraíso e mais cinco cidades, zona rural e rodovias que cortam num plantão de 24 horas. Um plantão está dando em média de 20 a 22 ocorrências. Ou seja, se nós sairmos de caminhão, outra parte vai ficar desguarnecida; às vezes a ambulância não poderá sair porque tem pessoas empenhadas no caminhão”, ressaltou Netto.

Os vereadores destacaram a necessidade de colocar em prática a legislação vigente sobre os cuidados e limpeza de terrenos baldios, que além de serem locais propícios a queimadas urbanas, ainda são propriedade acumulado-ras de descarte de lixo e entulhos, agravando ainda mais a situação de proliferação de animais peçonhentos e mosquitos causadores de doenças como a dengue.
(Ascom Câmara Municipal)