Eu precisaria de uma página inteira e um pouco mais do jornal para passar a limpo as notícias bombásticas que agitaram a F1 antes, durante e depois do GP da Hungria que resultou numa salada entre Alonso, Alpine, Aston Martin, e um ainda pouco conhecido Oscar Piastri que ainda vai dar muito o que falar na F1. Mas vamos por parte.
A compra de 50% da Red Bull pela Porsche que está preparando sua volta à F1 em 2026 foi ofuscada pelo vídeo publicado por Sebastian Vettel comunicando sua aposentadoria para o final da temporada.
O assunto foi tema da coluna na semana passada, e na segunda-feira pós-GP, quando todo mundo já estava partindo de férias para descansar em algum lugar do planeta, veio outra bomba: Fernando Alonso será o substituto de Vettel na Aston Martin em 2023.
A rapidez do acordo fez surgir a dúvida se teria sido Vettel quem decidiu sair primeiro, ou se era Alonso quem teria chegado antes da decisão do alemão!
Um dia depois, outra bomba caiu nos bastidores da F1: A Alpine que negociava a renovação do contrato de Alonso correu para promover seu pupilo, Oscar Piastri, um jovem australiano de 21 anos, campeão da F3 em 2020, e da F2 no ano passado, que faz parte da academia de formação de pilotos da equipe francesa.
O que a Alpine não esperava era que Piastri tinha assinado contrato com a McLaren, apoiado pelo staff que cuida de sua carreira, que entendeu que a Alpine não havia cumprido uma série de obrigações com a jovem estrela, e diante do risco de Alonso renovar o seu contrato, Piastri preferiu fechar com a McLaren do que correr o risco de ficar mais um ano parado ou ser emprestado para a Williams.
Uma hora depois de ser anunciado pela Alpine para o lugar de Alonso, Piastri escreveu em sua conta no Twitter: “Eu entendo que, sem o meu consentimento, a Alpine divulgou um comunicado à imprensa afirmando que estarei pilotando para eles no próximo ano. Isso não é verdade, não assinei contrato com a Alpine para 2023. Não vou pilotar pela Alpine no próximo ano”. Pronto. A confusão estava armada.
Há um copo meio cheio e meio vazio quando se olha para o grande investimento que a Alpine fez na formação de Piastri e ele dar as costas e assinar com a McLaren que neste momento não está muito acima do potencial que a Alpine oferece.
O fato é que de repente, a Alpine que podia se dar ao luxo entre escolher ficar com a experiência de Alonso, ou promover a estreia de um piloto que é visto no paddock da F1 com um futuro promissor, levou uma rasteira dos dois, mesmo com o chefe da equipe, Otmar Szafnauer, que disse ter ouvido de Alonso na noite de domingo que não havia assinado com ninguém, afirmar que só tomou conhecimento do contrato de seu piloto através do comunicado de imprensa da Aston Martin.
É verdade que na F1 muitas coisas acontecem sob segredo e as pessoas tentam se disfarçar da imprensa, mas o mesmo Szafnauer ‘que não sabia de nada’, quando perguntado pela repórter Mariana Becker, ainda no grid do GP da Hungria, se Alonso ficaria em 2023, teve como resposta, “na F1, sim”.
E no meio de tudo isso não dá para passar batido mais um vexame da Ferrari numa corrida em que Leclerc e Sainz eram favoritos à dobradinha na Hungria, mas saíram sequer sem um lugar no pódio por conta de mais um erro de estratégia.
Enquanto a Ferrari dá espetáculo de horrores, na Red Bull tudo flui com a segurança e precisão do trabalho da estrategista Hanna Schmitz, uma jovem inglesa que é um dos pilares do sucesso da equipe, e foi elogiada por Verstappen que enalteceu a calma com que Hanna, mãe de duas crianças, toma decisões certeiras em frações de segundo. Com a 8ª vitória em 13 corridas, Verstappen foi curtir as férias tranquilo com 80 pontos de vantagem sobre o vice, Leclerc.