POLEPOSITION

GP de Cingapura é um dos mais desafiadores da F1

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 02-10-2022 07:40 | 744
F1 está em Cingapura depois de três anos de ausência por conta da pandemia
F1 está em Cingapura depois de três anos de ausência por conta da pandemia Foto: Divulgação

A pandemia da Covid-19 separou a F1 de Cingapura por três anos. Na última vez que a categoria passou por lá, em setembro de 2019, a Ferrari teve um final de semana forte que resultou em dobradinha. Leclerc fez a pole e terminou em 2º, e Vettel mal sabia que aquela seria sua última vitória na F1. Atualmente na Aston Martin, o alemão corre pela última vez no Circuito Marina Bay, já que anunciou que vai se aposentar ao final da temporada.

O GP de Cingapura é um dos mais desafiadores para pilotos, engenheiros e mecânicos. Por trás do belíssimo cenário iluminado da corrida noturna da Cidade-Estado que estreou no calendário da F1 em 2008, há toda uma preparação especial dos integrantes que precisam trocar o dia pela noite, o que significa administrar o sono para estar no mesmo fuso horário da Europa.

Com as atividades de pista acontecendo à noite, significa que as reuniões entre pilotos e engenheiros após os treinos livres e a classificação avançam madrugada adentro. Então, todos vão dormir quando o dia está amanhecendo e só acordam no meio da tarde para outra jornada noturna.

Há um enorme desgaste físico-mental que requer três pilares de sustentação para aguentar o tranco nesses três dias de evento: administrar o sono, a alimentação e o condicionamento físico. É aí que entra o trabalho dos fisioterapeutas de cada piloto e nutricionistas das equipes.

O forte calor e a alta umidade do ar naquela região da Ásia aumentam o desafio da corrida que beira 2h de duração. Em 2019, Vettel venceu com 1h58min numa prova que teve três intervenções do Safety Car. 

Em 2019 os protagonistas eram outros. Verstappen que é a bola da vez foi o 3º colocado no campeonato. Hamilton que conquistou o hexa, hoje amarga a 6ª posição com 168 pontos, 35 a menos que o novo companheiro de Mercedes, George Russell, 4º colocado e único piloto do grid que terminou 15 das 16 provas entre os 5 primeiros. O único abandono de Russell foi no GP da Inglaterra ao ser atingido pela Alpha Tauri de Pierre Gasly na largada.

Embora seja meramente matemática, Russell, assim como o 5º colocado, Carlos Sainz, são os únicos que ainda possuem mínimas chances de serem campeões de 2022. Mas é apenas estatística, já que Verstappen pode conquistar o bicampeonato amanhã dependendo da combinação de resultados. Para isso ele precisa vencer a corrida, somar o ponto extra pela volta mais rápida, e Leclerc terminar de 8º para baixo, e Sergio Pérez não ir além do 4º lugar.

Outro cenário seria a vitória de Verstappen sem o ponto extra, mas com Leclerc terminando no máximo em 9º, e novamente Pérez não passando de 4º e sem marcar o ponto extra da volta mais rápida.

Qualquer outra combinação leva a disputa para a próxima etapa, no final de semana seguinte, em Suzuka, no Japão, casa da Honda que empurra os carros da Red Bull, embora rebatizados de Powertrains, já que os japoneses deixaram a categoria no final do ano passado, mas continuam dando assistência técnica para a equipe de Verstappen.

O GP de Cingapura está acontecendo pela 13ª vez e um detalhe que chama atenção é a intervenção do Safety Car em todas as edições, o que deixa os estrategistas sempre em sinal de alerta com um plano B para ser colocado em prática a qualquer momento.

Depois de anunciar o calendário do próximo ano com um recorde de 24 corridas, a Federação Internacional de Automobilismo confirmou nesta semana que o próximo campeonato terá seis corridas sprint nos sábados, três a mais que nesta temporada, o que significa que em 2023 a F1 terá 30 largadas.