Quando se fala em judô ou jiu-jítsu, o estereótipo é de uma modalidade que oferecerá recursos no caso de se sofrer um ataque, oferecendo a chamada autodefesa.
Claro que como artes marciais, este é um dos pontos integrantes da prática. Porém, o verdadeiro significado vai muito além de ataque e defesa. O judô e o jiu-jítsu não acabam ou começam no dojô.
Jigoro Kano, o criador do judô, em seu livro em Energia Mental e Física, descreve como trabalhou em 3 áreas principais ao desenvolver a modalidade:
O caráter. O desenvolvimento do intelecto. O relacionamento entre você, os outros e o meio ambiente.
De maneira similar, Hélio Gracie, o desenvolvedor do jiu-jítsu, nos diz que:
“O Jiu-Jitsu que criei foi para dar chance aos mais fracos enfrentarem os mais pesados e fortes.
E fez tanto sucesso, que resolveram fazer um Jiu-Jitsu de competição.
Gostaria de deixar claro que sou a favor da prática esportiva e da preparação técnica de qualquer atleta, seja qual for sua especialidade.
Além de boa alimentação, controle sexual e da abstenção de hábitos prejudiciais à saúde.
O problema consiste na criação de um Jiu-Jitsu competitivo com regras, tempo inadequado e que privilegia os mais treinados, fortes e pesados.
O objetivo do Jiu-Jitsu é, principalmente, beneficiar os mais fracos, que não tendo dotes físicos são inferiorizados.
O meu Jiu-Jitsu é uma arte de autodefesa que não aceita certos regulamentos e tempo determinado.
Essas são as razões pelas quais não posso, com minha presença, apoiar espetáculos, cujo efeito retrata um anti Jiu-Jitsu.”
Deste modo, como professor das duas modalidades, tenho a obrigação de passar adiante a o verdadeiro espírito dessas artes marciais, conforme a vontade de seus criadores.
Assim, é com grande satisfação que, utilizando esses preceitos para nortear a prática no nosso dojô, tivemos dois alunos graduados essa semana em São Sebastião do Paraíso.
Posso afirmar que sem os três pilares criados por Jigoro Kano e sem a filosofia de vida propagada por Hélio Gracie, é impossível ser graduado na nossa escola.
Mais que isso, o adulto deve ser além disso, exemplo para os menos graduados e principalmente para as crianças.
Deixo aqui os parabéns aos nossos alunos pelo excelente trabalho, dedicação e pelo exemplo que são dentro e fora dos tatames:
Eliel Martins - Faixa Azul, Thiago Donizete da Cruz - Faixa Azul. Glauco Fonseca - Faixa Roxa.
Exemplos de cidadãos, trabalhadores e, agora, de praticantes da arte marcial. Obrigado por confiarem no meu trabalho
Omedetô e arigatô.
Aquila Lanza de Paula