Emater-MG realiza levantamentos sobre as lavouras atingidas pelas chuvas de granizo
Por: Roberto Nogueira | Categoria: Agricultura | 13-11-2022 10:23 | 1315
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) está fazendo um levantamento das áreas atingidas pelas fortes chuvas de granizo registradas no estado no início da semana. As lavouras mais prejudicadas estão nas regiões da Zona da Mata, Alto Paranaíba e Sul de Minas. As tempestades ocorreram nos dias 7 e 8 de novembro, causando prejuízos aos produtores rurais, principalmente aos cafeicultores. Em São Sebastião do Paraíso em uma prévia estima-se que os danos tenham afetado 10% da área plantada atingida com danos mais agressivos.
De acordo com o Willem de Araújo, coordenador técnico estadual da Emater-MG, os técnicos continuam em campo realizando os levantamentos com o objetivo de fazer um mapeamento completo das lavouras afetadas. “Neste momento os técnicos de campo estão fazendo os levantamentos e relatórios das áreas atingidas. Tudo indica que as lavouras de café foram as mais prejudicadas, com chuvas de forte intensidade”, comentou.
Ele adiantou que em municípios como Cabo Verde e Campos Gerais, no Sul de Minas, por exemplo, onde houve uma chuva de granizo muito intensa os estragos foram mais graves.
No início da tarde de sexta-feira,11, a Emater-MG apresentou um balanço informando que as chuvas de granizo em novembro já atingiram 51 mil hectares de lavouras em Minas Gerais. O levantamento diz ainda que 7,4 mil produtores mineiros informaram que tiveram as propriedades atingidas pelo fenômeno. Conforme anunciado 106 municípios relataram a ocorrência das chuvas no período, sendo que as áreas atingidas estão nas regiões Sul, Sudoeste, Zona da Mata, Metropolitana, Central, Centro-Oeste, Alto Paranaíba, Triângulo Mineiro e Noroeste.
As áreas com plantios de café do estado foram as mais atingidas pelas chuvas, com um total de 26,6 mil hectares. Os municípios de São Sebastião do Paraíso, Campos Gerais, Campestre e Nova Resende, todos no Sul/Sudoeste do estado, foram os que registraram as maiores áreas com ocorrência de granizo. A Emater-MG informa que o balanço é relativo apenas às áreas atingidas e não significa que todas as lavouras foram perdidas, já que muitas delas poderão ser recuperadas.
Nas culturas de grãos (soja, feijão primeira safra e milho primeira safra), foram 22,5 mil hectares com registro das chuvas. Sacramento (Alto Para-naíba), Passos (Sudoeste de Minas) e Bambuí (Centro-Oeste) foram os municípios com as maiores extensões de lavouras. Além do café e dos grãos, o balanço da Emater-MG também mostrou que os plantios de hortaliças (908 hectares), citros (412 hectares), abacate (323 hectares) e outras frutas (233 hectares) também tiveram as áreas atingidas pelas chuvas do início do mês.
Em São Sebastião do Paraíso, a agrônoma e extensionista da Emater-MG, Sirlei Renata Sanfelice de Carvalho, informou na sexta-feira,11, que os levantamentos continuam sendo realizados não somente no município paraisense, mas também abrangendo toda a região. “Estamos em contato com a coordenação regional para fazermos um levantamento completo que vai até Cabo Verde e os dados seguem sendo coletados”, comenta.
Ela antecipa que são as informações giram em torno de duas situações diferentes com a ocorrência de duas chuvas intensas no início da semana. “Existem locais onde o granizo ocorreu e não teve muito dano e outra em que os estragos foram mais severos e não conseguimos ainda quantificar devido os trabalhos que continuam sendo realizados”, salienta.
Quanto a estimativa de dano real a prévia anunciada é de que cerca de 10% do parque cafeeiro do município pode ter sido afetado. “Isso representa em torno de 1.500 hectares. O que isso vai refletir em termos de perdas não conseguimos dimensionar ainda, justamente porque é preciso avaliar com calma a extensão dos danos se são lavouras em formação ou se são áreas com baixa produção para o ano que vem onde já existem lavouras que já estavam sentidas e não conseguiriam produzir”, acrescenta a representante da Emater-MG.
Sirlei Renata diz ainda que no município está sendo feito um trabalho em conjunto com o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável que estima que a área afetada possa ser até maior. “Estamos balizando nas situações em que foram causados grandes danos”, anuncia. Para a extensionista neste primeiro momento é possível mencionar cerca de 1.500 hectares de áreas atingidas. “São cerca de 10% de área atingida inicialmente”, completa.
ORIENTAÇÃO
A Emater-MG orienta que os produtores atingidos e que obtiveram crédito rural do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) devem procurar as instituições financeiras. Essas operações são cobertas pelo seguro do Proagro e Proagro Mais. O produtor deve comunicar as perdas ao agente financeiro, o mais rápido possível, para a indicação de um profissional para a vistoria da área afetada. A cobertura do seguro do Pronaf é para contratos de crédito rural renovados a partir de 1 de julho deste ano relacionados a safra 2022/2023.
A empresa também alerta para que os agricultores evitem qualquer atitude precipitada. Muitas áreas atingidas poderão ser recuperadas e vai necessitar de tratos culturais e algumas outras intervenções, mas que é preciso cautela e uma avaliação apropriada para se definir quais medidas devem ser tomadas. Além disso, o tratamento feito nas lavouras vai depender do tipo de cultura. Por isso, o recomendado é procurar assistência técnica especializada.
No início de outubro, produtores mineiros já tinham sido prejudicados também por chuvas de granizo. O levantamento feito pela Emater-MG na época indicou que 16,8 mil hectares de lavouras no estado foram atingidos, em 63 municípios. A maioria das perdas foi em lavouras de café.
Em São Sebastião do Paraíso a informação é de que as chuvas de granizo teriam atingido lavouras em toda a extensão do município e afetado as culturas nas mais diversas regiões produtoras.
