A temporada 2022 da F1 terminou na bandeirada do GP de Abu Dhabi do último domingo. Certo? Bem, terminou na terça-feira desta semana, ou melhor, foi 2023 que já começou!
Sim, pareceu confuso, mas não é. De fato, o 2022 da F1 terminou no domingo, e na terça-feira todas as equipes continuaram no Circuito Yas Marina para uma sessão de testes pós-temporada onde o principal foco foi testar os novos compostos de pneus que a Pirelli vai estrear no ano que vem. De quebra, novas caras já apareceram em seus novos lugares. Foi o caso de Fernando Alonso na Aston Martin no lugar do aposentado Sebastian Vettel, depois de dois anos na Alpine.
O novato Oscar Piastri, pivô da saída de Alonso da Alpine e que no fundo também deixou o time francês a ver navios, fez sua estreia na McLaren. Pierre Gasly que deixou a Alpha Tauri, testou pela Alpine no lugar de Alonso; Outro novato, Logan Sargeant que acabou de receber a superlicença da Federação Internacional de Automobilismo, uma espécie de carteira de habilitação para pilotar na F1, acelerou com a Williams.
Fim de temporada é um momento de descontração. Ao final do GP de Abu Dhabi circulou nas redes sociais um vídeo engraçado dos mecânicos da Mercedes amarrando o piloto reserva, Nyck de Vries em um carrinho de transportar pneus, e entregando-o aos boxes da Alpha Tauri, onde será titular no ano que vem.
Nico Hulkenberg, de volta à F1, acelerou o carro que era de Mick Schumacher, demitido da Haas. Pietro Fittipaldi, reserva da mesma equipe, também andou, assim como o outro brasileiro, Felipe Drugovich, campeão da F2, que pilotou a Aston Martin que recentemente o contratou para ser piloto reserva e de desenvolvimento a partir de 2023.
A temporada de 2022 corou Max Verstappen como novo bicampeão da F1, título conquistado por antecipação ainda no Japão, quando faltavam quatro corridas para o final do campeonato. Uma conquista irretocável de Verstappen que fechou o ano com o impressionante recorde de 15 vitórias superando a antiga marca de 13 vitórias numa mesma temporada que pertencia a Michael Schumacher em 2004, e Sebastian Vettel em 2013.
Para se ter ideia do que isso significa, em 1988 quando a McLaren pulverizou a concorrência com 15 vitórias nas 16 corridas da temporada, Senna ganhou 8 e Prost 7. Verstappen, sozinho, conquistou a mesma quantidade de corridas da McLaren naquele ano.
A Red Bull conquistou o campeonato de construtores, mas faltou a cereja do bolo que seria o vice-campeonato de Sergio Perez, que acabou ficando com Charles Leclerc, merecido, diga-se, apesar dos erros que cometeu ao longo do ano, das quebras que enfrentou e dos erros da Ferrari que se redimiu em Abu Dhabi e fechou a temporada com uma atuação decente, precisa nas estratégias e nos pit stops de seus pilotos. Um alento para o ano que vem.
Lewis Hamilton conheceu o outro lado da moeda em sua pior temporada desde que estreou na F1 em 2007, terminando o campeonato na 6ª posição e pela primeira vez ficou sem nenhuma pole e nenhuma vitória.
O ano que marcou a estreia do novo regulamento que tem como objetivo reduzir o grau de dificuldades de se ultrapassar com a volta do efeito-solo, cumpriu o seu papel. Segundo dados da Pirelli, houve um aumento de 30% das ultrapassagens em relação ao ano passado.
Em 2021, um dos mais espetaculares campeonatos de todos os tempos em que Verstappen e Hamilton chegaram empatados na última corrida e o título só foi decidido na última volta, houve 599 ultrapassagens, enquanto nesta temporada foram 785.
Um consolo para os amantes da F1 que entraram em abstinência desde o último domingo, é que 2023 é logo ali, a próxima temporada começa no dia 05 de março. Mas até lá teremos muitas coisas para comentar e projetar desta fantástica F1 aqui na coluna.