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Wegovy: medicação injetável para combate à obesidade

Por: Redação | Categoria: Saúde | 11-01-2023 08:13 | 453
Dra Leticia de Oliveira Médica Nefrologista e  Clínica Médica Lucano Clínicas
Dra Leticia de Oliveira Médica Nefrologista e Clínica Médica Lucano Clínicas Foto: Arquivo

Medicação muito falada na última semana devido a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como a primeira medicação injetável de aplicação semanal para tratar a obesidade do País. O tratamento com a caneta de semaglutida (2,4 mg) já tem seu uso liberado para fins de emagrecimento em outros países como Estados Unidos e Canadá. No entanto, especialistas recomendam que seu uso deve ser feito com supervisão médica.

O uso da substância - já aprovada para tratar o diabete tipo 2 no País, mas em dosagem menor - pode fazer com que pacientes adultos percam, em média, 17% do peso.

O medicamento tem grande importância para a saúde pública. Isso porque, segundo dados do Atlas da Obesidade, cerca de 30% da população brasileira deve ter obesidade até 2030. Atualmente, estima-se que aproximadamente 41 milhões de pessoas (cerca 20% do total de habitantes) convivem com a obesidade no Brasil.

EFICÁCIA NO COMBATE À OBESIDADE
Um dos primeiros estudos que indicou como a caneta pode ser útil para pacientes com obesidade, segundo especialistas, saiu na revista científica The New England Journal of Medicine em 2020. Os pesquisadores demonstraram que, junto de uma alimentação regrada e do aumento da atividade física, a dosagem semanal de 2,4 mg de semaglutida propiciou perda média de peso de 15,2%, ante 2,6% no grupo placebo. A dosagem usada para o tratamento da obesidade é quase o dobro dos 1,3 mg usados para tratar o diabete tipo 2.

Como resultado, a caneta, cujo nome comercial é Wegovy, recebeu aprovação no mesmo ano do estudo pela agência reguladora dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) para tratar o sobrepeso e a obesidade, um dos problemas mais recorrentes entre os americanos. O tratamento também recebeu aval da Europa e do Canadá.

Estudos mais recentes da Novo Nordisk, fabricante do produto, indicaram que pacientes que usaram a substância conseguiram uma perda média de peso de 17% em pouco mais de um ano, contra 2,4% no grupo placebo. Não houve ocorrência de efeitos colaterais graves nos estudos, mas foram houve relatos de eventos gastrointestinais, como náusea e vômito, o que reforça a necessidade de acompanhamento médico.

CANETA DE LIRAGLUTIDA
Este não é o primeiro medicamento aprovado pela Anvisa para tratar a obesidade. Outro agonista do receptor de GLP-1, a caneta de liraglutida, recebeu o aval em 2016. No entanto, diferentemente da semaglutida, ela é de aplicação diária.

Não há estudo comparativo entre a efetividade das duas substâncias para tratar a obesidade, mas uma pesquisa conduzida pela farmacêutica dinamarquesa apontou que a Saxenda pode diminuir a massa corporal em até 8% após administração por um ano - índice menor que o apresentado pela semaglutida.

DIFERENÇA ENTRE A WEGOVY E O OZEMPIC
O Wegovy, medicamento injetável de uso semanal, tem ação semelhante à do Ozempic, o primeiro a ter a autorização para o tratamento do sobrepeso e obesidade no país. Ambos são fabricados pela farmacêutica Novo Nordisk e devem ser administrados semanalmente por meio de uma caneta aplicadora da injeção subcutânea.

Além disso, os dois remédios contêm o mesmo princípio ativo, a semaglutida, um análogo ao hormônio GLP-1 produzido naturalmente no intestino. A substância atua em centros específicos no cérebro - uma região chamada hipotálamo - que controlam a fome e a saciedade. As principais diferenças entre o Wegovy e o Ozempic, no entanto, são a dosagem disponível e a indicação de uso.

O Ozempic recebeu aprovação da Anvisa em 2018 inicialmente para tratar pacientes com diabetes tipo 2 com doses semanais de 0,5 mg ou 1 mg. Logo ele também se mostrou eficiente na perda de peso, diminuindo os índices de obesidade. Já o Wegovy é aplicado em uma dose muito maior, por isso seus efeitos para a perda de peso são mais potentes.

Para atingir este resultado, o hormônio consiste em um agonista do receptor de GLP-1 que sinaliza ao cérebro a sensação de saciedade. A aplicação subcutânea deve ser feita uma vez por semana e já é testada cientificamente.

Os benefícios dessa medicação em relação às demais para perda de peso estão na perda de peso mais rápida e eficaz, menores ou até mesmo inexistentes efeitos colaterais, por agir no sistema digestivo pode apresentar náuseas, vômitos e redução do trânsito intestinal, mas não todos aqueles efeitos centrais das outras medicações como tontura, perda de sono, alteração da memória e atenção. Age apenas no sistema digestivo e não no cérebro, portanto mais seguro e podendo abranger um leque maior de pacientes a serem contemplados pela medicação.

Contra indicado apenas a gestantes, menores de 18 anos (por não ter sido testado) e pessoas com antecedente de pancreatite.

Se você ou alguém que conheça precisa perder peso, veja com seu médico de confiança a possibilidade no uso da medicação.

Dra Leticia de Oliveira - Nefrologia e Clínica Médica
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