Estamos apenas na segunda corrida do ano e os olhos da F1 estão voltados para Ferrari e Mercedes neste final de semana. A primeira é a mais direta adversária da Red Bull neste momento, mas ficou devendo na abertura do campeonato. A segunda tenta encontrar uma saída depois de insistir com um conceito de carro que não deu certo no ano passado. E vivendo o boom da corrida passada, no Bahrein, está a Aston Martin tirando o sono das duas. Lá na frente, a Red Bull apenas observa as três pelos retrovisores.
Um alento para Ferrari e Mercedes no GP da Arábia Saudita é o asfalto liso do Circuito de Jeddah que judia menos dos pneus, o oposto da ‘lixa’ que comeu a borracha de ambas no Bahrein. Sem o desgaste excessivo, aumentam as chances de, principalmente a Ferrari, andar mais próxima da Red Bull, como confia o chefe de equipe, Fred Vasseur, que disse acreditar que a escuderia italiana deverá estar mais próxima da Red Bull do que para a Aston Martin.
Mas o cenário não está sendo favorável e nem de tranquilidade nos boxes da Ferrari. Charles Leclerc vai perder dez posições no grid pela troca da segunda central eletrônica - cada piloto tem direito a duas por ano, e o monegasco já está na terceira. Não é só: Um rebuliço pelos lados de Maranello agitou os bastidores da F1 após o GP do Bahrein. David Sanches, um dos principais engenheiros de aerodinâmica da Ferrari, se demitiu por conta própria e circularam rumores de que outros nomes importantes podem deixar a equipe, entre eles o diretor de corridas, Laurent Mekies, e Enrico Cardile, o diretor técnico. Ambos estão sob enorme pressão, aponta o jornal italiano “Corriere della Sera”, enquanto Vasseur tenta apagar o incêndio garantindo que nenhuma das pessoas-chave vão deixar a equipe em breve.
A Mercedes precisa oferecer a Lewis Hamilton e George Russell um carro que permita ao menos lutar contra as Aston Martin de Fernando Alonso e Lance Stroll. Um novo projeto já está em estudos no túnel de vento, mas qualquer mudança significativa só deverá ser colocada no W14 em Ímola, sexta etapa do campeonato, em maio. Até lá Hamilton e Russell terão que se virar com o que tem em mãos, mas pelo menos o fantasma do asfalto abrasivo e as características do Circuito do Bahrein ficaram para trás.
O Circuito Jeddah Corniche
Às margens do Mar Vermelho, é a pista mais perigosa da F1. Algumas mudanças foram feitas para melhorar a segurança no velocíssimo traçado de 6.175 metros com 27 curvas e que não perdoa erros. A média horária em Jeddah só perde para Monza e é o segundo traçado mais extenso do calendário, atrás apenas de Spa-Francorchamps. É muita coisa para uma pista de rua. A corrida será noturna, iluminada por 2.000 luzes de led e a definição do grid, hoje, assim como a largada amanhã, acontecem às 14h, ao vivo na TV Band e Rádio Band News FM.
Como foi no ano passado?
Um atentado terrorista que explodiu um reservatório de combustível da Aramco, na sexta-feira pôs em risco a realização da prova. No sábado, Mick Schumacher, hoje piloto reserva da Mercedes, provou o gosto amargo dos muros de Jeddah com uma pancada violenta que por sorte saiu ileso. Sergio Pérez fez a pole position e a vitória foi de Verstappen depois de um duelo ferrenho com Leclerc.
Em quem mais ficar de olho?
Na Williams que evoluiu muito em comparação com o ano passado, no novato Logan Sargeant que fez estreia notória no Bahrein, na McLaren que andou para trás, mas o diretor técnico, James Key, acredita que o carro vai melhorar corrida após corrida com as atualizações que virão, em Fernando Alonso que foi a sensação na prova de abertura do campeonato com o 3º lugar com a Aston Martin, e na Red Bull, se tudo aquilo da primeira corrida foi em função das características da pista barenita, ou se o RB19 é mesmo um foguete assombroso.