Não creio, mesmo saindo do lugar comum. Conversa! Como todo mundo é igual? De onde tiraram essa ideia. Mas, cada qual é cada um. Entretanto, penso que a afirmação só teria sentido se assim fosse: Sentimento, todo mundo esconde. Sofrimento, todo mundo tem. Solidão, todos temos um momento. Pensamento, todos escondemos o nosso. Tempo, todos lutamos contra ele. Todo mundo é igual quando sente dor e perante a lei. Aí todo mundo é igual.
Veja bem, sendo diferente, todos somos uma pessoa. A escritora Clarisse Lispector, pensa que se todo mundo é igual, pelo sim e pelo não, ao menos no temperamento, tem um pouco de pimenta, não é todo mundo que gosta nem todo mundo que aguenta. Vejam, ser igual a todo mundo é esquisito e pensar que só o amor constrói porque dizem que amar é passar-se por bonzinho e tirar do outro o que precisa, deve ser, todo mundo faz igual.
Quer saber o que eu acho de ser todo mundo igual? Apesar das igualdades existentes, há muitas desigualdades. Isso sim, nas mesmas proporções, basta olharmos em nós mesmos, talvez mais desigualdades. O que seria do mundo se todas as pessoas fossem iguais? Primeiro, teriam as mesmas opiniões, seria muito confuso e sem graça.
É. Ser normal é normal? Ou ser normal é diferente? E ser diferente é ser igual? Com é complexo! Mas iguais é o que não somos, penso assim. Já o cantor, compositor e ativista britânico que fundou os Beatles, a banda de maior sucesso comercial na história da música popular, John Lennon, dizia que tinha o maior medo desse negócio de ser normal, e ele sabia muito. E morreu cedo. Et voilà (e lá vamos nós com esse negócio de ser igual).
Fernando de Miranda Jorge
Acadêmico
Correspondente da APC
Jacuí/MG – e-mail: fmjor31@gmail.com