Quem passou nos últimos dias pelo Largo São José, na região central de São Sebastião do Paraíso, deve ter notado uma diferença na paisagem local. Isso porque três grandes árvores que existiam na praça tiveram que ser cortadas pela Prefeitura. A situação gerou comoção em populares.
Diante do fato, o Jornal do Sudoeste entrou em contato com o secretário municipal de Meio Ambiente, Renan Jorge Preto, que explicou que, apesar da beleza e da sombra dos três exemplares “Sete Copas” centenários, eles estavam mortos e precisaram ser removidos para não causar problemas à comunidade.
O secretário reconhece o impacto visual causado com a remoção das árvores, contudo, ele afirma que o risco de acidentes na praça preocupava a administração. Há alguns anos, uma árvore em situação semelhante caiu no Parque da Lagoinha após uma forte ventania que acabou atingindo veículos, que ficaram destruídos. “Elas eram muito grandes e antigas, mas, quanto mais tempo a árvore morta passa em pé, mais existe o risco de queda, pois a madeira apodrece e pode causar um acidente sério, visto que as árvores estavam em um bairro completamente ocupado e que tem bastante movimento de pedestres, no ponto de ônibus e de crianças e adolescentes que vão para a escola. O motivo da retirada foi a precaução”, explica.
Além dos riscos, Preto esclarece que as árvores removidas já não cumpriam mais as suas funções ambientais, como, por exemplo, melhorar a umidade do ar, retirar gás carbônico da atmosfera e devolver oxigênio, abrigar a fauna e, no caso da zona urbana, de embelezar o espaço.
E essa não foi a primeira vez que árvores centenárias precisaram ser removidas do Largo São José. Segundo o servidor, no ano passado, durante o período chuvoso, a secretaria de Meio Ambiente chegou a realizar o corte duas árvores mortas naquele local depois que moradores próximos alertaram a Prefeitura sobre o risco de queda.
Questionado se uma possível falta de manutenção nos últimos anos poderia ter sido a causa da morte dessas e de árvores de outras praças de Paraíso, o secretário afirma não acreditar na hipótese, apesar de ainda não ter identificado o problema que levou à derrubada das espécies. “Não vou falar que não tivemos mortes dessa natureza, mas se morreram, foram poucas. Nesses casos, o que costuma matar por falta de manutenção é a erva de passarinho, mas nós temos poucos casos assim na cidade. Tem alguma praça que pode ter árvore com ervas, como na praça do cemitério, mas nem toda erva é danosa. Sobre a morte das árvores do Largo São José, ainda não podemos afirmar que foi uma doença que atingiu todas de uma vez ou, então, se foi até um envenenamento, já que as três morreram de uma vez. É pouco provável, mas não podemos descartar”, afirma o responsável pela pasta.
O secretário também faz questão de tranquilizar a população a respeito da ausência de vegetação no Largo São José. De acordo com Preto, a intenção da secretaria de Meio Ambiente é fazer o plantio de novas árvores nos locais onde as antigas árvores estavam logo no início do período chuvoso, provavelmente no mês de outubro. Assim, conforme explica, não há risco de os novos exemplares morrerem por falta de água. “Essa é a estação propícia para a pega da muda”.
Por se tratar de uma praça, a ideia da secretaria é plantar três espécies variadas, sendo pelo menos um ipê e uma árvore frutífera. “Temos condições e área para termos grandes árvores. Vamos ter, também, um exemplar de fruta, que não necessariamente precisa ser tão grande, mas que possa produzir frutos para a população e para a fauna local. Estamos pensando em uvaia, pitanga ou amora”, conclui.