POLEPOSITION

Balanço de julho

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Entretenimento | 06-08-2023 09:44 | 2273
Não fosse o binômio, Red Bull-Verstappen, teríamos um campeonato equilibradíssimo
Não fosse o binômio, Red Bull-Verstappen, teríamos um campeonato equilibradíssimo Foto: DHL Motorsport

A F1 está em férias. Depois de uma primeira metade exaustiva, é hora de recarregar as baterias para o que vem pela frente. E será pauleira. Na volta, no último final de semana de agosto, até Abu Dhabi em 26/11, serão dez corridas em 14 semanas de um campeonato que praticamente já tem um campeão. A questão é apenas saber onde Max Verstappen irá carimbar o tricampeonato. O holandês vem assombrando a F1 com uma sequência interminável de vitórias dele e da Red Bull. Já são 8 vitórias seguidas de Max que não sabe o que é perder uma corrida, ou Sprint desde o dia 7 de maio, em Miami. Falta uma para ele igualar o recorde de maior número de vitórias consecutivas na F1 que pertence a Sebastian Vettel, em 2013, com a mesma Red Bull que na Bélgica atingiu a inimaginável sequência de 13 vitórias seguidas (12 em 2023), pulverizando a marca que pertencia à McLaren que em 1988 ganhou 11 corridas consecutivas com Ayrton Senna e Alain Prost.

O que mais impressiona é a quantidade de pontos somados por Verstappen até aqui: 314. São 125 a mais que o companheiro Sergio Perez, vice-líder. Sozinho, Verstappen tem mais pontos que a vice-líder do Mundial de Construtores, a Mercedes, que somou até aqui 247 pontos com Hamilton e Russell. 

Julho foi um mês movimentado na F1 com quatro corridas e duas Sprint. Verstappen, claro, capitalizou quase tudo para si: duas pole positions, 4 vitórias, uma pole e as duas Sprints, e três voltas mais rápidas. Mas é atrás dele que a disputa ganha emoção.

Quarenta pontos separam o vice-líder, Perez do 3º colocado, Alonso. Pode parecer muito, mas não impossível de ser alcançado. Perez viveu dias difíceis a partir de Miami, mas conseguiu engrenar em julho marcando 63 pontos e ganhando um respiro muito por conta da queda de rendimento da Aston Martin de Alonso que não foi nenhuma vez ao pódio neste mês, com desempenhos bem abaixo da regularidade que vinha obtendo desde o início da temporada. O espanhol somou apenas 32 pontos em julho e tem a 3ª posição no campeonato ameaçadíssima por Lewis Hamilton que vem em ascensão com a Mercedes e somou 46 pontos, ficando apenas um atrás de Alonso: 149 a 148.

Abaixo deles, empate na 5ª posição entre Charles Leclerc e George Russel com 99 pontos. Aos trancos e barrancos com a Ferrari que dá cabeçada para todos os lados, Leclerc somou 45 pontos no mês passado e Russell, ao contrário de Hamilton, ficou devendo ao somar somente 34. E quem deu uma arrancada espetacular depois de um começo de campeonato para ser jogado no lixo foi a McLaren que arrancou 86 pontos (57 de Lando Norris e 29 do estreante Oscar Piastri), passando a ser a nova sensação do campeonato.

Depois da Red Bull, a McLaren foi a equipe que mais somou pontos em julho: 86, contra 80 da Mercedes, 69 da Ferrari e 42 da Aston Martin. Só para efeito de comparação, a Red Bull somou 182 pontos, 119 deles com Verstappen e 63 com Perez.

Viu como é o binômio, ‘Red Bull-Verstappen’, que está dividindo a F1? Como disse George Russell após o GP da Hungria, “Verstappen faz parecer que só ele corre de F1 e o restante do grid de F2”. Sem essa junção, de um piloto espetacular e um carro que tende a entrar para a história como o melhor de todos os tempos que a F1 já teve, teríamos um campeonato incrivelmente equilibrado.

Verstappen vive uma fase tão esplen-dorosa que o sempre polêmico Helmut Marko, mandachuva da Red Bull, disse que “no momento, somente Hamilton e Alonso seriam capazes de chegar perto de Verstappen com o mesmo carro, mas nenhum deles conseguiria vencê-lo”. Será mesmo?!

E teve também quem despencou pelas tabelas em julho. A Alpine foi uma delas, apenas 13 pontos e no apagar das luzes para as férias de agosto, fez um ‘limpa’, demitindo o chefe de equipe Otmar Szafnauer, o diretor esportivo Alan Permane, e o projetista Pat Fry. E na Alpha Tauri, lanterna do campeonato, custou a cabeça do estreante Nyck de Vries para dar lugar a Daniel Ricciardo.