POESIA

Preces da Plenitude

Por: . | Categoria: Comércio | 18-11-2023 00:10 | 985
Foto: Arquivo

Que seja guardado o encanto,
Do desejado imposto, do fim do pranto,
E a plenitude da ida da saudade.
Posto, que haveria de viver em virtude,
Seja qual fosse a determinada idade. 

Que seja bom o ar que respira,
E que seja grato, pelo passado que passou.
Que a calma seja a única coisa em que a mente pira,
E que ria o riso que empolgou,
E que chore o choro manso de dor comum. 

Que na vida, sejamos o número um.
E que na morte, enfim, a iluminação.
Que esteja guardado em cada coração,
A sorte de viver em harmonia. 

Colocado que quando menor,
As preces que fazia,
Que num futuro dali distante,
Hajam de ser realizadas.

A vida inveja é essa.
Como há de odiar o único corpo que tens?
Como há de querer fugir da família que tu vens?
Como há de odiar a vida se mal ainda nem viveu? 

E morreu?
Morreu em ti o desejo de conhecer o mundo?
De provas das várias línguas e sabores oriundos?
De vagamundar por aí junto doutros vagamundos?

Me perdoem, senhores.
Mas não posso. 
Não aceito o fato de que o mundo é nosso,
E apenas nos desvairamos dele 
Dentre falsas ilusões.

Tenham ciência de que os Deuses de lá de cima,
Nos invejam.
Pois nos criaram com tanto arquejo,
Que se exaltaram a ver vossas obras perfeitas. 

Somos invejados pelas divindades,
Por conta de que somos efêmeros.
Nascemos e morremos.
Tudo é único, tudo é belo.

O sorriso mais sincero é atemporal enquanto vivo.
E enquanto morto, há de ser lembrança.
Somos efêmeros prometendo o eterno,
Somos ingênuos buscando a sabedoria.

O fato, é que o mundo é cheio de contradições.
Por isso, devemos ser feitos de desapego.
O desapego em si não é repudiar o mundo,
É saber que ele é belo
Sem o possuirmos.
Por: Rafaela Reis