Joel Muricy
No dia 17 de janeiro de 1925, alguns paraisenses que idealizavam a formação de um grande Colégio, receberam na estação da Velha Mogiana, algumas religiosas chefiadas por Madre Olga Albuquerque. As Irmãs da Imaculada Conceição, que, à época prestavam serviços ao Hospital da Santa Casa, hospedaram as visitantes. Dentre os conterrâneos que se esforçavam para erigir a escola, encontravam-se o Monsenhor Felipe da Silveira, Francisco Sales Neves e Coronel João Vilela de Figueiredo Rosa.
O prédio que seria destinado a isto, era a casa onde o professor Nixon já mantinha a Escola Normal e que, posteriormente veio a ser o Hotel do Comércio, depois a Escola de Comércio e a Rádio Difusora.
Atendendo às famílias que desejavam confiar suas filhas às Irmãs, abriu-se um externato com trinta e duas alunas, sendo quatro semi-internas.
Ressalte-se que o Coronel João Alves de Figueiredo Junior, diligenciou junto ao professor Nixon, adquirindo por quinze contos de réis, a antiga Escola Normal, doados por ele próprio, e foram tomadas providências para que o governador do Estado, Melo Viana, após enviar fiscais do ensino, realizou a equiparação da Escola, de acordo com a lei em vigor.
O prédio onde se encontra o Colégio Paula Frassinetti foi construído pelo engenheiro Francisco Travassos. A primeira ala ficou pronta e as Irmãs para lá se foram em 20 de junho de 1927.
Seria perigoso citar os nomes de todos os paraisenses que auxiliaram na edificação e manutenção desse grande estabelecimento de ensino. Foram tantos, que se tem o receio de omitir o nome de alguns deles. O certo é que sua memória há de ser sempre respeitada.
Eis, em breves traços históricos, o passado diante de nós.
Não seria preciso descer a minudências, pois, corre-se o perigo de fazer propaganda chula e barata.
O próprio Colégio, por sua importância e eficiência, é a sua própria recomendação.
Falar dos inúmeros benefícios trazidos à Cidade e região seria fastidioso e inútil, porque tudo que foi feito em matéria de instrução e educação, e está sendo feito até hoje, mostra bem a seriedade e a grandeza desse estabelecimento de honrosas tradições.
Este jornal deseja que as Irmãs Doroteias prossigam na missão de ensinar, um dos aspectos mais nobres da religião e do patrimônio, tão abalados nos tumultuados dias que fluem.
Jornal do Sudoeste, edição 3 de junho de 1989