PARAÍSO 202 ANOS

Também foi só

MEMÓRIA PARAISENSE
Por: . | Categoria: Cidades | 21-10-2023 09:07 | 488
Foto: Arquivo/Reprodução

“Glória a Deus nas alturas e paz na terra, aos homens de boa-vontade”, foi como senhor Prefeito Geraldo Froes, representando a pomba-bíblica, com o ramo de oliveira no bico, apartou a briga de dois namorados, os novidos, tipo século XX que às oito e meia da noite em 26 de dezembro de 1950 se engalfinharam à vista de intensa multidão na Praça Comendador José Honório, promovendo o mais engraçado espetáculo público do ano.

Ela, a noiva é M. S., 19 anos. Ele é Júlio, ambos daqui, residindo porém o “Romeu”, em Bento Quirino, onde trabalha.

O noivo veio aqui passar as festas. E, com a noiva fazia o “footing” no jardim. Mas a noiva achou que, um é pouco, dois é bom, três é demais. E jogava olhares duvidosos para o outro namorado, o que percebeu o noivo, interrogando-a, com aspereza. Mas a Maria confirmou, que também gostava do outro. O noivo, Júlio, reprovou o gesto, e despejou a mão na cara da Maria. E Maria, que não é nenhuma pamonha, meteu a direita no pé do ouvido do Júlio.

A coisa ferveu. O povo aglomerou, rasteiras foram dadas e a coisa pegou fogo. Foi quando o Prefeito Geraldo Froes apartou os “pombinhos” alvoraçados e o senhor Domingos Sposito, digna autoridade policial, conduziu o noivo valente para o lugar onde o sol nasce quadrado.

Também foi só.

“O Cruzeiro do Sul”, edição de 1.º de janeiro de 1951

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