MEMÓRIA PARAISENSE

Ausência sentida

Por: . | Categoria: Cidades | 20-10-2023 09:23 | 66
Foto: Arquivo

A gota d’água em relação ao calamitoso momento de insegurança em que estão vivendo os paraisenses, aconteceu esta semana. Calamitosa, sim, pois não se pode conceber o número de furos de veículos registrados ultimamente. Aliás, não é de agora que estamos denunciando, repetidas vezes, este fato. Entrava por um ouvido, saía pelo outro. Precisou que se alastrasse o rastro de prejuízos para se articular alguma providência. Trancas estão sendo colocadas, assim esperávamos, depois de muitas portas terem sido arrombadas. Todavia, antes tarde, que nunca.

Na realidade, a grande culpa deve ser creditada ao governo estadual, pois, deixar um policiamento reduzido, a pé, de mãos e pés atados, é incrementar a criminalidade. Por motivos os mais diversos, apenas um delegado ficou respondendo pela Delegacia local, acumulando funções, e sem nenhuma cobertura. Isto foi denunciado, e bem sabemos que tudo aquilo que é dito, ou escrito, chega às mãos tanto do comando Militar, quando do da Polícia Civil. Conhecedores da situação, omitiram-se.

A respeito, em boa hora assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Minas Gerais o coronel Expedito Orsi Pimenta. Conhecedor das carências e potencialidade de Paraíso, o secretário já havia manifestado desde sua posse, seu intento em trabalhar com afinco na solução dos problemas.

Entende-se que ainda num período de “colocar a casa em dia”, o coronel Expedito Orsi Pimenta atendeu a contento as reivindicações da coletividade paraisense. Recobrou-se o ânimo, e respira-se mais aliviado. É só colocar em prática os planos arquitetados.

Voltando ao nosso pensamento inicial, louvamos a união de esforços que resultou no atendimento das reivindicações. Mencionar nomes seria temeroso, pois, poderíamos incorrer em falha. De parabéns estão, Executivo e Legislativo municipal, Judiciário, Clubes de Serviços, Lojas Maçônicas, Associação Comercial e Industrial, Ministério Público, Ordem dos Advogados e paraisenses que se preocupam com a segurança para o município, independentemente de cargos ou funções.

Salientamos o empenho do Delegado Regional, Régis Reis Ferreira, que numa prova inconteste de zelo profissional, aquiesceu convite, se fazendo presente à reunião decisiva, falando claro e abertamente. Lamentamos tão somente a ausência do comandante da 81.ª Cia. De Polícia Militar em São Sebastião do Paraíso, ou, de um representante fardado. Afinal, foi oficializado o pedido para que a Polícia Militar se fizesse presente, exatamente para tratar de assunto pertinente a algo que lhe diz respeito. Nada mais justo que comparecer, ouvir e explicar. Assim, parece que tem vida, ainda, o famoso ditado antigo: “O perigo comum engendra a concórdia”.

Editorial do

Jornal do Sudoeste,

publicado na edição

de 19/08/1989