ELEIÇÕES 2024

Rildo Domingos é pré-candidato à prefeitura de Paraíso pelo PT

Por: Ralph Diniz | Categoria: Política | 13-04-2024 06:00 | 1711
Atual tesoureiro do SEMPRE, Rildo voltou ao PT para disputar as eleições municipais de 2024
Atual tesoureiro do SEMPRE, Rildo voltou ao PT para disputar as eleições municipais de 2024 Foto: Divulgação

O Partido dos Trabalhadores definiu o nome do funcionário público municipal Rildo Domingos da Silva como pré-candidato da sigla à prefeitura de São Sebastião do Paraíso para as eleições deste ano. Conhecido por defender a bandeira do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de do Paraiso (SEMPRE), Rildo surge como primeiro adversário do atual prefeito e já anunciado pré-candidato à reeleição, Marcelo Morais – PSD.

Aos 53 anos, o paraisense Rildo volta ao Partido dos Trabalhadores depois de uma temporada afastado da política, sua última participação em pleitos municipais aconteceu em 2016, quando atuou nos bastidores na eleição que marcou o embate, voto a voto, entre José Luiz Corrêa (PT) e Walker Américo de Oliveira, que acabou vencendo o petista em uma das disputas mais acirradas pela prefeitura nos últimos tempos.

Agora, oito anos depois, Rildo volta ao partido com novo fôlego e, entre seus ideais, estreitar os laços entre o Poder Executivo e os servidores públicos municipais. Em entrevista concedida ao Jornal do Sudoeste, o petista fala sobre sua decisão de ser pré-candidato à prefeitura, seu trabalho à frente do sindicado dos trabalhadores, a movimentação do grupo para a escolha do nome que irá compor sua chapa e, ainda, avalia o atual cenário político paraisense.

 

Jornal do Sudoeste: O senhor foi filiado ao PT no passado, e depois deixou a sigla. Por que voltou? Tem a ver com essas eleições?

Rildo Domingos: Eu me filiei ao Partido dos Trabalhadores há mais de 15 anos. Eu morava nessa época no estado de São Paulo, e o PT, com a sua filosofia de trazer o trabalhador para próximo do debate, para dentro do debate, inteirar, interagir, fazer com que o trabalhador pudesse interagir com as decisões, com o rumo da sua sociedade, da sua comunidade, me fez me apaixonar por isso.

Posteriormente, eu voltei para Paraíso, minha terra natal, e participei das eleições de 2016 como tesoureiro do PT, quando tivemos uma expressiva votação para prefeito. Depois disso, com a mudança de direção e prevendo que a nova diretoria poderia tomar alguns rumos que não estavam de acordo com a visão que tínhamos aprendido lá atrás, deixei o partido. Voltei recentemente devido a convites do diretório e de amigos. Também voltei porque vi a oportunidade de apresentar para a nossa população a condição de termos uma participação popular no governo municipal. Fazer um governo em que as pessoas participem, de fato, com ato e estrutura, não somente em palavras.

Eu vejo nesta eleição uma grande oportunidade para isso, para que o poder de governar uma cidade não fique nas mãos de um ou dois e fechado entre quatro paredes, mas que a população possa, de forma estruturada e organizada, participar das decisões e dos rumos que a cidade vai tomar.

 

“JS”: O senhor é conhecido na cidade pelo seu trabalho no SEMPRE. Há quantos anos está no sindicato e por que decidiu por esta causa?

Rildo: Eu recebi o convite para ingressar no sindicado há mais de uma década que, à época, foi feito pela então presidente Rejane Tenório. Eu comecei como suplente de diretoria, depois fui segundo secretário e cheguei à presidência do SEMPRE. Hoje, ocupo o cargo de tesoureiro.

E nesse período todo, o que sempre nos pautou, sempre nos movimentou a trabalhar foi a visão de que o sindicato é a última trincheira na defesa do direito do trabalhador. Nós sempre nos pautamos por isso, sempre que vamos à mesa para negociar, essa é a nossa prioridade. E temos conseguido muita coisa. Veja que na gestão passada [durante o governo Walkinho], nós conseguimos a promoção extraordinária, que abarcou vários servidores.

E, agora, na atual gestão [do prefeito Marcelo Morais], buscamos a promoção automática, e cujo projeto estava parado há mais de uma década. Foi uma conquista muito importante para todos e nós conseguimos isso mobilizando os servidores através das comissões setoriais. Nosso trabalho sempre foi impedir que essa trincheira fosse transposta, para que a categoria não sofresse prejuízos que muitas vezes poderia ser irreparável.

 

“JS”: O que lhe convenceu a ser pré-candidato a prefeito de Paraíso?

Rildo: Foi a oportunidade de oferecer a São Sebastião do Paraíso algo que eu creio que nunca foi apresentado, que é trazer uma forma de governar, como diz a palavra “democracia”, que é tão falada, é tão apregoada, mas que na realidade não se vê tanta realidade disso, que é o governo do povo, para o povo e pelo povo. Como: através das comunidades, associações de bairros, conselhos de bairros, enfim, a população ter uma participação maciça nas decisões do governo municipal.

 

“JS”: O PT já tem um nome a possível vice da chapa?

Rildo: No momento, nossa federação, formada pelo Partido dos Trabalhadores, PV (Partido Verde) e PC do B (Partido Comunista do Brasil) busca um nome que defenda a mesma visão, as mesmas propostas e os mesmos ideais que nos regem. Será uma escolha que, acima de tudo, seja democrática, seja uma aliança que preze pela democracia, que defenda o governo do povo, para o povo e com a participação do povo. O que tem que se levar em conta nesse momento que a federação não abre mão disso.

 

“JS”: O atual governo federal é do PT. O senhor acredita que, caso seja eleito em outubro, isso poderia ajudar Paraíso a obter mais recursos junto aos ministérios do Lula?

Rildo: Independentemente de quem esteja no governo municipal, seja aliado ou até mesmo oposição, o PT preza, primeiramente, em atender os anseios da sociedade, da nossa Nação. E veja bem: mesmo não tendo um cargo público, recentemente o diretório municipal do PT conseguiu, com bastante esforço, a aprovação de recursos de mais uma creche que será construída em Paraíso, no local onde haver maior necessidade da população.

E o PT tem esse modo de trabalhar, independente de qual seja a bandeira partidária daquele que está na gestão. Se o prefeito solicita ao governo federal, com certeza ele vai conceder. O que não pode ser é mesquinho, bairrista, dizer que “eu não gosto do PT, então não vou lá pedir nada em Brasília”. Isso tem que ser banido de uma vez por todas da política. As ações precisam ser políticas, não partidárias. Elas devem ser em prol da comunidade, não de um grupo.

Eu creio que, como o nosso diretório já tem esse trabalho, caso o governo municipal seja do PT, isso não será diferente. Na verdade, será ainda mais ampliado. Teremos mais condições, porque temos mais conhecimento. Teremos uma visão não só do micro, como também do macro da real situação. Repetindo: o PT sempre esteve de portas abertas, independente de quem esteja no governo. O que precisa fazer é deixar de política bairrista.

 

“JS”: Como o senhor avalia o atual cenário político paraisense?

Rildo: O cenário atual clama para que surja em Paraíso um projeto político e uma atuação política de participação popular, onde o poder não fique centralizado em uma ou duas pessoas. Vou usar uma analogia para explicar: um jogador de futebol é meio-campista. Então, ele vai fazer o lançamento; vai distribuir a bola para que o centroavante faça o gol. E tem o goleiro, que fica lá atrás na retaguarda, vai defender para o time não sofrer o gol. Ele não pode querer bater o pênalti. Um time de futebol ainda tem o ponta esquerda, o zagueiro, cada um em sua função. Um jogador não pode bater o escanteio, correr para a área e cabecear. Isso é inadmissível.

Veja bem: tem que haver a distribuição das responsabilidades. Um grande gestor, um bom gestor faz isso. Ele administra, ele delega e ele confia aquilo que ele delegou aos seus subordinados, aos seus colaboradores. Então, o que eu vejo no cenário político de São Sebastião no Paraíso é a grande necessidade disso hoje: a implementação de um governo participativo popular, daqueles e daquelas que contribuem, que são os munícipes.

 A cidade se desenvolve não é por causa de uma ou duas pessoas. Ela se desenvolve com a participação de todos. Aquele que está à frente da gestão tem que ter essa visão e trazer mais pessoas que querem contribuir, que querem construir uma cidade próspera, onde os problemas sejam resolvidos por meio da participação popular.