ARBORIZAÇÃO URBANA

Secretário de Meio Ambiente fala sobre desafios da arborização urbana em Paraíso

Renan Jorge Preto esclarece as razões técnicas por trás dos cortes de árvores de praças do centro, grandes podas e plantio de novas mudas na cidade
Por: Ralph Diniz | Categoria: Cidades | 15-05-2024 05:01 | 942
Secretário reconhece que algumas podas podem parecer agressivas, mas explica que elas são ajustadas ao tipo de árvore
Secretário reconhece que algumas podas podem parecer agressivas, mas explica que elas são ajustadas ao tipo de árvore Foto: Arquivo JS

Em São Sebastião do Paraíso, o manejo das árvores urbanas tem sido motivo de preocupação debate entre populares, especialmente após cortes significativos em locais como a Praça São José, em agosto do ano passado. Diante de questionamentos de parte da população, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente explica como tem atuado na manutenção das espécies e replantio dentro da cidade.

Sobre os cortes das árvores que eventualmente ocorrem na zona urbana de Paraíso, Renan Jorge Preto, secretário Municipal de Meio Ambiente, explica que essas ações são preventivas e baseadas em critérios técnicos. Segundo ele, trata-se de uma medida de segurança, necessária para evitar danos a propriedades e possíveis acidentes com pedestres. “Quando uma árvore cai, o risco é grande. Por isso, agimos para evitar tragédias,” afirma. Ele destaca que as decisões são feitas após avaliações que indicam riscos potenciais, como doenças ou danos estruturais nas árvores.

O secretário também menciona a interferência das árvores com infraestruturas urbanas como motivo para intervenções. “Problemas com fiação elétrica, calçadas e redes de esgoto e água são comuns. Árvores com raízes que danificam esses equipamentos urbanos precisam ser gerenciadas para garantir a segurança e a acessibilidade,” explica. Ele reforça que, nesses casos, a remoção ou poda das árvores é um dever da administração municipal.

A poda, outra questão frequentemente, levantada pela população, é descrita pelo secretário como uma necessidade para manter a funcionalidade da infraestrutura elétrica e a saúde das próprias árvores. “As podas são realizadas conforme a necessidade de cada espécie e são essenciais para evitar interrupções e danos à rede elétrica,” diz ele, reconhecendo que algumas podas podem parecer agressivas, mas são ajustadas ao tipo de árvore. Ele ainda ressalta que, nesses casos, a responsável pelo corte é a Cemig.

Sobre os parasitas e outras plantas que crescem em muitas das árvores espalhadas pelas praças e outras áreas públicas de Paraíso, Renan admite que ainda falta uma estratégia efetiva de prevenção, contudo, a secretaria tem buscado soluções para reduzir os danos que algumas espécies acabam causando. “Estamos trabalhando para melhorar o manejo das espécies parasitas que podem prejudicar a saúde das árvores,” comenta, indicando a complexidade de manter a saúde arbórea na cidade.

Sobre o projeto “Arborizando Paraíso”, criado pela atual gestão com o objetivo de plantar novas árvores por todo o município, o servidor explica que centenas de mudas já foram plantadas nos últimos três anos, contudo, o processo de crescimento de uma árvore é lento e que, por isso, a população se frustra por não ver o resultado que se esperava “de uma hora para outra”.

Conforma explica, uma árvore leva mais de dez anos para atingir a maturidade. “Enquanto o corte de uma árvore doente acontece da noite para o dia, o crescimento de uma nova leve muitos anos. Isso traz a percepção de que as mudas não estão crescendo, o que não é verdade. O impacto do corte é muito maior”.

Renan Jorge Preto também lamenta o fato de parte das novas árvores plantadas pela Secretaria de Meio Ambiente no perímetro urbano de Paraíso ser alvo de vândalos, que arrancam e matam as mudas, dificultando o processo de arborização da cidade. Segundo ele, cerca de dez por cento das pequenas árvores plantadas são destruídas logo em seguida por populares. “Enquanto muitos exigem mais árvores, outros, com atos de vandalismo, comprometem os nossos esforços,” conclui.