GRATIDÃO

Curado por Doutor Quinzinho, idoso se emociona ao dizer de sua gratidão

Por: Nelson Duarte | Categoria: Cidades | 12-07-2024 13:37 | 1190
Senhor Atílio Rodrigues da Silva
Senhor Atílio Rodrigues da Silva Foto: Reprodução

Um dos mais ilustres paraisenses por sua atuação profissional, visão humanitária, intelectualidade que era abrangente e muito contribuiu para com o progresso e bem-estar do município, foi o médico Dr. Joaquim Alves Pinto, Doutor Quinzinho, que escreveu com letras maiúsculas sua trajetória terrena. Clínico-geral e cirurgião, formado pela Faculdade Nacional de Medicina do Rio de Janeiro, sua habilidade em diagnosticar, e de igual maneira, no uso do bisturi, o fez reconhecido não apenas regionalmente. Sua tese defendida para o doutorado, sobre “Tratamento Cirúrgico da Tuberculose Pulmonar” teve repercussão no Brasil e em faculdades no Uruguai e Argentina.

Ao se formar, foi convidado a permanecer na faculdade como professor assistente. Preferiu retornar à terra natal, e aos 26 anos, assumiu a chefia da primeira enfermaria para mulheres na Santa Casa de Misericórdia, onde posteriormente foi provedor por alguns profícuos mandatos.

Relatos sobre Dr. Quinzinho no exercício da medicina ressaltam sua competência e dedicação, e protagonismo ao solucionar uma infinidade de casos avaliados como de difícil solução, reabilitando pacientes para vidas saudáveis, como ocorreu com o senhor Atílio Rodrigues da Silva, natural de Jacuí, desde 1966 residindo em Inhumas, Estado de Goiás.

Recentemente, seu filho José Atílio ao ler matéria sobre Dr. Quinzinho, publicada pelo Jornal do Sudoeste em outubro do ano passado, autoria do médico Dr. Antônio Westin, entrou em contato com nossa redação. Disse da gratidão a Doutor Quinzinho, não apenas de seu pai, mas de toda a família. “Foi muito importante em nossas vidas, e por vezes vi meu pai emocionar-se ao falar sobre ele”, afirmou.

“Doutor Quinzinho me operou por três vezes, e nunca foi por dinheiro. A primeira vez fiquei internado quatro meses, a segunda três, e fez tudo de graça, hoje estou com 89 anos”, explicou senhor Atílio.

Ele conta que ainda criança, aos oito anos, foi trabalhar na lavoura, junto ao seu pai e irmãos. Recorda que fazia alguns dias que não chovia, e estava muito calor. “Eu estava descalço, sem chapéu, com o corpo muito quente, e meu irmão me pediu para buscar meia cabaça de água. Fiquei pisando no barro, na beira d’água, o que me provocou uma “constipação” da perna esquerda e ao fui para casa sentido dores. Eu era sadio, não tinha nada, a perna ficou vermelha e foi piorando. Fiz uso de penicilina durante oito dias, mas continuei doente. Um médico em Jacuí, explicou que eu teria que fazer raspagem, fui internado na Santa Casa de Paraíso e um pedaço de osso já saía de minha perna. Doutor Quinzinho me operou e acompanhou o tratamento durante quatro meses em que fiquei internado. Voltei para casa, sarado, para trabalhar”, conta senhor Atílio.

Dez anos se passaram, a inflamação reapareceu, bem menor que a primeira. Nova internação na Santa Casa, e foram mais de sessenta dias para se recuperar. Senhor Atílio conta que após a primeira cirurgia, dos oito aos dezoito anos passou a pisar com a ponta do pé, e isso o fez entortar para a lateral. “Pedi ao Doutor Quinzinho para me operar, e ele concordou em fazer uma avaliação, adiantando que se a junta tivesse crescido não poderia ser feita a cirurgia. Fui operado, fiquei mais um mês internado, e saí normal”, disse emocionado, Senhor Atílio.

Conforme destacou Dr. Antônio Westin em seu artigo, “Dr. Quinzinho sempre foi dotado de uma característica descrita como inquietude intelectual”, acompanhada de grande flexibilidade de ideias. Cultura humanística, filosófica e médica extensa e variada. Conhecedor profundo da medicina, fonte de consulta de todos, sobre qualquer assunto. A todos atendeu com atenção, interesse, paciência desprendimento e amizade”.

Dr. Joaquim Alves Pinto (Doutor Quinzinho)
Senhor Atílio Rodrigues da Silva