ANIMAIS NOS BAIRROS

Animais de grande porte voltam a causar problemas em bairros de Paraíso

Soltos pelas ruas da região do Jardim Mediterrannèe, vacas e cavalos têm gerado transtorno no dia a dia de moradores. Prefeitura diz que proprietários serão notificados
Por: Ralph Diniz | Categoria: Cidades | 10-08-2024 19:40 | 734
Moradora flagra cavalo rasgando sacos e se alimentando de lixo na porta de condomínio
Moradora flagra cavalo rasgando sacos e se alimentando de lixo na porta de condomínio Foto: Divulgação

A presença de animais de grande porte soltos pelas ruas de São Sebastião do Paraíso tem sido motivo de preocupação crescente entre os moradores de bairros próximos ao Jardim Mediterranèe. Várias denúncias relatam a recorrência de vacas, cavalos e mulas perambulando pelas vias públicas, o que tem gerado riscos para o trânsito e problemas relacionados ao espalhamento de lixo.

Rosa Maria Andrade Paladini, residente no Jardins de Versalhes, é uma das moradoras que sentem diretamente o impacto dessa situação. “Toda semana, principalmente às terças-feiras, dia da coleta do lixo, temos as visitas das vaquinhas e cavalos que estão soltos no bairro e ninguém conhece o dono. O absurdo é que esses animais estão engolindo sacolas de lixo inteiras com todo tipo de material que contém dentro”, desabafa. Segundo ela, o problema é recorrente, com animais espalhando lixo pelas ruas, o que agrava as condições de limpeza e segurança na área. “Essa cena se repete toda semana. Até quando isso vai continuar sem uma ação efetiva de algum órgão da sociedade paraisense?”, questiona Rosa, preocupada com a saúde dos animais e com a falta de responsabilidade dos proprietários.

O vereador Juliano Reis (Biju), que integra a Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais, destaca que a situação dos animais soltos na cidade não é nova. “Nós estamos lidando com uma missão de décadas. Infelizmente, a situação dos animais de grande porte se tornou um problema crônico, e cada vez é mais preocupante”, comenta.

Biju explica que, nos anos 1980, a cidade contava com um curral municipal, onde animais de grande porte eram recolhidos e mantidos até que seus proprietários fossem identificados. No entanto, desde então, essa estrutura deixou de existir, e nenhuma nova medida concreta foi implementada até recentemente. “A legislação foi atualizada, mas precisamos concluir a estrutura para receber esses animais e um efetivo treinado para realizar o resgate. Só assim conseguiremos colocar a legislação em prática de forma eficaz”, afirma.

Biju ainda sublinha que, além da legislação e da identificação dos animais, é crucial que a cidade tenha uma infraestrutura completa, incluindo um centro de acolhimento apropriado, veículos adequados para o resgate e profissionais treinados para lidar com a situação. “Estamos avançando na criação dessa estrutura, mas é um processo que exige tempo e investimento. Esperamos que, uma vez concluída, possamos finalmente resolver esse problema que aflige os moradores e representa um risco para toda a comunidade”, completa.

Marcelo Morais, prefeito de São Sebastião do Paraíso, informa que as obras para a construção de um abrigo para animais de grande porte já começaram, com o objetivo de proporcionar um local seguro para esses animais enquanto são tomadas as medidas legais contra os proprietários irresponsáveis. “A expectativa é que as baias que vão receber os animais de grande porte sejam construídas primeiro para já começarmos a apreensão dos animais de grande porte. Pelo que estou acompanhando as obras, acredito que em uns 90 dias tenhamos condições de já estarmos agindo”, diz o prefeito.

Morais ressalta que, durante o período de construção do abrigo, a Guarda Civil Municipal já está notificando os proprietários dos animais soltos nas vias públicas. Essas notificações servem para criar um histórico de reincidência, facilitando a aplicação de sanções assim que o abrigo estiver em operação. “A legislação está em vigor, e os proprietários identificados já podem ser multados”, destaca Morais, enfatizando a importância de uma ação contínua e coordenada entre as autoridades e a comunidade para resolver a questão.

Enquanto as obras do abrigo não são concluídas, a população é incentivada a denunciar os casos de animais soltos para os órgãos competentes, como a Guarda Civil Municipal e a Secretaria de Meio Ambiente, para que as providências sejam tomadas e os riscos minimizados.