POLEPOSITION

E se F1 fosse como Olimpíadas?

Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 10-08-2024 03:09 | 711
Lewis Hamilton, o recordista de  vitórias e pódios na F1 Dia dos pais(!)  e eu deixo aqui um beijo carinhoso ao  meu querido pai, herói, guerreiro e amigo de todas as horas. Feliz dia dos pais
Lewis Hamilton, o recordista de vitórias e pódios na F1 Dia dos pais(!) e eu deixo aqui um beijo carinhoso ao meu querido pai, herói, guerreiro e amigo de todas as horas. Feliz dia dos pais Foto: Divulgação

Paris respira os instantes finais de mais uma edição dos Jogos Olímpicos e vai deixando saudade. Sou fã de Olimpíadas. Gosto muito mais do que Copa do Mundo. É a festa do esporte, são os recordes, os desafios, a superação de cada atleta. É a oportunidade de apreciar fenômenos como Simone Biles, gigantes como Rebeca Andrade. É a história sendo contada e escrita entre as lágrimas da vitória e o choro da derrota a cada quatro anos.

Enquanto isso, a F1 segue em férias e só retorna no final do mês. Uma pausa merecida para recarregar as baterias diante de um calendário cada vez mais apertado com 24 corridas. Já foram 14 até aqui e restarão outras dez no retorno num curto espaço de 4 meses. Com tudo parado e na ausência de notícias importantes, dá para brincar com números. Houve época em que o ex-chefão da F1, Bernie Ecclestone, lançou a ideia em adotar um sistema de premiação parecido com o das Olimpíadas com a distribuição de medalhas aos primeiros colocados. A sugestão de Ecclestone não decolou. Não fazia sentido. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. São esportes com objetivos completamente diferentes. Mas em épocas como essa torna-se irresistível não fazer uma planilha em Excel para ver como seria o quadro de medalhas se a F1 fosse como as Olimpíadas.   

A Grã-Bretanha seria a líder do quadro de medalhas com 312 de ouro, 233 de prata e 220 de bronze, totalizando 765 medalhas conquistadas por alguns de seus 178 pilotos que passaram pela categoria. Em 2º apareceria a Alemanha com 179 de ouro, 127 de prata e 109 de bronze num total de 415 medalhas conquistadas entre alguns dos 63 alemães que competiram ao longo dos anos. O Brasil estaria muito bem colocado, em 3º no ranking com 101 de ouro, 103 de prata, 89 de bronze com 293 medalhas no total conquistadas também por alguns de nossos 33 pilotos. A França, anfitriã destas Olimpíadas de Paris, seria a 4ª com 81 ouros, 113 pratas, 116 bronzes, 310 medalhas no total. Ao todo, 80 pilotos franceses disputaram ao menos um GP desde 1950.

E não é que a Holanda que até outro dia não sabia o que era ganhar uma corrida de F1 já apareceria em 5º lugar com 61 ouros, 30 pratas, 18 bronzes e 109 medalhas no total, das quais, acredite, 107 conquistadas por Max Verstappen. Outros dois bronzes teriam sido conquistados por seu pai, Jos Verstappen, em 1994. Depois viria a Finlândia de poucos, mas bons pilotos como Keke Rosberg, Mika Hakkinen, Kimi Raikkonen - todos campeões mundiais -, além de Valtteri Bottas e Heikki Kovalainen, com 57 ouros, 91 pratas, 97 bronzes, 245 no total.

Vamos até o top 10? Austrália em 6º com 44 de ouro, 42 de prata e 49 de bronze, 135 no total, seguida pela Itália com 43 de ouro, 79 de prata, 85 de bronze, 207 no total; Áustria em 9º com 41 ouros, 40 pratas, 37 bronzes e 118 na soma geral. E finalmente a Argentina em 10º com 38 medalhas de ouro, 30 de prata e 30 de bronze, totalizando 98 medalhas.

Se você chegou até aqui é porque achou a brincadeira interessante, e no quadro individual, Lewis Hamilton seria o atleta com o maior número de medalhas de ouro, 105. Ele seria também o maior colecionador de medalhas: 256 ao todo. Michael Schumacher apareceria em 2º com 91 ouros e 155 no total, seguido por Max Verstappen com 61 ouros, Sebastian Vettel com 52, Alain Prost com 51, Ayrton Senna 41, Fernando Alonso 32, Nigel Mansell 31, e daqui para a frente vale uma reflexão sobre o quão difícil é vencer na F1, ainda que nas últimas três décadas o número de vitórias tenha se concentrado entre poucos pilotos. Jackie Stewart que se aposentou no final de 1973 apareceria em 9º com 27 ouros, e Jim Clark que disputou sua última corrida em 1968 fecharia o top 10 empatado com Niki Lauda com 25 medalhas de ouro, apenas uma a mais que Fangio que somou 24 nos anos 1950. Mesmo depois de tantas décadas, eles ainda estão entre os dez maiores vencedores!

Esta analogia foi um passatempo divertido diante das atualizações diárias do quadro de medalhas das Olimpíadas. Vez por outra é bom olhar para os números e refletir como a história foi e vem sendo escrita ao longo desses 74 anos de existência da F1. São números reais de vitórias, segundos e terceiros lugares conquistados por países e pilotos com a sorte de não ser preciso esperar pela F1 apenas a cada quatro anos. Viva a F1 e as Olimpíadas.