A Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços de São Sebastião do Paraíso fundada em 1958, completou 66 anos no dia 3 de agosto. Foi fundada com subscrição de cinquenta e nove associados fundadores, reunidos no “Centro Católico”, onde posteriormente foi auditório da Rádio Difusora Paraisense, atual Cine A. O primeiro presidente foi Napoleão Joele.
O médico e empresário Dr. Matheus Colombaroli assumiu a presidência da ACISSP em janeiro de 2022 com mandato até dezembro de 2024. Ele menciona que “A ACISP está ocupando vários espaços. Investimos bastante em termos de eventos, de campanhas, tudo aquilo para estimular o comércio. O mesmo ocorre em relação à indústria, também estimulada numa parceria com o SENAI, trazendo cursos, e através de reuniões que o nosso diretor Roberto Resende Pimenta Filho faz para entender as demandas do setor. No segmento de serviços também a gente cresceu bastante, inclusive serviços que ACISSP criou para facilitar para o associado, como a ACISSP Proe e ACISSP Shop”, enumera.
Ressalta que a ACISSP não tinha atividades no segmento agronegócio, principal motor da economia brasileira. “Em Paraíso sempre foi o agronegócio mais forte, tendo em vista a produção de café e outras culturas. Então resolvemos entrar mais nessa parte. Sempre explico, que as quatro áreas (comércio, indústria, agro e serviços) são tratadas com a mesma intensidade, com o mesmo carinho e com os mesmos projetos. Tudo que a gente faz é por igual, trazendo tudo quanto é possível para estas quatro áreas”.
Destaca a importância da ACISSP na participação e apoio à cultura, por exemplo, no projeto Praça Viva que abrange companhias de teatro, de dança, apresentações musicais. “Tudo isso é cultura. A gente tem aqui dentro, a Escola Sebastião Furlan de Teatro desde primeiro momento, quando a gente iniciou o mandato dessa diretoria. A Associação promove eventos culturais, sedia, patrocina, além de outras demandas que acabam trazendo para a ASSISP, porque eles veem tudo que a ASSISP está fazendo, então pedem certas coisas para a gente que às vezes até fogem do nosso escopo, da nossa possibilidade. Mas tentamos também dar essa resposta. E não é só associado, são pessoas que conhecemos na rua, é amigo, que vem trazer demandas para a ASSISP porque vê esse protagonismo que a gente assumiu. E esse protagonismo, com qual finalidade”? Dr. Matheus afirma ser “porque a ASSISP merece ter cada vez maior reconhecimento por tudo que já foi feito no passado, por todos os diretores, presidentes e conselheiros que passaram aqui”.
Enfatiza que “a ACISSP é uma potência, uma referência dentro do associativismo, dentro das CDLs e tem essa capacidade de juntar dentro do mesmo espaço, players que às vezes são concorrentes no comércio, no ramo agropecuário e tudo mais. Mas junto à ACISSP são todos associados, trabalhando para que todos cresçam. Então por isso que a gente tenta trazer a ACISSP sempre à frente de tudo que está acontecendo, trazendo novidades, trazendo tecnologias”.
A ideia é trazer a ACISSP para o século XXI, para as mídias sociais, para toda a parte de tecnologia da informação, e em breve inteligência artificial. Já trouxe até curso de chat GPT, porque é necessário, a gente precisa estar totalmente ligado, modernizado, acompanhando tudo aquilo que está acontecendo. Então, a ACISSP hoje está completando seus 66 anos, a pleno vapor, encam-pando outras áreas que fogem a nossa razão de ser, mas são importantes para tudo isso, e outros passos que serão dados, por entendermos serem importantes para Paraíso e região, afirma Dr. Matheus Colombaroli.
O presidente afirma que a ACISSP quer entrar no setor de turismo, que precisa ser explorado, e para o qual tem potencial muito grande, e isso será trabalhado a partir do próximo ano. Pontos turísticos dentro da cidade, o que vai ajudar os hotéis, o comércio, os bares e os restaurantes. Você tem a parte do turismo rural, o turismo do café, cachoeiras, tanta coisa que pode ser criada aqui na cidade em forma do turismo, que irá trazer negócios e desenvolvimento para a cidade. A gente tem que ter várias frentes trazendo sus-tentabilidade e desenvolvimento para a cidade, enfatiza Dr. Matheus Colombaroli.
O presidente da ACISSP enumera pontos turísticos da cidade, como o Morro do Baú que não está sendo cuidado, o Morro da Mesa, a Lagoinha, as termas, fazenda de café, onde turistas poderão ter informações sobre a cafeicultura ao longo da história de Paraíso, tomarem um café colonial de manhã, e há várias fazendas aqui que a gente já está pesquisando, que podem trazer essa estrutura. Também pode fazer parte deste pacote as Congadas, já reconhecidas enquanto patrimônio histórico e cultural. A ACISSP quer criar em algum espaço, o museu do café. Temos inclusive já doações para montar que seja montado. Então a gente está com esse pé aí para ser, digamos assim, um quinto ponto da ACISSP, que é o turismo, disse.
Dr. Matheus explica que a ACISSP também está muito atenta, nesses 66 anos, ao que os associados estão precisando, o que é avaliado através de pesquisas, e sempre tem alguma demanda. “Agora mesmo a gente está fazendo outra pesquisa para saber as demandas a serem entregues a candidatos à prefeitura. O primeiro debate será na ACISSP, no dia 29. Queremos ouvir o associado para que isso seja uma pauta da ASSISP para agora e para os próximos anos. Isso faz parte da nossa representatividade institucional, mas a gente tem que saber o que eles querem. Então, por exemplo, já vieram aqui associados para falar de área azul. Falaram que o centro da cidade não é praticável, precisa ser discutido. Outros, comentam que estradas rurais não estão boas, a gente precisa melhorar isso., e que violência do trânsito é um caos. Tem gente aí perdendo saúde e perdendo vida por causa disso, sem falar os danos patrimoniais.
Vendo tudo isto, lendo, assistindo palestras e tudo mais, Dr. Matheus, opina como cidadão e também em nome da ACISSP, a necessidade de se ter em Paraíso, projeto de desenvolvimento, para longo prazo. “Daqui 10 anos entra em vigor essa nova carga de legislação tributária com o Imposto de Valor Agregado (IVA) e tudo mais. O que vai acontecer daqui a 10 anos na hora que isso estiver 100% implantado, pergunta. “A gente vai ficar anos aí trabalhando com dois sistemas. Vai sobrecarregar de impostos os serviços, o comércio e o agronegócio. Para que, para que possa desonerar a indústria. Então é uma forma que encontraram de reindustrializar o Brasil. A carga para a indústria vai ser menor, mas quem que vai bancar, porque a soma final tem que ser igual, tem que ser zero. Então vai diminuir da indústria, mas vai aumentar para os outros setores. Como é que daqui a 10 anos vai ficar aqui em Paraíso”, questiona o presidente da ACISSP. Às vezes o pessoal fica tão focado em resolver problemas daquele mês, daquele ano, daquele momento, e a longo prazo você não tem um projeto, analisa Dr. Matheus.
Outro ponto questionado pelo presidente da ACISSP, é se há espaço para se criar um novo parque industrial em Paraíso. Se não tem, precisa se pensar nisso, porque daqui a 10 anos, a indústria vai estar estimulada, comércio, serviços e agro vão estar sendo penalizados pelo IVA.
Mesmo atualmente, se uma indústria de grande porte teria condições de se instalar em Paraíso, indaga Dr. Matheus.” Vai ter vários problemas, por isso que tem que ser projetado, a questão do espaço físico, a questão energética, mão de obra, que é uma coisa que nos tem muito incomodado aqui também, por causa disso, associados demandam, mas têm encontrado mão de obra”.
E por que que não tem a mão de obra? Será que as pessoas não querem trabalhar, estão conformadas com esses bolsas, esses auxílios que têm por aí e acham mais fácil fazer um bico e pegar uma bolsa e um auxílio? Ou será que é porque realmente os contratantes não estão pagando bem, não estão dando benefício, estão ainda com uma mentalidade de 30, 40 anos atrás? Ou será que realmente não tem gente para trabalhar? Se não tem gente para trabalhar, de onde vem gente?
Então, essas aí são perguntas que precisam ser respondidas porque daqui a 10 anos passa voando. E aí tem que ter esse projeto de longo prazo pra resolver todas essas questões. A gente tem aqui, o que eu acho uma tristeza, uma Universidade Federal dentro de Paraíso. O que a ACISSP está podendo fazer para ajudar a UFLA, a gente está ajudando. Levando associados, empresários lá dentro. Há várias parcerias de cursos. Agora mesmo saíram dois projetos, foram aprovados pelo Compete Minas, o valor de um milhão de reais, que vem para o Paraíso, surgiu aqui dentro da ACISSP, parceria da UFLA com a empresa e o Compete Minas aqui dentro. Mas demanda também um projeto maior. Porque você tem que trazer alunos de fora, para esses alunos de fora terem aqui onde morar, onde comer, onde até lavar roupa, para formar aqui e depois reter os talentos aqui. É aí que você consegue uma mão de obra também qualificada. É através da universidade que está aqui. Então, esse projeto de longo prazo, a ACISSP está sentindo falta.
Dr. Matheus enfatiza que a ACISSP está de portas abertas para todos os associados. “Gostamos muito quando vem um associado aqui, traz ideias, críticas, sugestões, que fala para a gente o que está precisando, para corrermos atrás. Pode ser que no final a gente fale, infelizmente isso aí a gente não consegue te ajudar. Mas até hoje, tudo que foi trazido, a gente sempre trouxe alguma resposta. A ACISSP tem muitos parceiros, muita gente boa que tá aí abraçando a ideia da Associação, como está hoje. Temos nossos colaboradores, assessores para todas as áreas, nossos diretores. Então tem aqui, a gente quer ouvir o associado. O associado precisa vir aqui. participar de tudo que a ACISSP está fazendo, até mesmo para que não fique aquela ideia que é uma mera emissora de boletos. Isso foi anos, décadas, séculos atrás. Hoje em dia, a ACISSP tem muita coisa para ser usada para o seu comércio, para o seu negócio, afirma Dr. Matheus Colombarolli.