Em 2024, o professor e diretor teatral Kayho Rodrigues foi um dos grandes protagonistas do cenário cultural de São Sebastião do Paraíso. Por meio de um trabalho em escolas públicas, colégios privados e na tradicional Oficina de Artes Cênicas Sebastião Furlan, Kayho promoveu 18 apresentações teatrais ao longo do ano, com a participação de mais de 200 alunos e alcançando um público de aproximadamente 5 mil pessoas.
Para o professor, levar o teatro aos estudantes é mais do que entretenimento; é transformação: “O teatro desenvolve o senso crítico, dá asas à imaginação e ensina valores como respeito, empatia e trabalho em equipe. Poder ser essa ponte entre o aluno e a arte me deixa profundamente realizado”.
UM ANO DE GRANDES REALIZAÇÕES
No Colégio Galileu, a programação teatral foi intensa e envolveu alunos de diferentes idades. Em junho, os estudantes do 5º ano apresentaram “Casamento no Campo”, uma encenação animada do casamento caipira durante a festa junina. Em novembro, o público foi surpreendido com a apresentação de “Peter Pan”, que reuniu todos os alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental I, além de “A Bela Adormecida”, com os alunos do 9º ano.
Outro momento marcante foi a GinGalileu, a tradicional gincana cultural do colégio. Entre as provas, destacaram-se o teatro comemorativo dos 30 anos do Colégio Galileu e a encenação de trechos do espetáculo “Saltimbancos”. Kayho comenta: “Momentos como esses mostram que o teatro não é apenas diversão, mas uma ferramenta educativa que integra, emociona e ensina”.
No Colégio Caixinha de Surpresa, a apresentação de “Um Casamento Cheio de Surpresa”, em julho, trouxe um espetáculo interativo e cheio de humor. A chegada da noiva em uma carroça arrancou risos e aplausos do público. Já na Escola Estadual Paraisense, as apresentações envolveram a participação de centenas de alunos. Durante a festa junina, os 7º e 9º anos deram vida aos casamentos caipiras, enquanto em outubro, o Festival de Teatro encantou a comunidade escolar. Cada sala desenvolveu uma peça relacionada a “Valores e Virtudes”, abordando temas como respeito, solidariedade e perseverança. Para encerrar o ano, os alunos do Núcleo de Iniciação Científica apresentaram, em quatro sessões, o espetáculo “Cadê Meu Gato?”, resultado de meses de trabalho e dedicação.
CELEBRANDO 30 ANOS DA OFICINA SEBASTIÃO FURLAN
A Oficina de Artes Cênicas Sebastião Furlan, sob a direção de Kayho Rodrigues e Katia Mumic, completou 30 anos em 2024 com uma programação especial. A Mostra de Inverno trouxe espetáculos clássicos como “Pluft, o Fantasminha”, “A Bruxinha Que Era Boa” e “Nobre Vagabundo”. Já no segundo semestre, o destaque foi o musical “A Noviça Rebelde”, que encantou o público e mostrou o talento dos alunos. Para encerrar as atividades do ano, os participantes da oficina desfilaram pela cidade durante a Parada de Natal, com figurinos natalinos, encenações interativas e distribuição de balas. “A Oficina Sebastião Furlan é um lugar de formação artística e cultural. Estamos em constante evolução e conseguimos, a cada ano, entregar espetáculos mais emocionantes,” destaca Kayho.
PESQUISA E PRODUÇÃO ACADÊMICA
Além das apresentações teatrais, Kayho Rodrigues também se dedicou à pesquisa acadêmica e à publicação de artigos. Em novembro, ele participou do CONFAEB (Congresso Nacional da Federação de Arte-Educadores do Brasil), onde apresentou dois artigos em coautoria com a professora Rosimeire Gonçalves dos Santos, da Universidade Federal de Uberlândia.
O primeiro, “Prática Teatral em Sala de Aula Virtual”, aborda o uso do teatro em ambientes digitais. Já o segundo, “Arte, Teatro e Ensino: Reflexões de uma Carreira Dedicada à Transformação Estudantil”, traz um panorama de sua trajetória profissional e o impacto do teatro na vida dos estudantes. Além disso, Kayho escreveu, em parceria com os alunos do Núcleo de Iniciação Científica, o artigo “Como o Teatro Modifica a Vida dos Estudantes?”, que relata o processo teatral e educacional desenvolvido na Escola Estadual Paraisense. “Publicar esses artigos é uma forma de refletir sobre o papel transformador do teatro na educação. A pesquisa científica fortalece e valida o que vivemos diariamente em sala de aula”.
OUTRAS ATIVIDADES CULTURAIS
Kayho também promoveu atividades culturais diversifica-das. No Colégio Galileu, ele acompanhou os alunos do 8º ano em uma visita ao Museu Casa de Portinari, em Brodo-wski, e organizou uma viagem de integração ao Acampamento NR com os estudantes do 9º ano. Já no Colégio Caixinha de Surpresa, orientou a criação de salas temáticas na Feira Cultural “Universo das Artes”, explorando a fotografia e o cinema.
Na Escola Estadual Parai-sense, além das apresentações teatrais, ele promoveu oficinas de pintura e orientou os alunos na criação de salas temáticas para a Feira Cultural. “A cultura e a arte são direitos fundamentais, e acredito que todo aluno deve ter acesso a essas experiências, seja no teatro, na pintura ou na música,” ressalta Kayho.
PLANOS PARA O FUTURO
Ao encerrar o ano, Kayho Rodrigues compartilha o sentimento de gratidão pelo apoio recebido e pela oportunidade de levar a arte a tantos estudantes. “Sou imensamente grato a todos os diretores, coordenadores e supervisores das escolas onde atuo. Através deles, meu trabalho é facilitado, e conseguimos levar o teatro e a cultura a quem mais precisa.”
Para 2025, o desejo é claro: expandir ainda mais o acesso às artes cênicas. “Quero que o teatro continue sendo essa ferramenta de transformação, impactando alunos e espectadores. A cultura deve ser para todos, e espero que possamos contribuir ainda mais”, conclui Kayho.