POLEPOSITION

Aos 40, Hamilton inicia uma nova fase na carreira

Heptacampeão completou 40 anos com uma lista enorme de recordes e quer fazer com que sua passagem pela Ferrari seja algo inesquecível
Por: Sérgio Magalhães | Categoria: Esporte | 11-01-2025 08:31 | 118
Lewis Hamilton completou 40 anos nesta semana e vai encarar um novo desafio, agora na Ferrari
Lewis Hamilton completou 40 anos nesta semana e vai encarar um novo desafio, agora na Ferrari Foto: F1

“Vamos fazer com que seja algo inesquecível”. A frase é de Sir Lewis Hamilton, piloto britânico mais vitorioso da história da F1 que aos 40 anos começa uma nova fase em sua carreira. Provavelmente será a última, mas na Ferrari, onde senão todos, boa parte dos grandes pilotos tiveram uma passagem pela escuderia.

Na última terça-feira (7), Hamilton completou 40 anos; só não é mais velho que Fernando Alonso com 42. Os cinco novatos que vão estrear nesta temporada ainda eram bebês quando Hamilton estreou na F1 em 2007 pela McLaren tendo o próprio Alonso como companheiro de equipe.

Até aqui são 356 corridas, 105 vitórias, 104 pole positions, 67 voltas mais rápidas em corridas, 202 pódios, 5.486 voltas na liderança que corresponde a 27.965 km andando na frente e apenas 32 abandonos, para ficar apenas nestas estatísticas. Hamilton tem um livro de recordes na F1 e ainda há páginas para serem escritas mesmo com a idade já avançada para os padrões atuais da categoria.

Os últimos anos de Mercedes foram difíceis para o britânico. O golpe sofrido no controverso desfecho do campeonato de 2021 mexeu com o emocional de Hamilton que se confunde com os problemáticos carros da Mercedes que vieram a seguir. Imagine como deve ter sido conviver dentro da equipe no ano passado depois de ser anunciado pela Ferrari antes mesmo de a temporada começar? Ele mesmo respondeu “foi como num relacionamento quando você fala para a pessoa que está indo embora, mas tem que viver com ela por um ano”.

Agora é vida nova, e se a vida começa aos 40 como dizia um velho ditado, a hora é agora para Lewis Hamilton tentar se tornar o maior campeão da história com 8 títulos. Atualmente ele está empatado com o maior vencedor da história da própria Ferrari, Michael Schumacher.

Hamilton terá um longo trabalho de familiarização não só com os carros da Ferrari como também com os engenheiros, mecânicos e demais funcionários da equipe e isso envolve toda uma relação familiar e cultural que os italianos prezam muito. Schumacher foi um que conseguiu desvincular a frieza da personalidade alemã com o sangue latino italiano. Hamilton precisará passar pelo mesmo processo principalmente para estar no mesmo nível de carisma que os italianos têm por Charles Leclerc.

Alguns podem pensar que Hamilton esteja velho para andar no mesmo nível que pilotos muito mais jovens como Verstappen, Norris, o próprio Leclerc, Piastri, Russell e a meninada vinda da F2. Mas é preciso entender que hoje o preparo físico dos pilotos não é problema. Eles são muito bem preparados fisicamente mesmo aos 40. O que conta mais é o emocional e nesse quesito Hamilton tem a vantagem de ser solteiro e não ter filhos. Digo isso para ilustrar uma antiga filosofia do Comendador Enzo Ferrari, fundador da equipe que leva o seu nome, que nos seus tempos, não gostava de contratar pilotos casados e principalmente os que tinham filhos, pois, na visão do velho Enzo, eles ficavam um segundo mais lento nessas condições.

A Ferrari não deu maiores detalhes, mas já tem um plano traçado para Hamilton antes da pré-temporada em que terá cerca de 1.000 km para andar com o carro da Ferrari de 2023 em Fiorano e Barcelona. Essa distância equivalente a pouco mais de três Grandes Prêmios é uma nova determinação da Federação Internacional de Automobilismo que no final do ano passado limitou a quilometragem em 4 dias de testes particulares para pilotos titulares.

Para o chefe da Ferrari, Fred Vasseur, não há o que preocupar com o processo de adaptação de Hamilton. “Não é fácil, mas ele não é novato e vem com sua própria experiência”.

A temporada 2025 da F1 começa no dia 25 de março com o GP da Austrália.