TROCA DE CARTÃO

Irmãs são vítimas de estelionato no golpe da "troca de cartão" do banco

Por: Roberto Nogueira | Categoria: Polícia | 04-11-2017 19:11 | 5048
Foto: Reprodução

Duas irmãs, uma de 72 e outra de 74 anos foram vítimas de estelionato na quarta-feira, 1º de novembro, em São Sebastião do Paraíso. Mesmo em situações diferentes elas foram abordadas quando se dirigiam à agência da Caixa Econômica Federal quando tiveram os cartões de suas contas trocadas por uma mulher que estava nas imediações do banco. "Ela me abordou para verificar se meu nome estava na lista entre as pessoas com mais de 70 anos que têm direito a receber o PIS. Era uma mulher com uniforme e crachá da Caixa que pegou meu cartão e devolveu outro e só fui perceber depois", conta uma das vítimas.
O caso chama atenção pela ousadia da estelionatária e pela coincidência de duas irmãs terem sido vítimas no mesmo dia, possivelmente pela mesma pessoa. A primeira a cair no golpe foi a irmã mais nova, de 72 anos. Ela disse ter percebido a situação depois que foi a uma casa lotérica no centro da cidade, e informada de que o limite de R$ 600,00 para saque já tinha sido estourado. "Indaguei que não tinha feito saque" mesmo assim ela foi orientada a ir ao banco para tentar esclarecimentos. "Eu não tinha sacado dinheiro algum", conta surpresa com os acontecimentos.
A vítima disse que tinha sido abordada nas proximidades da CEF e que pode ter sido ali que teve o seu cartão trocado. "Veio uma mulher, uniformizada da caixa, até com crachá, para ver se meu nome estava na lista de quem tem mais de 70 anos e vai receber o PIS", conta. A senhora disse que deu o cartão para conferir o nome na lista. "Fui muito bem atendida, era uma mulher educada, morena, de cabelos pretos, alta e de porte forte", descreve. A suspeita é de que durante a conversa tenha havido a troca do cartão. "Eu não percebi nada de anormal, ela não colocou a mão no bolso, nada, mas já devia estar com o cartão falso que ela me deu na mão junto com a lista", desconfia a idosa. 
Situação semelhante ocorreu horas mais tarde no mesmo dia com a irmã mais velha da vítima, de 74 anos. Ela também se dirigiu à Caixa Econômica e foi surpreendida pela mesma situação, sem saber do que já havia ocorrido mais cedo com sua irmã. A idosa relata que também teve o cartão trocado pela estelionatária. Ambas tiveram prejuízos de R$ 300,00 e R$ 1.500,00 que foram sacados de suas respectivas contas. "Fui até o gerente que me indagou se tinha dado a senha, mas não dei", assegura uma das vítimas. No mesmo dia uma delas conseguiu bloquear a conta e cancelar o cartão para evitar outros saques. 
Uma das idosas disse que sempre foi orientada quanto a este tipo de situação. "Minha filha vai se formar em Direito, sempre me recomendou para não tratar com ninguém que não seja do banco. Mas a mulher estava uniformizada e com crachá do banco, disso eu não tenho dúvida", diz. A única coisa que ela disse ter se passado por ingênua, foi ter dado o cartão para ser conferido o nome na lista. "Sou daqui de Paraíso, morei 50 anos em São Paulo e nunca nada me aconteceu, nunca fui roubada ou assaltada. Mas agora volto pra minha cidade e isso me acontece", lamenta. 
"Estou aqui no jornal para fazer um alerta a outras pessoas, para que fiquem atentas a este tipo de situação, para que não aconteça com ninguém o que me ocorreu", disse a vítima. As idosas até demonstram preocupação com os demais aposentados que vão receber salário a partir de segunda-feira. "Já avisei para outros familiares, minha cunhada para ficarem atentas", observa. O cartão que uma delas recebeu é de conta poupança e está em nome de Lídia. "Certamente deve ser mais uma vítima, igual nós", disse.
Apesar de toda a preocupação com outras possíveis vítimas, nenhuma das idosas havia procurado a polícia para registrar boletim de ocorrência até a manhã de sexta-feira,  (3/11). Uma delas que ainda não havia bloqueado o cartão afirmou estar a caminho da agência para esta providência. "Não fui antes porque o fato aconteceu no final da tarde de quarta-feira quando a agência já estava fechada e só reabre hoje (ontem) depois do feriado. Estou indo lá agora", anunciava a outra idosa. 
Indignada e ao mesmo tempo envergonhadas elas preferiram o anonimato e o Jornal do Sudoeste não divulga fotos e nomes para preservá-las. "Não vou morrer por causa deste dinheiro, mas é um desaforo. Queremos é alertar e evitar que outras pessoas passem pela mesma situação", completa.