A advogada Maria Salete Santos Caetano é uma profissional competente e muito dedica à profissão. Começou sua vida profissional ainda muito jovem, aos 18 anos, tendo se formado como contadora pela Faculdade de Ciências Econômicas e Contábeis e atuado como bancária por 16 anos, quando, ainda como gerente adjunto do Banco Bamerindus, despertou o desejo de estudar advocacia, colando grau em 2002 pela Unifenas. Muito família, Salete, como é mais conhecida, resume sua vida em uma única palavra: agradecimento. Agradecimento pelas oportunidades que teve na vida, pela família onde nasceu e a família que constituiu. Casada com o agropecuarista Antônio Jacinto Caetano e mãe da jovem Thaisa, de 25 anos, estudante de medicina, e do Thulio, de 20, estudante de engenharia civil, essa mãezona buscou dar aos filhos todos os valores e princípios que aprendeu com seus pais, a dona Maria Bueno Lemos, 85 anos, e o senhor José Bueno dos Santos, já falecido. É com carinho e agradecida pela vida que tem, que Salete, aos 52 anos, conta um pouco da sua trajetória.
Jornal do Sudoeste: Então, você já foi bancária por um longo período?
Maria Salete Santos Caetano: Sim. Fui bancária por 16 anos. Trabalhei como subgerente no Banco Nacional e gerente adjunto no Banco Bamerindus e teve um período que trabalhei em Patos de Minas e depois em Uberlândia. Fui muito feliz. Sempre trabalhei na área gerencial e em seis meses de bancária já me encaminharam para essa área gerencial que tinha esse perfil de lidar mais com o público e que é algo nato na pessoa. Logo após veio o Banco Bamerindus para Paraíso, acredito que eu tenha sido uma das responsáveis por sua vinda ao município porque na época eu fui a Ribeirão Preto fazer entrevista para trabalhar neste banco. À época fizeram uma visita a Paraíso e viram que era economicamente viável ter uma agência do Bamerindus no município.
Jornal do Sudoeste: Advocacia não é a sua primeira formação...
M.S.S.C.: Não. Eu sou formada em Ciências Econômicas, Administrativas e Contáveis e para galgar um cargo de subgerente ou gerente adjunto era preciso ter um curso superior. Eu fiz o curso de Ciências Econômicas e Contábeis em Paraíso, na Faceac, e foi ótimo porque me propiciou conhecimentos e somado a isso a minha experiência bancária. Eu digo que ser bancária foi muito bom. Tenho saudade dos amigos e foi essa experiência que me propiciou um primeiro contato com o público.
Jornal do Sudoeste: E por que você decidiu começar a trabalhar como bancária?
M.S.S.C.: Naquela época, quando eu tinha 17, 18 anos, que eu me formei em magistério, ser bancária era um dos melhores empregos que se poderia ter, tanto que boa parte das minhas amigas são bancárias. O banco era uma das grandes opções e assim que eu fiz 18 anos eu queria trabalhar e soube que o Banco Nacional estava contratando, na época se fazia prova e a entrevista e fui chamada. Fui muito feliz e foi uma realização profissional única. No banco eu lidava muito com contratos e isso me inclinou a fazer o curso de Direito e se eu pudesse, quando assim que eu me formei, tivesse me despertando essa vontade, certamente eu teria feito o curso de Direito antes, mas ser bancária me habilitou a ter o trato com o público e me inclinou a isso.
Jornal do Sudoeste: Você tinha quantos anos na época?
M.S.S.C.: Eu tinha 32 quando resolvi deixar de ser bancária e estudar Direito. Entrei para a Unifenas e colei grau em 2002, ano em que fui trabalhar como voluntária na Defensoria Pública com a defensora Jussara Torres, onde também acredito que tenha sido o meu início para aprender, porque quando você se forma você está habilitado a aprender. Sou muito agradecida à doutora Jussara pelos princípios e pela forma como me ensinou a lidar com a questão processual do direito. Foi um período de muito valor e ali também fiz muitas amizades, com a doutora Jussara, com a doutora Gisleine, que hoje está em Poços de Caldas, e depois veio o doutor Edson. Eu sempre tive muitos sonhos e cheguei a prestar concurso para a Defensoria, mas esses sonhos tiveram que ser postergados em razão dos filhos e família e eu tinha que eleger prioridades. Depois que eu trabalhei na Defensoria, nesse ínterim surgiu uma vaga na prefeitura e eu comecei a trabalhar lá, isso em 2004, no governo Mauro. A partir daí, fiquei na Procuradoria trabalhando como assessora jurídica, embora exercesse as mesmas funções do procurador.
Jornal do Sudoeste: Já são quantos anos no serviço público?
M.S.S.C.: São 15 anos. Comecei na Defensoria, que foi um grande marco na minha vida e depois a Prefeitura, e sou imensamente agradecida ao Mauro Zanin pelos oito anos que eu trabalhei na Procuradoria e depois ao Rêmolo Aloise, pela oportunidade de ser procuradora geral, e hoje ao presidente da Câmara, Marcelo Morais, por me dar a oportunidade de trabalhar como procuradora geral no Legislativo, que é mais um desafio. Acho que a palavra que se resume na minha vida é de agradecimento, pela família em que nasci, a Deus pelos filhos que Ele me deu, e aos lugares em que pude trabalhar.
Jornal do Sudoeste: Você saiu da Procuradoria geral do município para a Procuradoria do Legislativo, é um desafio muito grande?
M.S.S.C.: Na verdade embora exista o poder Executivo e Legislativo, nós somos do Direito, somos técnicos, enquanto procuradora geral do Município, você se atém a defender o município e abraça a causa; e no poder Legislativo você se atém a abraçar as causas do poder Legislativo, mas o direito que você segue é um só, é a administração pública, você segue esses princípios, e os princípios basilares que regem o Direito Público é um só. Nós não somos políticos. Sempre é um desafio. Todos os dias você adquire experiências, se depara com situações novas, desafiantes, ora você aprendendo, ora você ensinado. Sempre valeu a pena. Foi muito bom trabalhar na Prefeitura e está sendo bom trabalhar no Legislativo, são aprendizados.
Jornal do Sudoeste: Sempre buscando se atualizar, não é mesmo?
M.S.S.C.: Sim. Você tem que estudar constantemente, e eu adoro leitura, adoro estudar. Às vezes você se depara com uma pilha de documentos, é pra lá de bom (risos). Eu gosto desses desafios e eu amo o que eu faço. A partir do momento que você se realiza profissionalmente, fazendo aquilo que gosta, não é trabalho. Cada vez mais você quer fazer melhor e eu nunca acho que está bom, estou sempre querendo fazer o melhor, sempre achando que preciso aprender mais e melhorar. Acredito que esse é o ponto principal de todo profissional. Existe aquela máxima de quanto mais você sabe, mas você precisa saber e melhorar, e eu busco isto a todo momento, sempre buscando informações do Direito para atender bem, tanto a prefeitura enquanto lá eu estive, quanto aqui no Legislativo, então estou sempre tentando dar o melhor de mim.
Jornal do Sudoeste: Você já chegou a dar aulas?
M.S.S.C.: Sim, eu sou formada em magistério, estudei no Colégio Paula Frassinetti, e nesse período já cheguei a dar algumas aulas e também já fui convidada para dar aula na faculdade, adoro Direito Administrativo e Constitucional, mas a Procuradoria sempre comprometeu os meus horários. Trabalhar de manhã, à tarde e a noite, e para quem é casada, tem filhos, não dá. Tanto que na época que eu estava na Procuradoria, eu chegue a abrir um escritório na minha casa, mas há momento da vida que você precisa fazer opções e a vida não é só dinheiro. Dentro do horário da prefeitura, eu cuidava da prefeitura, e a noite me dedicava aos meus filhos, a gente precisa eleger prioridades. A vida não é só trabalhar, é uma soma de trabalho, família e lazer, senão há um desequilíbrio. Então elegi prioridades no meu trabalho, na minha família e no lazer, e tudo tem que dar certo, você não pode terceirizar família, são momentos únicos.
Jornal do Sudoeste: Você valoriza muito a família...
M.S.S.C.: Sim. Sou casada, tenho uma filha de 25 anos e um filho de 20, todos os dois estão fazendo faculdade, e posso dizer com toda tranquilidade que em todos os momentos deles eu estive presente. Para mim o marido é prioridade, os filhos são prioridades e o trabalho também é prioridade. Você precisa de um profissional ao seu lado que você pode contar, mas também precisa de amigos que você pode contar – e eu tenho –, e seus filhos têm que saber que eles podem contar com você e você com eles. Essa cumplicidade faz bem e é uma realização e eu me sinto realizada profissionalmente, com meus filhos e também tem os meus pais, que foram a base de tudo. Meu pai foi fazendeiro, participou da diretoria da Cooperativa de leite e acho que é desse ambiente familiar, de Expar, de entender o que essa economia agropecuária representa, que eu herdei um pouco. Meus pais foram exemplos, me deram toda a educação e me proporcionaram tudo o que eu precisei e foram muito presentes em toda a minha vida, são minha referência e meu ponto de apoio. Nós somos em cinco irmãos: três homens e duas mulheres, somos muito felizes, todos realizados e nossa família vive um clima muito harmonioso. O pilar de uma pessoa é a família e eu tive e passo isso para os meus filhos, em me dedicar e proporcionar o melhor que eu posso.
Jornal do Sudoeste: Seus filhos estudam e moram fora
M.S.S.C.: Eles são bastantes guerreiros e o Antônio também é. A Thaisa faz medicina, em São Paulo, e o Thulio engenharia Civil, em Ribeirão. Os dois moram fora e espero que eles se realizem profissionalmente e sejam felizes. O que a gente prega, preza e espera é que os filhos sejam realizados profissionalmente, mas que sejam, principalmente, felizes. É o que eu disse anteriormente, quando você faz o que gosta, trabalho não é trabalho, é uma realização, e assim tudo flui melhor e dá resultado, que é o mais importante e eu trabalho muito com resultados. Nós criamos os filhos para isso, para serem realizados profissionalmente, para terem uma família, respeito, serem sérios no trabalho, mas, principalmente, para serem felizes.
Jornal do Sudoeste: Você esteve recentemente engajada com a realização da Expar, como foi isso?
M.S.S.C.: Tive a minha parcela de participação. Por ser de uma família voltada para o meio rural, isso é nato, próprio da gente querer que um Parque de Exposição, na magnitude que nós temos, sempre queira se destacar e somado a isto também há o esforço do meu marido que também é agropecuarista. Eu abracei essa causa, que não é de hoje, desde 2013 lutamos para que a festa aconteça e 2017 não foi diferente. No ano passado ficamos pesarosos com as chuvas que comprometeram tanto o resultado da festa quando a população que muitas vezes sofreu em assistir as atrações na chuva ou que seque pôde comparecer. Movidos por esse sentimento de poder proporcionar mais conforto e garantir isso a população, foi uma festa coberta. Acredito que foi um sucesso. Só tenho a agradecer; a população prestigiou, a equipe organi-zadora e funcionários do sindicato abraçaram a causa com o objetivo único de que a população tivesse uma grande festa e isso nós conseguimos realizar.
Jornal do Sudoeste: Qual o balanço que você faz desses 52 anos e quais são suas expectativas para futuro?
M.S.S.C.: Com 52 anos não existe outra palavra senão agradecimento. A Deus, primeiramente, pela família onde nasci, criei e pelos pais que eu tive. Também pelos filhos que ele me concebeu e aos amigos que tenho, que são amizades sinceras e que a gente pode contar; quem tem um amigo, tem um tesouro. E na carreira profissional também não existe outro sentimento senão agradecimento. Onde passei sempre tive muito respeito e sempre fui muito respeitada e procurei fazer o melhor de mim. Tem aquela frase da Madre Tereza de Calcutá: “Faça sempre o melhor”, e eu procuro sempre o fazer, acho que é isso que te enobrece e te dá aquele sentimento de que valeu e ainda vale a pena continuar. Que Deus me conserve como estou e que sempre possa derramar as bênçãos sobre minha família, meus filhos, meu trabalho e onde a gente estiver.