E, na fugacidade dos dias que passam, comemoramos mais um Natal! E a humanidade, salvo poucas e honrosas exceções, ávida de materialismo se esquece do Rabi da Galiléia, até com uma simples prece. A euforia das luzes muitas vezes apagam as lâmpadas das igrejas.
Lembrava Guerra Junqueiro:
“Na minha igreja e no meu templo todo o universo está rezando. Reza a luz, o ar, a pedra, a água, o lábio, a flor. A natureza é um credo ascendente uma oração a Deus evolutiva. Murmúrio bruto na montanha, sílaba na rosa, cântico em Apolo, idealidade, espírito em Jesus. A oração de Jesus é mais alta, porque é o hino de amor cantado pela dor, o beijo infinito, úmido de sangue, escorrendo em lágrimas”.
Nesse Natal, saibamos ao menos, agradecer! Pois os sinos badalam uma canção para quem chega e dobram uma saudade para quem vai. Até a própria dor nos mostra as ilusões da vida ...
“Quem passou pela vida em branca nuvem,
e em plácido repouso adormeceu;
quem não sentiu o frio da desgraça,
quem passou pela vida e não sofreu,
foi espectro de homem, não foi homem,
Só passou pela vida, não viveu! ...”
(Francisco Otaviano)
Afinal, quem sabe em outros Natais, com amorável ternura, possamos colorir na tela do Tempo um outono de sonhos, uma esperança colorida de saudade.
Saudade! Um lenço branco me acenando ...
Uma vontade de chorar sorrindo,
Uma vontade de sorrir chorando...