VIOLÊNCIA

Município promove seminário sobre a violência obstétrica

Por: João Oliveira | Categoria: Justiça | 10-03-2018 22:03 | 2379
Evento lotou auditório do Sicoob para debater  soluções para essa violência que é pouco discutida
Evento lotou auditório do Sicoob para debater soluções para essa violência que é pouco discutida Foto: Reprodução

O Centro de Referência e Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cream) da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, em parceria com a deputada mineira Geisa Teixeira, realizou na noite de sexta-feira (2/3), no Anfiteatro do Sicoob Nossocré-dito, seminário sobre “Violência Obstétrica”.
O evento contou com a participação expressiva de profissionais das áreas de saúde e social, representantes da Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, de representantes do movimento de mulheres de Passos, além de muitas mulheres que levaram seu testemunho de violência sofrida.
A mesa de debates foi composta pela vice-prefeita e secretária de Desenvolvimento Social, Dilma Oliveira, a coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres, Cristiane Bindewald, a psicóloga idealizadora da cartilha Ajuda Mamãe, Luciana Rocha, e a deputada estadual Geisa Teixeira, autora de projeto do projeto que propõe o combate à violência obstétrica em Minas Gerais.
O seminário foi marcado por testemunhos de vítimas desta forma de violência e a apresentação de propostas na busca de soluções coletivas para a defesa dos direitos das mulheres e seus filhos.



 



A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
Tema pouco abordado no Brasil, mas muito recorrente, a violência obstétrica é aquela que acontece no momento da gestação, parto, nascimento ou pós-parto, inclusive no atendimento ao abortamento, praticada por profissionais da saúde, familiares ou outras pessoas envolvidas no processo.
Esta forma de violência pode ser física, psicológica, verbal, simbólica ou sexual, além da prática de negligência, discriminação, condutas excessivas ou desnecessárias, muitas vezes prejudiciais e sem embasamento em evidências científicas.
Essas práticas submetem mulheres a normas e rotinas rígidas e desnecessárias, que não respeitam os seus corpos e os seus ritmos naturais e as impedem de exercer seu protagonismo.
Alguns exemplos de práticas violentas são: lavagem intestinal e restrição de dieta; exames de toque recorrentes; ameaças, gritos, chacotas, piadas, omissão de informações, desconsideração dos padrões e valores culturais das gestantes e parturientes; divulgação pública de informações que possam insultar a mulher;  impedimento de acompanhante que a gestante escolher, além de não receber alívio da dor.