A greve de professores e servidores da educação contra a reforma da Previdência Social, já chega à sua primeira semana nesta quarta-feira. A expectativa é que a paralisação se mantenha até o próximo dia 28 de março, terça-feira, quando a PEC 287 deve ser votada em primeiro turno no plenário da Câmara dos Deputados. De acordo com balanço da subsede do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute/MG), pelo menos 26 escolas, num total de 42 da região, já aderiram ao movimento. Em Paraíso, as escolas com maior número de alunos, como Clóvis Salgado, Paraisense e Benedito Ferreira Calafiori ( Ditão), se mantém sem aula.
“Estamos com uma greve em construção e está com uma adesão muito alta, talvez a maior que já houve na nossa região. Pelo menos 25 escolas estão paralisadas. Cerca de 80% dos alunos estão sem aula, isso porque as maiores escolas da região também aderiram ao movimento de greve”, conta o coordenador do Sind-Ute/MG em São Sebastião do Paraíso, Reinal-do Cesário.
De acordo com o servidor, na região a greve chegou às cidades de Claraval, Ibirací, Capetinga, Cássia, Pratápolis, Itaú de Minas, São Sebastião do Paraíso, Itamogi, Monte Santo de Minas, Guaxupé, Juruaia e Guaranésia. “Num total de 42 escolas, já paralisaram 26, e a greve ainda deve ser ampliada. É uma greve muito forte, uma luta muito forte contra o fim da aposentadoria, porque para nós é isso o que ela representa: o fim da aposentadoria”, avalia o coordenador.
Segundo Reinaldo, a categoria tem se mobilizado, trabalhado em ritmo acelerado para alertar à população e levar esses esclarecimentos a toda a sociedade. “É uma luta pelo direito de todos, não é só da classe do trabalhador em educação. É uma ação continua, vamos procurar ir de porta em porta, chegar a todos os locais possíveis, nas fábricas, igrejas, comércios e nas feiras, para levar esses esclarecimentos ao cidadão que não tem tido acesso a essas informações. Acredito que 70% das pessoas não sabem as maldades que estão contidas nesse projeto de Reforma da Previdência a que nós chamamos de fim da aposentadoria”.
DESCUMPRIMENTO DE ACORDO
Além do movimento contra a PEC 287, os servidores também têm cobrado do Governo de Minas cumprimento de acordo assinado em 2015 pelo fim da greve dos servidores das Superintendências Regionais de Ensino, entre os acordos o pagamento do piso salarial com reajuste de 7,64% previsto na lei 21710/15, para as oito carreiras da educação, que não teria sido enviado à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Segundo balanço do Sind-Ute, a proporção de adesão à greve no Sul de Minas ficou: Pouso Alegre com 40% de paralisação; Itajubá 10%; Campo Belo 70%; Poços de Caldas 90%; Varginha 50%; Passos 70%; São Sebastião do Paraíso 60%; Caxambu 70%; e Campestre 60%.