Até aqui foram quatro corridas. A Fórmula 1 passou pela Austrália, Bahrein, China e Azerbaijão, este último um país transcontinental entre o Sudoeste Asiático e o Leste Europeu. Foram três ótimos Grandes Prêmios, exceto o da Austrália em que ninguém ultrapassou ninguém, mas teve um final surpreendente com a improvável vitória de Vettel superando Hamilton na estratégia.
Vettel venceu duas corridas (Austrália e Bahrein), mas perdeu a liderança do campeonato na última corrida por um erro de cálculo ao tentar ultrapassar Bottas nas últimas voltas do movimentado GP do Azerbaijão. Lewis Hamilton que tem encontrado dificuldades com o modelo W09 da Mercedes, assumiu a liderança graças à vitória que caiu em seu colo nas ruas de Baku depois que Bottas teve um pneu furado na penúltima volta. E quem ficou devendo nestas quatro etapas foi Max Verstappen que vem de um polêmico acidente com Daniel Ricciardo na última corrida, e cometeu erros em todos os GPs, somando apenas 18 pontos, 8º colocado.
Por outro lado, a 6ª colocação de Alonso no Mundial de Pilotos com 28 pontos não reflete a falta de velocidade do modelo MLC33 da McLaren, o que deixa evidente a injustiça que fizeram com a Honda ao creditar sobre a exparceira toda a responsabilidade pela catástrofe de 2015 a 2017. Com as unidades de potência da Renault (como são chamados os atuais motores da Fórmula 1) a McLaren continua devendo a performance que o próprio Alonso cansou de dizer no ano passado que “com um motor competitivo estaria ganhando corridas”.
E o que dizer da Williams? O FW41 é tão ruim ao ponto de o novo sócio e diretor da equipe, Paddy Lowe, dizer que nenhum piloto experiente seria capaz de resolver os problemas técnicos do carro. Quanto mais uma dupla inexperiente como Lance Stroll e Sergey Sirotkin? Sorte de Felipe Massa que pulou fora antes de o barco afundar.
Por tudo isso pode-se dizer que o campeonato começa agora, na Espanha, onde começa a chamada fase europeia da Fórmula 1, e com as equipes mais perto de suas fábricas.
Neste final de semana todas elas estão introduzindo grandes pacotes de atualizações em seus carros, e numa dessas pode até surgir alguma surpresa daqui pra frente.
A Ferrari foi a grande surpresa deste começo de campeonato, justamente pelo fato de na pré-temporada, realizada no mesmo Circuito da Catalunha, nas proximidades de Barcelona, onde acontece a corrida de amanhã, os carros vermelhos não terem convencido de que podiam fazer frente aos da Mercedes que amedrontou o paddock da Fórmula 1 de que Hamilton e Bottas poderiam fazer barba, cabelo e bigode este ano. Até aqui foi tudo o contrário. O W09 da Mercedes sofre dos mesmos problemas do modelo do ano passado com a temperatura dos pneus, e o SF71H da Ferrari casou muito bem com o estilo de pilotagem de Kimi Raikkonen que tem andado mais que Vettel, mas é o alemão quem está capitalizando os melhores resultados. Vettel é o vice-líder do campeonato com 66 pontos, 4 a menos que Hamilton. E Raikkonen o 3º com 48, seguido de Bottas (40) e Daniel Ricciardo (37). Já entre as equipes, a Ferrari lidera, também, com 4 pontos de vantagem sobre a Mercedes (114 a 110).
Este será o 48º GP da Espanha, o 28º em Barcelona. Lewis Hamilton venceu no ano passado com Vettel em 2º e Daniel Ricciardo em 3º, uma prova excelente que teve ultrapassagem espetacular de Vettel sobre Bottas, toque de rodas entre Vettel e Hamilton e a imagem que marcou a temporada, o choro incontido de um garotinho francês flagrado pelas câmeras de TV com o abandono de Kimi Raikkonen, e mais tarde a felicidade do garoto levado aos boxes da Ferrari, com seus pais, para um encontro com o ídolo.
Com um beijão especial na minha rainha, dona Dora, e esposa, Marinilda, eu saúdo todas as mamães pelo seu dia!