AGRONEGÓCIOS

Ácaro da Mancha Anular - CAFEEIRO

Por: Redação | Categoria: Agricultura | 14-05-2018 22:05 | 3599
Os pesquisadores da EPAMIG, Dr. Júlio César de Souza e Dra. Erika Carla da Silveira
Os pesquisadores da EPAMIG, Dr. Júlio César de Souza e Dra. Erika Carla da Silveira Foto: Nelson P. Duarte/Jornal do Sudoeste

Em São Sebastião do Paraíso, os pesquisadores Júlio César e Erika Silveira, da Epamig, falaram sobre as três principais pragas do cafeeiro na cafeicultura do Sul de Minas, que são o ácaro-da-mancha-anular, broca-do-café e bicho-mineiro, no dia de campo realizado pela Epamig, em seu Campo Experimental, em 26 de abril.
O ácaro-da-mancha-anular é praticamente desconhecido pelos cafeicultores do Sul de Minas. Esse ácaro é uma aranha diminuta que ataca as folhas e frutos do cafeeiro. Em cafeeiro, perfuram as células e sugam o conteúdo extravasado, inoculando vírus da mancha anular, que manifesta o seu sintoma típico, com manchas amareladas circulares e de outras formas, essas junto a nervura principal. O ácaro ataca a face inferior das folhas, podendo ser observado em ramos e frutos “chumbinhos” com uma lupa de bolso. Seu ataque inicia-se geralmente em fevereiro, com sintomas típicos. Como consequência de seu ataque as folhas com sintomas caem, deixando as plantas ocas, já que essa praga atacas as folhas mais internas, geralmente na metade inferior do cafeeiro.
O ácaro-da-mancha-anular está, também, ocorrendo na cafeicultura do Sul de Minas, desde 2011, estando avançando e atacando lavouras em vários municípios cafeicultores da região. Essa praga tem ocorrido na cafeicultura do município de São Sebastião do Paraíso e municípios adjacentes, daí a necessidade de os cafeicultores conhecê-lo em detalhes para realizar o seu controle corretamente.
Seu controle químico é feito baseado em sintomas nas folhas e frutos, só nas folhas ou só em frutos, após o monitoramento. São recomendadas duas pulverizações, sendo a primeira logo após a colheita e a segunda quando os frutos estiverem no estágio de “chumbinho”. Na primeira pulverização usar o acaricida espirodiclofeno (Envidor), que é seletivo aos ácaros predadores dessa praga. 
Rotacionar acaricida na segunda pulverização. Usar altos volumes de água (800 L ou mais) para que as gotas da pulverização penetrem no interior da planta, matando os ácaros presentes em ramos e frutos.
Sobre outras pragas os pesquisadores afirmaram que a infestação da broca será baixa na próxima safra (2019), desde que os cafeicultores façam uma colheita bem feita. Suas afirmações baseiam-se na baixa infestação da broca na safra de café de 2018. Ainda segundo eles, como as entressafras no Sul de Minas são secas, sem chuvas, portanto desfavoráveis à sobrevivência e multiplicação da broca para atacar as safras seguintes, suas infestações têm sido muito baixas. O cafeicultor deve buscar orientação técnica para se informar sobre o monitoramento da broca usando planilha de campo, quando iniciá-lo e outros detalhes sobre o inseto.
Sobre o bicho-mineiro afirmaram que sua infestação está insignificante na região. Em 2018, praticamente, não necessitará de controle químico com inseticida. Finalmente os pesquisadores alertaram para o controle a cada ano da doença ferrugem, em cafeeiro, causada pelo fungo Hemileia vastatrix, já que suas altas infecções resultam em desfolhas drásticas dos cafeeiros, juntamente com o ácaro-da-mancha-anular, que também requer controle químico com acaricidas, para não ocorrer prejuízos na produtividade das lavouras.