Todos nós, de uma forma mais ou menos acentuada, ficamos assentados olhando a banda passar. A vida passar. A grande lei, a mais seguida, é a do menor esforço. Há milhares de oportunidades, concursos para ótimos empregos, mas, as pessoas não têm força de vontade para pegar as apostilas, os livros, e preparar-se para eles. Pelo contrário, ficam queixando-se da sorte, da falta de oportunidade, do governo, até de Deus. E a banda vai passando, até que de repente descobrimos que estamos velhos e que ficamos nos sonhos, na vontade de ter, de fazer, de ir.
Tenho um primo cujo sonho era ir para os Estados Unidos e morar lá. Como não tinha dinheiro, ele foi para Santos e ficou no porto tentando arranjar trabalho como marinheiro em um navio americano. Não conseguiu, mas, havia uma vaga em um navio russo. Ele não teve dúvida, embarcou e, depois de dar a volta pelo mundo, o barco atracou em um porto americano e por lá ele ficou. Conseguiu trabalho, acabou casando-se e penso que hoje é mais americano que os próprios...
Quando nos dispomos a uma tarefa, as oportunidades, os livros, as ferramentas, as pessoas certas para nos ajudarem aparecem. Ninguém deixa de fazer algo por falta de ajuda de Deus, por não ter tido chance – mas, por sua própria falta de coragem, de vontade, de perseverança.
Vejo muitas pessoas falarem que gostariam de aprender inglês, ou francês, ou espanhol. Quanto custa um curso, com duas aulas por semana, ótimo material didático e excelentes professores? Menos de duzentos reais por mês! Ou seja, não faz quem não quer, quem está muito ocupado com as novelas das sete, das oito, das nove...
A respeito do crescimento, da vontade, da evolução, Gandhi escreveu: “O homem se torna muitas vezes o que ele próprio acredita que é. Se insisto em repetir para mim mesmo que não posso fazer uma determinada coisa, é possível que acabe me tornando realmente incapaz de fazê-la. Ao contrário, se tenho a convicção de que posso fazê-la, certamente adquirirei a capacidade de realizá-la, mesmo que não a tenha no começo.”