CRÔNICA - Joel Cintra Borges

Mais importante que  o que nos acontece...

Por: Joel Cintra Borges | Categoria: Cultura | 24-06-2018 10:06 | 2969
Foto: Reprodução

Há uma frase, que ouvi de um amigo e que guardo com muito carinho:
–  Mais importante que aquilo que nos acontece é a maneira como reagimos.
Problemas, em graus mais ou menos elevados, ocorrem com todo mundo. Não é por ser doutor, embaixador, ou imperador, que a pessoa está isenta deles. E se chegaram para nós, é porque estamos preparados para resolvê-los. Deus dá o frio conforme o cobertor e certamente não põe fardos pesados em ombros fracos...
Li certa vez que Johnny Weissmuller (húngaro naturalizado norte-americano, o mais popular intérprete de Tarzan que já houve), quando criança, tinha problemas respiratórios, razão porque o médico recomendou-lhe que praticasse natação.
–  Pois bem, se é para nadar, vamos nadar! – Deve ter pensado ele.
Assim, em 1922, aos 18 anos de idade, ele entrou para a história como a primeira pessoa a nadar cem metros em menos de um minuto! E não ficou nisso: ganhou cinco medalhas de ouro nos jogos olímpicos de que participou e estabeleceu 28 recordes mundiais, sendo considerado por muitos o maior nadador que já existiu.
Quando Hollywood precisou de alguém para interpretar Tarzan, o rei das selvas, o famoso personagem criado pelo escritor norte-americano Edgar Rice Burroughs, ele deixou para trás 150 concorrentes e conseguiu o papel, fazendo doze filmes de grande sucesso nessa série.
Henri de Toulouse-Lautrec, famoso pintor francês do século XIX, vivia com a aristocrática família até sofrer dois acidentes, um aos catorze, outro aos quinze anos de idade, que fizeram com que suas pernas atrofiassem, tornando-o um anão.
Foi como se uma campainha tocasse, chamando-o para algo maior que desfilar nos salões elegantes do castelo de seus pais. Ele foi para Paris, onde estudou pintura em dois famosos ateliês, tendo oportunidade de travar conhecimento com Van Gogh, Pissarro, Degas e outros grandes pintores da época.
Trabalhou intensamente em desenhos, pinturas e cartazes litográficos, que tinham como cenário principalmente Montmartre, o bairro boêmio da capital francesa. Frequentando assiduamente casas noturnas famosas, como o Moulin Rouge e o Moulin de la Galette, usou como modelos as artistas e outros personagens.
Pintor de costumes e profundo observador psicológico, seu traço sutil captava principalmente expressões, movimentos e poses características das dançarinas célebres de seu tempo.
Uma pergunta para os amáveis leitores: como se chamava aquele irmão alto e bonito de Henri Toulouse-Lautrec? – Ninguém sabe? Nem eu! Foi um anônimo, que bailou muito, cavalgou muito e que “Passou pela vida em brancas nuvens e em plácido repouso adormeceu!”