Não sei ao certo homenagear como gostaria este já conceituado artista, eis minha reverência. É um misto de alegria e, ao mesmo tempo, uma honra ser seu conterrâneo e escrever um pouco sobre ele. Entre Furnas, São Paulo e Jacuí, cresceu e caminhou para a integridade. De Minas para o Brasil e, quiçá, para o mundo. Já está entre os melhores no clássico “óleo sobre tela”. E nesta mostra atual, dá conta de sua categoria. Vamos lá ver as pinceladas, espatuladas, texturas e cores de Márcio J. Cintra – Exposição 130 Anos da Lei Áurea: Memória e Resiliência, na Galeria de Arte da Biblioteca Pública Estadual, no Circuito Liberdade, em Belo Horizonte.
Pinturas ligadas ao tema da escravidão e às formas de resistência artística e cultural através do Congado. A mostra busca dar visibilidade e reconhecimento à desigualdade e ao preconceito racial que ainda existe no Brasil. Não consigo entender como CVJ – Câmara de Vereadores de Jacuí – ainda não concedeu o Título de Cidadão Honorário ao ilustre jacuiense. Está esperando o quê? Uma indicação e sugestão? Pronto! MÁRCIO JOSÉ CINTRA é um pintor mineiro, autodidata, que começou a pintar aos trinta anos, buscando criar um trabalho autoral, com influência direta de grandes mestres com Velázquez, Chardin e, principalmente, dos holandeses dos séculos XVII e XVIII. Trabalha essencialmente com a figura humana que, paradoxalmente, torna-se quase secundária em meio a uma profusão de texturas e cores maravilhosas, que se misturam na tela sem restrições ou comedimentos.
Está expondo nesta mostra uma série de pinturas sobre o Congado, que batizou de “Ritmo, Cores e Fé, Retratos do Congado Mineiro”.
FERNANDO DE MIRANDA JORGE
Acadêmico Correspondente da APC Jacuí/MG
fmjor31@gmail.com