O cantor e compositor Matheus André Pádua, mais conhecido como Matheus Minas, da dupla sertaneja Matheus Minas & Leandro, é um paraisense apaixonado pela música desde sempre. Ainda pequeno fez sua primeira apresentação em público, quando ainda estava no segundo ano do ensino básico, o que só confirmou o que estaria por vir: uma carreira cheia de sucessos e conquistas. Filho de Messias Daniel de Pádua e da dona Maria Helena Porfírio de Pádua e irmão do Alan Daniel de Pádua, Matheus é casado com a advogada Bruna Bertoccoe e pai do jovem Raphael Colombaroli de Pádua. Aos 38 anos, Matheus segue a vida fazendo apresentações por todo o Brasil e conquistando, a cada dia que passa, mais e mais espaço no cenário musical brasileiro.
Jornal do Sudoeste: Você é natural de Paraíso, como foi sua infância e juventude em Paraíso?
Matheus Minas: Minha infância e juventude foram maravilhosas. A infância foi simples e com muito amor para com minha família. Sempre mantivemos a tradição de estarmos reunidos na casa dos avós, tios e primos, onde nos encontrávamos muito. A juventude também foi muito animada, sempre gostei muito de cantar e isso tornou acessível à aproximação dos amigos de escola e vizinhos da minha casa. A música tem essa magia, não é mesmo? Sempre gostei muito das quermesses, festas de Igreja, sempre muito animadas, jogos de bingo, correio elegante e as paqueras... aoooo coisa boa!
Jornal do Sudoeste: A música sempre esteve presente na sua vida ou é algo que começou quando já estava mais velho?
Matheus Minas: A música sempre esteve presente em minha vida, desde a infância. Sempre gostei muito de cantar, ficava em casa decorando as músicas de cantores como Chitãozinho e Xororó, Zezé e Luciano, Milionário e José Rico entre vários outros.
Jornal do Sudoeste: Antes de se tornar músico profissional, com o que você trabalhava?
Matheus Minas: Graças a Deus, sempre trabalhei com música, mas quando tinha 13 anos cheguei a fazer serviços de Office boy, na farmácia do meu querido amigo Joaquim, que ficava situado na Pimenta de Pádua.
Jornal do Sudoeste: Quando você começou a atuar profissionalmente como músico e como foi esse processo?
Matheus Minas: A carreira profissional começou mesmo quando eu tinha de 14 para 15 anos, quando conheci a Marcela Duarte, a qual tenho um carinho muito especial e se tornou minha amiga e irmã. À época ela me convidou para tocar na banda do pai dela, o Ronaldo (cumpadi), que iria fazer um show em Guardinha, na festa do padroeiro da cidade. Foi o melhor convite que eu havia recebido em toda a minha vida e ter a responsabilidade de aceitar aquele convite e ir tocar na noite, fazer parte de um show, era algo maravilhoso. Lembro-me que era em uma sexta, sábado e domingo. Daí por diante não parei mais, continuei com eles um bom tempo e fiz várias outras parcerias que foram tão importantes quanto nessa minha primeira ao longo desta caminhada como o "Roberto e Matheus", “João Paulo e Matheus", "Max e Matheus" e, agora, " Matheus Minas & Leandro".
Jornal do Sudoeste: Ser músico é algo que você sempre quis?
Matheus Minas: É algo que quis desde sempre. Ainda me recordo como se fosse hoje: fui aluno da escola Interventor Noraldino Lima, no meu 2º ano de primário entra na sala a dona Geralda, falando sobre um festival musical que aconteceria na escola, na hora eu respondi, levantei a mão e disse: quero participar, gosto muito de cantar. Participei do festival e ainda tenho o prêmio em casa, que guardei como recordação da minha primeira apresentação para o público, com a música "Obras do poeta", de Chitãozinho e Xororó, a qual me levou ao 1º lugar.
Jornal do Sudoeste: Como você avalia o cenário musical atualmente?
Matheus Minas: Costumo dizer que virou um comércio, onde se envolve muito investimento financeiro. Grandes festivais vêm se renovando e tornando os movimentos sertanejos com uma abrangência grande, expansiva e positiva. Porém, ao mesmo tempo em que surgem novos nomes no cenário artístico de altíssima qualidade, corremos o risco de abrir espaço para artistas despreparados, com pouca bagagem musical.
Jornal do Sudoeste: O sertanejo é um gênero muito bem quisto pelo brasileiro, o que significa isso para você?
Matheus Minas: O Brasil tem esse cheiro e gosto de interior, por isso digo que o sertanejo pode e deve, sim, se renovar, porém a essência permanece viva em uma raiz muito forte.
Jornal do Sudoeste: Há algum cantor que te inspire, por quê?
Matheus Minas: Tenho uma admiração muito grande pelo cantor Daniel, por sua simplicidade, carisma e talento profissional.
Jornal do Sudoeste: Já lidou com críticas sobre o seu trabalho e como você encara essas situações?
Matheus Minas: Ah, sim, já me falaram pra cantar sem chapéu, usar um estilo mais pop, mas sempre falo: gente do céu, se eu tivesse um topetão (risos) ficaria mais fácil, mas é brincadeira, gosto do estilo "botina, chapéu e fivela”. Em relação às músicas, é difícil agradar a todos, isso é normal.
Jornal do Sudoeste: O que significa a música para você? Já se imaginou fazendo algo que não fosse isto?
Matheus Minas: Não me imagino fazendo outra coisa. A música é minha vida.
Jornal do Sudoeste: Qual o momento mais marcante da sua carreira e qual foi o momento de maior dificuldade que você já enfrentou?
Matheus Minas: Um dos momentos marcantes foi gravar a primeira música, "Meu sonho de amor", quando era a dupla Max e Matheus. Deu-se então início ao primeiro CD gravado. Outro momento marcante, já em São Paulo, como MM&L, foi cantar no palco da principal festa de peão do Brasil, em Americana (SP) e, agora, em Guaxupé. Será mais um momento histórico na nossa carreira profissional. Sobre as dificuldades, os primeiros dois anos de carreira em São Paulo foram mais difíceis, fazíamos muita "canja" com outros artistas da noite paulistana, até que conseguimos uma abertura que se iniciou no Villa Country ao qual somos muito gratos, isso em 2009. Isso nos abriu as portas para os shows pelo Brasil afora.
Jornal do Sudoeste: Quando surge a dupla Matheus Minas e Leandro?
Matheus Minas: A dupla surgiu em 2007.
Jornal do Sudoeste: Qual composição você mais gosta e por quê?
Matheus Minas: “Romaria” e “Tocando em frente”. São verdadeiros poemas em forma de canção, realidades do nosso viver. "Sou caipira pira pora nossa senhora de Aparecida"... " Todo mundo ama um dia, todo mundo chora, um dia a gente chega, no outro vai embora"...
Jornal do Sudoeste: Vocês já estiveram em vários programas e emissoras de TV. Há algum em especial que tenha gostado de participar e como é ter esse reconhecimento do público?
Matheus Minas: Todos os programas que participamos, seja ele rádio, TV ou internet, são muito importantes e temos sempre que valorizar aos que nos valorizam. Há três anos tivemos uma experiência incrível de estarmos no programa da Ana Maria Braga, pela Rede Globo, foi um momento histórico e abençoado em nossas vidas e nossa carreira.
Jornal do Sudoeste: Sua agenda é muito corrida, como você faz para equilibrar a vida pessoal e profissional?
Matheus Minas: Posso dizer que trocamos os finais de semana pelo começo da semana. Nosso descanso acontece, geralmente, na segunda e terça-feira, onde tiramos esse tempo para ficar com a família e amigos.
Jornal do Sudoeste: Qual o balanço que você de toda essa vida e carreira até o momento?
Matheus Minas: Posso dizer que sou uma pessoa realizada e abençoada. Tenho muito que conquistar, mas agradeço tudo o que já conquistei até hoje.