PODA

SEMAM diz que “poda drástica” foi necessária e Cemig deve plantar 50 novas árvores para minimizar impacto

Por: João Oliveira | Categoria: Cidades | 24-07-2018 16:07 | 1473
Representante da Cemig disse que “poda drástica” foi para preservar por mais tempo árvores do município
Representante da Cemig disse que “poda drástica” foi para preservar por mais tempo árvores do município Foto: João Oliveira/Jornal do Sudoeste

A secretária de Meio Ambiente, Yara de Lourdes Souza Borges, disse que a poda drástica que causou polêmica na cidade em meados do mês de junho devido ao aspecto em que as árvores ficaram, foi necessária. Segundo a secretária, todas as podas, aproximadamente 30, estavam devidamente autorizadas pela Secretaria de Meio Ambiente (SEMAN), mas que não se imaginou que resultado seria tão “drástico”, interrompendo as podas para avaliar a necessidades do trabalho ter sido realizado da forma como foi. Yara afirma que não houve alternativa, mas que para compensar Cemig irá plantar 50 árvores no município em locais ainda a ser devido pela Secretaria.
“Essas podas foram drásticas, mas não existia alternativa, tendo em vista a forma como essas árvores foram podadas anteriormente. Não é agradável de se ver, mas de acordo com a capacitação que viemos tendo, inclusive capacitação feita pela própria Cemig, é necessário que seja feito desta forma para que não se te tenha um problema ainda maior com a distribuição das redes de energia elétrica. Vale ressalta que essas espécies, plantadas ainda na gestão Waldir Marcolini, não eram adequadas para ser plantadas embaixo de redes de energia”, destacou Yara.
As podas ocorreram em diversos pontos da cidade, entre eles avenida Monsenhor Mancini, Praça da Fonte, Vila Alza e  rua Dr. Placidino Brigagão. Yara ressalta que em momento algum a Cemig agiu sem autorização do município. “Só não tínhamos conhecimento de que seria tão drástica a poda como foi, mas que foi necessária e acompanhada pela Secretaria de Meio Ambiente. Tanto que quando chegaram ao nosso conhecimento as denúncias, já havíamos paralisado para que tivéssemos uma noção exata se teria que ser daquela forma ou se poderia ter sido diferente. Mas a todo o momento, a Cemig passou o cronograma e nós acompanhamos todo o processo dessas podas”, afirma Borges.
Para compensar podas realizadas, Yara disse que em reunião entre o município e a Cemig ficou decido que serão plantadas 50 árvores pela  própria empresa a fim de minimizar o impacto em relação à arborização no município. “Temos o inventário das árvores que precisam ser substituídas porque essas espécies que foram plantadas anteriormente não eram adequadas: a população pode observar que são árvores de grande porte, que as calçadas estão estouradas e que temos tido muitas quedas de árvores de espécies que não são próprias para arborização urbana. Estamos fazendo a substituição, de acordo com autorização do Codema”, completa a secretária.



 



CEMIG
Segundo o gerente de comercialização da Cemig, Alexandre Silveira Castro, a chamada “poda drástica”, é drástica para quem não tem conhecimento mais profundo do trabalho que foi realizado. Ele explica que a poda realizada, de forma a evitar o contado com a fiação elétrica, é uma técnica adotada, de acordo com ele, pela Sociedade Americana de Arbocultura e Arborização, que faz esse tipo de poda quando há o conflito da espécie com a rede elétrica.
“Dependo do tipo de poda e como ela é feita, você está matando essa árvore. A Cemig, muita das vezes pode ser mal compreendida, mas o que fizemos é tentar preservar estas árvores por mais tempo, já que uma poda de qualquer maneira pode não surtir muito efeito negativo, mas a longo prazo esta árvore será comedida por fungos, cupins entre outras doenças que comprometem essa vida útil da espécie. O que estamos tentando fazer é minimizar os danos”, justifica.
De acordo com Alexandre, se a poda não ocorresse o primeiro dano ocasionado por essas arvores seria contato com a  rede elétrica, podendo vir a causar um acidente, já que haveria contato com a média tensão. “Além disto, com as chuvas de setembro, outubro e novembro, os ventos fortes jogam essas árvores contra a rede elétrica, causando interrupções de energia. Isso poderia vir a deixar um hospital ou um posto de saúde, que armazenam remédios, em situação delicada. Seria uma catástrofe para o município”, acrescenta.
O gerente comercial da Cemig disse ainda que a “poda de destopo”, aquela que nivela a árvore no topo, não é mais feita, tendo em vista que, segundo esclarece, é prejudicial à saúde da árvore. “Essa poda enfraquece a árvore, deixando porta aberta para doenças. Sempre que fazemos uma poda, procuramos a Prefeitura. Destacamos que a prefeitura de Paraíso é a mais técnica que temos da região, única que nos passa autorização de cada árvore a ser podada. Tanto que, antes de fazemos essa poda, chamamos antes a prefeitura para acompanhar e não haver risco de ser dito que foi feito de maneira irregular e para que juntos olhemos para a preservação dessas árvores”, completa Alexandre.