Não é de hoje que se discute a importância e viabilidade das energias renováveis. Com a possibilidade de produção de energia altamente sustentável, empresas que buscam suprir a essa necessidade com a promessa de redução de custos na conta de luz no final do mês e diminuição dos impactos ambientais vêm se destacando lá fora e no Brasil esse nicho de mercado ganha seu pioneiro em meados de 2013: a Minasol – painéis fotovoltaicos, uma empresa 100% brasileira e que busca atender a essa demanda de produção de energia. Hoje, o maior desafio enfrentado pela Minasol é romper com para-digmas e mostrar a população que o produto é viável, dá retorno e, o mais importante, acaba se tornando um investimento autossusten-tável.
Conforme conta o diretor comercial da empresa, Adilson Santos, a Minasol nasce após 2012 o Governo Federal liberar a energia fotovoltaica no Brasil, mas sem fornecer nenhum tipo de incentivo, mantendo os impostos de importação na faixa dos 85%, além de toda a carga tributária como ICMS, IPI, PIS Confins, contribuições sociais e demais impostos. “Em 2013 três pessoas fundam a Minasol: um físico, um engenheiro elétrico e um investidor, que montaram a fábrica da empresa em Guaxupé; eles começaram em uma época em que o payback do sistema oscilava em torno de 10 a 15 anos, era um negócio muito caro e pouco viável”.
De acordo com Adilson, esse grupo ficou com a empresa até 2014 e até então vendiam somente os painéis fotovoltaicos e o cliente é que montava o próprio sistema, o que gerava transtornos, pois poderia correr o risco de não funcionar ou de não ser aprovado na concessionária de energia. “Nós fomos à Guaxupé comprar um painel fotovoltaico e acabamos comprando a empresa, no final de 2014. Transferimos a fábrica de Guaxupé para Araguarí, onde tenho um sócio, por já ter um parque industrial lá e pelos incentivos daquele município. Nesse meio tempo o Governo Federal mudou totalmente o mercado fotovoltaico, entre essas mudanças tirou a isenção de 100% do ICMS, tanto para venda quando consumo de energia e o payback do sistema que era de 10 a 15 anos, caiu para 4 a 5 residencial; 5 a 6 comercial; 6 a 7 industrial; 7 a 8 rural”, acrescenta.
Mudar a Minasol para outra cidade e identificar a falha da empresa foi decisivo para que ela despontasse no mercado. “Até então, a empresa só vendia os painéis fotovoltaicos. Nós passávamos a vender todo o sistema pronto. Eu atendo o cliente, faço o orçamento, com o orçamento aprovado faço todo o projeto e apresento à concessionária de energia; aprovado, entregamos todo o sistema pronto e funcionando, sendo o único trabalho do cliente pagar com recursos próprios ou por meio de financiamento. Hoje, o maior problema do sistema fotovoltaico é que é um quebra de paradigmas, as pessoas não conhecem, não confiam e não acreditam que realmente funciona”, ressalta o diretor comercial.
Segundo conta Adilson, comercialmente a energia fotovoltaica existe desde 1960; ele recorda que viajou para o exterior para visitar uma usina que funciona há 43 anos. “A analogia que eu faço com esse sistema é com a questão do aparelho celular, que surge em 1991, no Brasil, e que todos achavam caro, supérfluo e hoje ninguém vive sem. O que está acontecendo com a energia é o mesmo processo; você instala na residência, no comércio, na indústria e na zona rural, não tem perda com transmissão, com geração de energia e o que está produzindo o cliente já está consumindo. É muito mais econômico, mais saudável e ecologicamente correto. Além disso não polui, não invade espaço, não precisa causar desmatamento. É uma energia limpa e renovável, o sol brilha o ano todo e o nosso país é favorecido nesse sentido. Todas as expectativas que eram esperadas foram superadas, tanto em produção, quanto em quantidade de produção em relação aos demais países”.
O empresário comenta que a única coisa que precisa ser feita no momento é a mudança de comportamento. “Temos todos esses fatores que favorecem o desenvolvimento do mercado fotovoltaico no nosso país, mas precisa haver essa quebra de paradigmas. Hoje, a cada clientes que fazemos uma instalação, são outras duas ou três vendas garantidas. A dificuldade atual é com relação informação: até mesmo pessoas formadas, esclarecidas, não tem conhecimento nenhum sobre o que é a energia fotovoltaica e confunde muito com aquecedor solar, que são tecnologias completamente diferentes”, comenta.
Segundo explica, o sistema fotovoltaico gera energia que é injetado no sistema da residência e consegue gerar uma redução da conta do cliente de até 99%. Não há como zerar a conta devidos a tarifas de energia que são regulamentadas pela Anel . “No mais, com esse sistema você sai de uma conta de R$ 5 mil para R$ 100.
Tenho vários exemplos assim em Paraíso, onde estamos com 27 sistemas instalados, todos eles clientes satisfeitos. Temos também clientes fora daqui, como no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Espírito Santo, São Paulo e outras cidades mineiras”, acrescenta.
É um sistema que “demora” cerca de seis meses para o cliente ver o resultado, entre orçamento, elaboração e aprovação de projeto, instalação, vistoria, comissionamento (troca do medidor de energia) e chegar à primeira conta do cliente com a economia esperada; além do que ele também está contribuindo para com o meio ambiente; é um sistema que se paga, o cidadão paga energia desde sempre, com esse sistema ele consegue sair da conta de energia e passa a pagar somente o mínimo da conta. Segundo ele, é muito mais viável e o tempo de vida útil é de 40 anos, sendo a manutenção mínima.
“Existe toda uma garantia do nosso sistema, de cinco anos, e garantia de eficiência das placas de no mínimo 80% em até 25 anos. É realmente um sistema que dura e para se ter essa garantia ele possui selo INMETRO, ou seja, para ter esse selo ele passar por uma série de teste para que haja a garantia da sua eficácia. Recentemente conseguimos uma parceria como o Sicoob Nosso-crédito, que agora está financiando esse produto com até cinco anos para pagar, é um investimento que fica pequeno. Também estamos negociando para ver se conseguimos alongar um pouco mais esse prazo para reduzir um pouco esse custo a ponto de trocar a conta de energia por um boleto bancário, que tem prazo para acabar”, ressalta.
Além disto, a produção de energia gerada pode ser compensada em outra residência, ou seja, a energia gerada que não é consumida pelo proprietário do sistema pode ser “repassada” para outro imóvel desde que a conta esteja no mesmo CPF ou CNPJ. “Se você mora em Paraíso e tem uma residência e Belo Horizonte, por exemplo, ou até mesmo um sítio, a sobra de energia pode ser mandada para outro endereço ou dimensionar entre os imóveis, mas desde que seja dentro da mesma distribuidora de energia. Por exemplo, você consome 200 kW e sua placa está produzindo 230 kW, esses 30 kW que sobra fica em saldo na conta do cliente durante cinco anos e, se em algum momento você consumiu um pouco mais, como em uma festa no final de ano, você pode abater sobre esse saldo acumulado. Enfim, eu posso garantir aos meus clientes que ele está comprando um produto ao qual ele tem respaldo, que tem qualidade e que não irá dar dor de cabeça pra ele”, completa.