Festa da Congada celebra a cultura popular na Guardinha com fé, música e tradição

Foto: Secom Pref.

A cultura popular foi celebrada com grande entusiasmo neste domingo, 25 de maio, no distrito da Guardinha. A tradicional Festa da Congada reuniu expressões de fé, música e dança em um evento que reafirma a força das manifestações afro-brasileiras na região.

Com a participação de nove ternos de Congado de São Sebastião do Paraíso, Terno de Moçambique Nossa Senhora do Rosário, Terno Nova Geração, Terno Filhas de Paraíso, Terno Filhos de Santa Efigênia da Guardinha, Terno Anjos de São Benedito, Terno Veteranos, Terno Xambá, Terno Ipiranga, Terno Novo Milênio e Terno Bela Vista, e mais oito grupos de Congo e Moçambique vindos de cidades vizinhas, como o Terno Irmãos Paiva, de Santo Antônio da Alegria; o Terno Catupé Unidos Santa Efigênia, de Itamogi; o Terno Família Izidoro e o Terno Família Macedo, de Jacuí; o Terno Branco, de Alpinópolis; e o Terno Irmãos Santos, de Capetinga, a festa encantou o público pela riqueza de cores, ritmos e simbolismos.

Os desfiles, que se estenderam ao longo do dia, foram acompanhados por cerca de cinco mil pessoas e tiveram início com uma missa celebrada pela manhã. Ao som dos tambores, caixas, reco-recos e cantos ancestrais, os ternos percorreram as ruas do distrito com trajes vibrantes, fitas coloridas e estandartes sagrados. O ambiente foi tomado por uma atmosfera de devoção, alegria e respeito à ancestralidade.

Além das apresentações, o evento contou com a distribuição de aproximadamente mil almoços aos congadeiros e moçambiqueiros, reforçando o espírito de acolhimento e coletividade que marca essa tradição centenária. A culinária servida, simples e afetiva, é um gesto de hospitalidade, repetido ano após ano como parte do ritual de união entre os participantes.

A Festa da Congada, que acontece anualmente na Guardinha, é mais do que um encontro festivo: é um símbolo de resistência cultural e espiritual. De raízes africanas, a Congada mantém viva a memória dos povos escravizados que, por meio da música e da religiosidade, preservaram sua identidade e criaram formas únicas de expressão no Brasil. O sincretismo presente nas homenagens aos santos católicos, como Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia, revela a profunda ligação entre fé e ancestralidade.

Para o secretário de Cultura, Vinício Scarano, mais do que uma festa, a Congada da Guardinha é um elo vivo entre passado e presente, preservando a identidade cultural de um povo que transforma fé em celebração. “É uma manifestação que toca a alma, nos conecta com nossas raízes e nos lembra da importância de valorizar nossa diversidade cultural”, destacou.

A cada ano, a Festa da Congada se consolida como um dos principais eventos culturais do município, atraindo visitantes, estudiosos e devotos de diversas regiões. Seu valor imaterial é incalculável, e sua continuidade depende do respeito e do apoio da sociedade para que as novas gerações também possam aprender, viver e se orgulhar dessa herança. (Secom Pref. SSP)