Comissão de Finanças, Justiça e Legislação pede reavaliação da retirada do projeto do magistério
Presidência do grupo de vereadores informou que solicitou ao Executivo o reenvio do projeto com as correções técnicas necessárias

A Comissão de Finanças, Justiça e Legislação da Câmara Municipal de São Sebastião do Paraíso,
composta pelo presidente Juliano Carlos Reis (Biju) e pelas vereadoras Laís
Carvalho e Maria Aparecida Cerize (Cidinha), se manifestou após a retirada do
Projeto de Lei nº 5.773/2025, que tratava do reajuste dos vencimentos dos
profissionais do magistério público municipal.
O PL
previa um reajuste de 2,5% nos vencimentos dos professores da rede municipal,
elevando o valor base de R$ 2.898,35 para R$ 2.970,81, com o objetivo de
adequar os salários ao piso nacional do magistério, conforme previsto na Lei
Federal 11.738/2008. Porém, durante a sessão ordinária desta semana, foi lido
na Câmara o ofício do prefeito Marcelo Morais solicitando a retirada do
projeto, sob justificativa de instabilidade financeira no encerramento do
exercício de 2025 e da necessidade de reavaliação do impacto orçamentário.
Diante
dos fatos, a Comissão se manifestou. Segundo o vereador Biju, o grupo atua com
seriedade e celeridade em todas as matérias, e no caso do magistério o cuidado
foi ainda maior. “Quando o assunto envolve uma categoria tão essencial quanto a
dos professores, nossa responsabilidade é redobrada”, afirmou Biju.
De
acordo com Biju, o parecer jurídico da Câmara apontou que o projeto original
apresentava inconsistências técnicas, uma vez que o reajuste do piso nacional
deve ser aplicado em janeiro de cada ano, conforme determina a lei federal.
O
parecer alertou que uma atualização fora do prazo poderia gerar passivo
financeiro e ações judiciais contra o município, motivo pelo qual a Comissão de Finanças, Justiça e Legislação e recomendou o envio de um novo texto, devidamente ajustado.
“Assim que o projeto foi retirado de pauta, encaminhamos ofício ao prefeito Marcelo
Morais, pedindo a reavaliação da decisão e o reenvio do projeto com as devidas
correções técnicas”, informou Biju.
A
vereadora Laís Carvalho destacou que o objetivo do grupo é garantir segurança
jurídica e valorização real aos profissionais da educação. “Nosso papel é zelar
para que o reajuste aconteça dentro da legalidade, sem risco de anulação ou
prejuízo futuro aos próprios servidores. O reconhecimento precisa vir de forma
segura e definitiva”, afirmou.
A
vereadora Maria Cidinha Cerize reforçou a importância da sensibilidade do
Executivo diante da pauta. “Sabemos que o prefeito tem compromisso com a
educação, e confiamos que ele analisará o pedido da comissão com atenção. O
diálogo entre os poderes é o melhor caminho para que o magistério tenha seus direitos
garantidos”, disse.
O
presidente da comissão ressaltou ainda o respeito ao prefeito Marcelo Morais,
lembrando que o chefe do Executivo também é professor e conhece a realidade da
categoria. “Confio na sensibilidade e na competência do prefeito. Acredito que,
diante dos apontamentos técnicos e jurídicos, ele reavaliará a decisão e
reenviará o projeto dentro dos parâmetros legais”, afirmou.
“Cumprir
a Lei Federal do Piso é uma demonstração de respeito aos educadores e também
uma medida de responsabilidade administrativa, pois o descumprimento pode
trazer consequências jurídicas aos gestores”, concluiu Biju.
Entenda
o caso
O
Projeto de Lei nº 5.773/2025, de autoria do Executivo, previa reajuste de 2,5%
aos professores da rede municipal, elevando o vencimento-base de R$ 2.898,35
para R$ 2.970,81, com a finalidade de adequar os salários ao piso nacional do
magistério (Lei 11.738/2008 e Portaria MEC nº 77/2025).
Na
sessão de 6 de outubro, o prefeito Marcelo Morais solicitou a retirada do PL
após a Comissão de Finanças, Justiça e Legislação sugerir o envio de um substitutivo com
pagamento retroativo; segundo o prefeito, isso elevaria o impacto para cerca de
R$ 1,5 milhão, além do planejado para o fim do exercício, motivo pelo qual
optou pela retirada.
Na ocasião, a vereadora Daiane Andrade defendeu manutenção do projeto com retroatividade escalonada, enquanto o prefeito argumentou que a versão original — sem retroatividade — havia sido construída dentro das possibilidades orçamentárias (com base em sobra do Fundeb). Com a retirada, o texto deixou de tramitar.